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domingo, 29 de janeiro de 2012

Para Aristéia o nosso beijo de adeus!

Por: Manoel Severo
Pedro Barbosa e Manoelinha, ao lado de Aristéia
Existem momentos que as palavras se tornam desnecessárias ! Doce Aristéia, de onde estiver receba o grande beijo de toda a família Cariri Cangaço.
Manoel Severo
NOTA CARIRI CANGAÇO: Morreu neste sábado, dia 28 de janeiro de 2012, as 13:00hs, no hospital Nair Alves de Sousa, a ex-cangaceira Aristeia Soares de Lima, carinhosamente chamada por todos , de "Vó"; Aristéia estava internada desde segunda feira, dia 23. Seu corpo foi sepultado neste domingono Capiá da Igrejinha, Canapi, Alagoas. Nossos sentimentos e grande abraço em toda família, especialmente ao querido amigo Pedro Soares, seu filho e Damaris sua nora, considerada também uma filha muito amada.

Origem da fotografia que o Major Optato Gueiros afirma em seu livro que foi na Bahia em 1929.

De pé: Ezequiel, Calais, Fortaleza, Mourão e o menino Volta Seca. Sentados : Lampião, Moderno, Zé Baiano e Arvoredo.*Mariano foi omitido. Na original ele aparece esq. de Ezequiel. Até o momento não conseguimos scanear em boa resolução.

Errado.
A foto foi feita em Sergipe, na Fazenda Jaramataia, e a original pertence ao escritor

Ivanildo Silveira, João de Sousa Lima e Rubinho

João de Sousa Lima, que fez uma cópia para o Portal do Cangaço da Bahia.

Sede da antiga Fazenda Jaramataia em Canhoba - Sergipe



O governador Eronides Ferreira de Carvalho é um dos filhos mais ilustres de Canhoba. Nasceu na Borda da Mata em 25 de abril de 1897. Formou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia em 20 de Dezembro de 1917.

Unica fotografia de Antonio Caixeiro: Pai do Governador de Sergipe, Eronildes de Ferreira de Carvalho, Propietarios da Fazenda Jaramatáia.

Mancomunados com o Rei do Cangaço
- Entre meu filho! – respondeu Dona Branca. E virando-se para o marido, que assomava a sala, explicou: Antonio é o capitão Virgulino que chega perseguido pelos soldados de Alagoas e pede pousada. Já mandei ele entrar.

É assim que o escritor Nertan Macedo que entrevistou Eronides descreve a chegada de Lampião na Borda da Mata numa madrugada escura de Agosto de 1929.
Não há registro de uma pousada anterior, o capitulo na obra “Lampião, Capitão Virgulino Ferreira” de Nertan é detalhado, descreve uma enorme hospitalidade para acomodar mais ou menos 20 cangaceiros que dormiam e se revezavam de sentinelas espalhados pela casa em companhia do casal.

Lampião conhecia “os Carvalho” desde a sua juventude. Quando percorreu a maioria dos caminhos que viria a fazer mais tarde como bandoleiro. Revendendo nas fronteiras de Alagoas e Sergipe, como simples almocreve conheceu a família. E agora já como poderoso chefe cangaceiro, aproveitou para visitar o Coronel.

Sabendo do poder do grande comerciante Lampião pediu abrigo e comida, sendo prontamente atendido, onde lhe foi autorizado o abate de rezes etc, mas que seus moradores e contratados não fossem molestados por seus homens.

Esta improvisada reportagem não pretende, e nem se quisesse iria conseguir elucidar esse grande mistério do cangaço. Se o chefe do executivo sergipano foi realmente o principal “Paiol do poderio bélico de Virgulino” é assunto secundário eu quero tratar da amizade e tolerância.
Os capitães se reconhecem.

Eronides foi apresentado a Lampião em agosto de 1929, durante os dias em que se restabelecia de uma enfermidade na fazenda Jaramataia propriedade de seu pai no município de Gararu.

Algumas biografias dão conta de que esse encontro se deu “antes” de ele estar com Caixeiro. Outras que foi numa visita do interventor até a Borda da Mata.

A ordem dos fatores… Em ambas há um mesmo parágrafo: Trocam cumprimentos e o Dr. faz a Lampião uma indagação que entrou para galeria das “máximas cangaceiras”.

- “Então, como devo chamá-lo, capitão ou coronel? Porque eu também sou capitão e deve haver aqui uma hierarquia – como oficial do exército não posso ser comandado pelo senhor”.

Lampião compreendeu a malícia e replicou: - “Pois desde já o senhor está promovido a coronel”.

Após o café Eronides presenteou Lampião com uma garrafa térmica e uma caixa de queijos importados. Naquele instante nascia uma estreita amizade. Lampião passou a tratar de negócios, queria munição especialmente para sua pistola Luger (Parabellum) cujas balas eram difíceis de encontrar.
Por favor, um médico!

Foi através de Eronides que os cangaceiros conheceram as propriedades analgésicas do ácido-acetil-salicílico. Em dado momento perceberam que um dos cabras apresentava o rosto inchado e queixou-se de dor de dente. O Dr. trouxe-lhe o comprimido o qual inicialmente não ingeriu. Olhou para Lampião que fez um sinal de consentimento com a cabeça e em algumas horas tinha sua dor aliviada pelo comprimido. Uma aspirina.

Outra propriedade dos Carvalho que era pouso seguro para os cangaceiros era a fazenda São Domingos em Porto da Folha. 

(Observação - Fonte e Fotos Rostand Medeiros.)

Extraído do blog: 
Portal do Cangaço de Serrinha - Bahia, do amigo Guilherme Machado.

O afamado cangaceiro Corisco

Por: José Mendes Pereira

Corisco - o Diabo Loiro
Cristino Gomes da Silva Cleto, este nome nos lembra um grande cangaceiro. E na verdade é ele mesmo! O temido Corisco, o Diabo Loiro, o Alemão. Corajoso à admiração dos comparsas.
Se falarmos em Lampião, com certeza lembrar-nos-emos deste imediatamente. E era um grande astro da Empresa de cangaceiros Lampiônica & Cia.
Cristino Gomes da Silva Cleto nasceu no dia 10 de agosto de 1907, em Matinha de Águas Brancas, no Estado de Alagoas. Era filho de  Manuel Gomes da Silva Cleto e Firmina Cleto.
Aos 17 anos, em uma festa, quando tentava se aconchegar aos braços de uma jovem, apesar de ter sido rejeitado por ela, mas mesmo assim continuou insistindo; um dos parentes da moça que no momento observava a sua teimosia, querendo que a jovem caísse no salão aos seus desejos, e  que não lhe permitia ganhar aconchegos dela,  o esmurrou no meio da festa.
Corisco não aceitando a desmoralização, que naqueles tempos era um dos maiores desrespeitos aos camponeses, resolveu ir até à casa do patrão, apoderou-se de uma arma, voltou à festa e lá assassinou o seu agressor.
Temendo ser preso, atirou-se às matas. Mas no meado do ano de 1926, um fazendeiro amigo de Lampião, conseguiu a sua colocação no bando do rei.
Corisco foi um dos grandes amigos de Lampião, onde certa vez o chefe do bando de cangaceiros chegou a dizer que todos os seus subgrupos de cangaceiros eram excelentes batalhadores, mas o que mais lhe dava lucros era o de Corisco.
Minha opinião - "Nada concreto"
Mas não dar para se entender. O rancor que o rei guardava de Alagoas, por que tinha tanta adulação com Corisco que também era Alagoano, quando toda sua vida de bandoleiro, as maiores desgraças e decepções que sofreu foram causadas por gente de Alagoas?
1 - Foi em Alagoas que em 1920 que ele perdeu a sua amada e honrada mãe.
2 – Foi em Alagoas que também com poucos dias da morte da mãe, o seu pai José Ferreira da Silva foi barbaramente assassinado pela volante policial de Zé Lucena, que também era alagoana.
3 - E por má sorte de Virgulino Ferreira da Silva, conhecido por capitão Lampião, a volante do tenente

João Bezerra, sentado à esquerda
João Bezerra que o assassinou na madrugada do dia 28 de julho de 1938,  na Grota de Angicos, no Estado de Sergipe, também era Alagoana.

Aderbal Nogueira e Alcino Alves
O escritor e pesquisador do cangaço Alcino Alves Costa em: ”Lampião Além da Versão – Mentiras e Mistérios de Angico”, diz o seguinte: “-Uma estranha versão conta que nos últimos dias que antecederam o cerco na Grota de Angico, os famosos José Lucena e Aniceto Rodrigues foram até ao coito, com a finalidade de acertarem algo que poderia mudar os caminhos do banditismo com o falado Diabo Loiro”. Diz ainda Alcino: “-É esta visita misteriosa, um dos grandes segredos que cercam os fatos de Angico”. 
Teria sido o amigo Corisco um dos traidores do capitão Lampião, entregando o rei aos famosos José Lucena e Aniceto Rodrigues, já que eles foram ao seu coito com a finalidade de acertarem algo que poderia mudar os caminhos do banditismo?
Ainda diz Alcino, que quando aconteceu a chacina que levou o rei, Maria Bonita e mais nove cangaceiros, Corisco e seus asseclas se encontravam acoitados entre as fazendas Coidado e Emendadas.
Será que Corisco não foi para o acampamento quando aconteceu o ataque aos bandidos, porque sabia o dia em que seria feita a chacina, uma vez que a volante não iria ter tempo de escolher quem morreria e quem ficaria vivo? E aí, leitor?
Lembrando ao leitor que esta é minha opinião, nada concreto.

José Mendes Pereira- Mossoró-Rn.

Fonte de pesquisas: “Lampião Além da Versão – Mentiras e Mistérios de Angico” – Escritor: Alcino Alves  Costa.

Mais uma fonte que seca

Adeus Aristéia!

Morreu ontem, dia 28 de janeiro de 2012, às 13:00hs, no hospital Nair Alves de Sousa em Paulo Afonso, a ex cangaceira Aristéia Soares de Lima, 98 anos. Ela estava internada desde a segunda feira, 23. 

Aristéia foi sepultada na sua terra natal povoado Capiá da Igrejinha, município de Canapi, Alagoas, nesse domingo, 29. A má notícia nos foi repassada por João de Sousa Lima.



Clique aqui aqui  e reveja outras matérias, conheça a história de Aristéia.

Nossos votos de pesar e solidariedade à família especialmente ao seu filho, nosso amigo Pedro Soares.

Extraído do blog: "Lampião Aceso"
http://lampiaoaceso.blogspot.com

Uma última lembrança da ex-cangaceira Aristéia

Por: Guilherme Machado
Aristéia Soares de Lima  - 23-6-1916 - 28-1-2012 )

A sua certidão de nascimento. Uma colaboração do escritor e pesquisador do cangaço


João de Sousa Lima, Para o Portal do Cangaço da Bahia.


Aristéia Soares de Lima nasceu em 23 de junho de 1916 (dia que se comemora a festa de São João) e lembra-se bem da passagem dos cangaceiros: Corisco, Virgínio e Luiz Pedro em sua casa, sendo que por diversas vezes, outros cruzaram o terreiro da fazenda Lajeiro do Boi.

Tendo seu nome envolvido como coiteira de cangaceiros e temendo a ação vingativa dos policiais, Aristeia fugiu para fazenda Alto Vermelho, entre Lajinha e Campo, próximo a Santana do Ipanema, indo refugiar-se na casa das tias Mariinha, Zifina, Santa e Maria Grande. Por essa época ,Eleonora já se cobria com a mescla azul e os bornais enfeitados com os desenhos de flores coloridas.

Cícero Garrincha já tinha certa queda por Aristéia e assim que abraçou a nova vida do cangaço começou a rondar a fazenda da família da moça. Em uma dessas passagens, ele foi avisado pela amiga Celina, da localização de Aristéia. Cícero seguiu para fazenda Alto Vermelho e depois de conversar com a escolhida, sem usar a força, conseguiu que ela mesma contra sua vontade, acompanhasse o cangaceiro.

O novo casal seguiu ao encontro do grupo de Moreno que os aguardava no coito conhecido por “Pilão das Pêia Juntas”, próximo a casa de Aristéia. No esconderijo, Aristéia foi festivamente recebida. Durvalina manejou a velha máquina de costura e fez um vestido para nova amiga, completando o figurino com bornais floridos e um chapéu de feltro.

Logo após a entrada de Aristéia, suas primas Sebastiana e Quitéria seguiram os cangaceiros Moita Brava e Pedra Roxa. Ver-se a ex- cangaceira Aristéia e o Pesquisador Guilherme Machado, Na Residência da Cangaceira, em Jardim Cordeiro, povoado de Delmiro Gouveia Alagoas.

Extraído do blog: Portal do Cangaço de Serrinha - Bahia, do amigo Guilherme Machado.

Dois Estados Nordestinos: Expoentes da história do cangaço: Bahia e Rio Grande do Norte. Dois ferrenhos divulgadores da saga:

Por: Guilherme Machado

Machado & José Mendes Pereira: Divulgadores e fundadores dos blogs: Mendes & Mendes e o Portal do Cangaço na Web.

Dois jovens repórteres  Internautas: Guilherme Machado dos Santos, Baiano da Cidade de Muritiba Bahia, Radicado em Serrinha Bahia.  


José Mendes Pereira, Potiguar da cidade de Mossoró, Rio Grande do Norte... Dois amantes da saga do cangaço do Nordeste. 


Mendes professor aposentado, Guilherme curador e pesquisador autodidata, cursou  o 2º grau do ensino médio. Dois eternos  apaixonados,  pela cultura tradicional nordestina.

Tudo aquilo que vem do sertão, o vaqueiro, cangaceiro, jagunços, padres, coronéis, beatos, cabra da peste, caçadores, pescadores, jangadeiros,  cordelistas,  sanfoneiros e os cachaceiros. No nordeste tem de tudo um pouco, e muito mais, Como diria  Luiz da Câmara Cascudo.
Acima ver-se fotos de Guilherme Machado & José Mendes. Mais abaixo, bandeiras dos Estados da Bahia e do Rio Grande do Norte.

Extraído do blog: "Portal do Cangaço de Serrinha -  Bahia, do amigo Guilherme Machado.

Saiu na Imprensa...


Tribunal de Justiça do Ceará elege dois novos desembargadores

A escolha ocorreu em sessão pública, com votação nominal, aberta e fundamentada, presidida pelo desembargador José Arísio Lopes da Costa.
Por: Renata Paiva

Os juízes Luiz Evaldo Gonçalves Leite e Francisco Gomes de Moura foram eleitos desembargadores do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). A votação ocorreu nesta sexta-feira (27/01), durante sessão do Pleno.
Luiz Evaldo Leite, natural de Aurora, é lotado na 2ª Vara de Sucessões do Fórum Clóvis Beviláqua, foi eleito pelo critério de merecimento. Ele assume a vaga deixada com a aposentadoria do desembargador Francisco Haroldo Rodrigues de Albuquerque, em setembro de 2011.
Francisco Gomes de Moura, natural de Nova Russas, é titular da 5ª Vara de Sucessões da Comarca de Fortaleza, foi escolhido por antiguidade. O magistrado ocupará a vaga surgida com a aposentadoria, em novembro do ano passado, do desembargador Lincoln Tavares Dantas.
A escolha ocorreu em sessão pública, com votação nominal, aberta e fundamentada, presidida pelo desembargador José Arísio Lopes da Costa.
Fonte: Ceará Agora (online) Foto: tjce.jus.br

LEIA MAIS EM:

WWW.blogdaaurorajc.blogspot.com
Postado por José Cícero


Enquanto não vem cangaço - 1821-1849 - REVOLUCIONÁRIA BRASILEIRA

Anita Garibaldi

Ana Maria Ribeiro da Silva nasceu em Laguna, Santa Catarina, em 1821. Abandonando seu marido, tornou-se amante de Giuseppe Garibaldi, guerrilheiro italiano exilado no Brasil que servia aos farroupilhas, latifundiários escravistas e separatistas que haviam se rebelado contra o Império brasileiro.

Fonte: infoescola.com

A causa imediata do movimento foi o descontentamento dos fazendeiros gaúchos com o baixo preço do charque (jabá), importante ingrediente da alimentação dos escravos negros. 

As forças imperiais enviadas para combater os separatistas tinham Caxias como seu principal comandante. Anita uniu-se ao movimento, participando dos combates em defesa da República Juliana, em Santa Catarina, outra tentativa de fracionar o país. Dotada de grandes habilidades para o combate, recebeu dos seus companheiros o título de "Bravo Entre os Bravos", após o combate das Forquilhas.

Acompanhou Giuseppe Garibaldi quando este foi contratado para combater Rosas, ditador do Uruguai. Casaram no Uruguai. Nesta época, a Itália estava dividida em pequenos reinos e repúblicas, além de territórios pertencentes ao Papa.

Frustrado em sua tentativa de dividir o Brasil, Giuseppe Garibaldi voltou à Itália com o objetivo de continuar a sua luta pela unificação desta. Anita o acompanha. Na Itália, empreendem diversas fugas, uma delas para Veneza. Mas em agosto de 1849, próximo a San Alberto e Ravenna, fugindo para a Suíça, Anita Garibaldi falece.

Considerada traidora por muitos brasileiros, recebeu o cognome de "Heroína de Dois Mundos" por seus admiradores.

Fonte: www.geocities.com
Na Itália


Em 1847, Anita foi para a Itália com os três filhos e encontrou-se com a mãe de Garibaldi. Elas depois viajaram para a cidade de Nizza, (atual Nice, na França), onde ficaram morando. O próprio Garibaldi reuniu-se a eles alguns meses depois, quando voltaram a Itália. Os filhos de Anita e Garibaldi ficaram na França com a mãe dele.

Em 9 de fevereiro de 1849, presenciou com o marido a proclamação da República Romana, mas a invasão franco-austríaca de Roma, depois da batalha no Janículo, obrigou-os a abandonar a cidade. Com 3 900 soldados (800 deles a cavalo), Garibaldi deixou Roma. Em sua perseguição saíram três exércitos (francesesespanhóis e napolitanos) com quarenta mil soldados. Ao norte lhes esperava o exército austríaco, com quinze mil soldados. Anita e o marido tinham que enfrentar a guerra e lutar para salvar o território italiano. Mesmo grávida do 5º filho, ela enfrentou tudo até o fim.

Anita, no final da gravidez, tentou não ser um peso para o marido, querendo deixá-lo despreocupado para lutar sozinho na guerra, em que ela poderia ir morar com a mãe dele, como seus filhos moravam, mas suas condições de saúde pioraram quando atingiram a República de San Marino. Ela e Garibaldi decidiram não aceitar o salvo-conduto oferecido pelo embaixador americano e continuaram a fuga, pois não teriam como lutar contra milhões de soldados e se fossem presos, morreriam na cadeia. Com febre e perseguida pelo exército austríaco, foi transportada às pressas à fazenda Guiccioli, próximo a Ravenna, onde morreu no parto junto com a criança, em 4 de agosto de 1849, para desespero de Garibaldi.

Caçado pelos austríacos, sem nem sequer poder acompanhar o sepultamento da esposa, Garibaldi saiu outra vez para o exílio e nos dez anos em que esteve fora da Itália, os restos mortais de Anita foram exumados por sete vezes. Por vontade do marido, seu corpo foi transferido a Nice. Em 1932, seu corpo foi finalmente sepultado no monumento construído em sua homenagem no Janículo, em Roma.

OS ÚLTIMOS CANGACEIROS VIVOS.

Por: José Mendes Pereira

Ainda existiam 4 cangaceiros vivos, todos remanescentes do bando de Lampião, quando este atuou fortemente nos sete Estados do Nordeste: Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Bahia e Sergipe.

  

Segundo o escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima, que havia publicado em seu blog: http://www.joaodesousalima.com/, os cangaceiros que ainda estavam vivos eram: 

http://www.trilhabrasil.com.br/expedicao2000/images/jun_d1_ne.jpg

Manoel Dantas Loiola (Candeeiro), 

http://4.bp.blogspot.com/_8Ch8kqRaXWk/TUCHQUxgsMI/AAAAAAAAA7c/LUzvxemB8sY/s400/DSC00830.JPG

Dulce Menezes (a senhora que está ao lado direito era irmã de Dulce, e faleceu esta semana com 102 anos de idade), 

http://1.bp.blogspot.com/_8Ch8kqRaXWk/TUCK9YyBKqI/AAAAAAAAA70/NZ168wQ9iqU/s400/vinte%2Be%2Bcinco.JPG

o Vinte e Cinco (José Alves de Matos), 

http://4.bp.blogspot.com/_8Ch8kqRaXWk/SwsHlaalbrI/AAAAAAAAAF0/HKIfR2wE8yg/s1600/fotos+novas+022.jpg 

e Aristéia Soares que passou todo seu tempo no Capiá da Igrejinha, Canapí, Alagoas, e hoje reside com o filho Pedro Soares, sendo bem cuidada pelo filho e a nora Damaris. 

Mas infelizmente, a ex-cangaceira Aristéia Soares, esta semana viajou para o reino de Deus, vítima de problemas estomacais.

Com a partida de Aristéia Soares, agora só restam três ex-cangaceiros: Candeeiro, Dulce Menezes e José Alves de Matos, este último alcunhado no cangaço por Vinte e Cinco.

Poderá ainda existir algum cangaceiro no anonimato, mas é mais provável que estes acima são os últimos remanescentes do bando de Lampião.

Noite de lua, céu na bacia (Poesia)


Noite de lua, céu na bacia


Noite de lua
céu na bacia
toda a vida
toda a sorte
o ser e o destino
por cima da água

minha avó
olhava e sorria
trocava a água
e o mistério
era refeito
com a água
repousando calma
e brilhando muito
na meu rosto
espalhado ali
e nos olhos
da minha avó
que chorava
de felicidade

foi por isso
que um dia
ela disse contente
que o vasto mundo
era todo meu
mas bastando
que eu tivesse
apenas o necessário
para viver bem
com honra
coragem para lutar
e dividir a vitória
com a humildade
dos que sabem
que tudo tem
sem nada ter.


Rangel Alves da Costa
 Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

O CORONEL, O FRADE E O DOCE DE FRADE (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

O CORONEL, O FRADE E O DOCE DE FRADE
                                    
Dizem que numa terra distante, ainda num tempo onde o coronelismo imperava e tomava conta de terra e gente, havia um coronel afamado que se indispôs com o padre da serventia e foi a maior confusão. Dizem que a história chegou até o Vaticano. Sei não...

Verdade é que um jagunço, que de vez em quando ia chorar seus pecados na porta da igreja, ouviu o celebrante, que era um frade, dizendo missa e deixando o sermão das coisas divinas de lado se danou a falar mal do seu patrão, o Coronel Tiburciano Titó.

Perante a igreja cheia de fiéis pecadores e beatas fofoqueiras, o frade não mediu palavras para desqualificar o rei do mandonismo desde sua primeira raiz. Esculhambou com o coronel sem piedade, chamando-o de gerente de escravos, encomendador da morte de pobres donos de pedacinhos de terra, blasfemo, pai de uma ninhada de filho que não dava nenhuma importância, safado, grileiro de uma figa, corrupto e traiçoeiro. E prometeu que diria mais na próxima missa, pois aquilo não era nem metade do que sabia.

Como era de se esperar, ao ouvir aquele palavreado do frade o jagunço nem pensou duas vezes. Dobrou a esquina e seguiu em direção ao sobrado do poderoso, pedindo uma audiência urgente para tratar de assunto dos mais apimentados. Não demorou muito e foi avisado que o patrão estava deitado na rede da varanda lhe esperando.

Depois de tirar o chapéu e se ajoelhar perante o homem, ainda de cabeça baixa disse do que se tratava. O coronel deu um pulo que assustou até o jagunço. E a cada passagem que era contada o homem avermelhava, bufava, cusparava pelo chão, mordia charuto, ficava em tempo de explodir. Num dado momento disse “chega!”. E falou gritando:

“Apois, vosmicê volte até lá agorinha mermo, entre na igreja e procure aquele safado onde ele tiver, seja na sacristia ou de furdunço com beata sem vergonha, e diga a ele que na próxima missa eu vou levar um tabuleiro de doce de frade pra dar de presente, que é pra mostrar ao povo daquela igreja com quantas cabeças de frade safado se faz uma cocada. Vá, chispa daqui!”.

Como se sabe o doce ou cocada de frade tem esse nome porque é feita com a polpa branquicenta de um cacto ovalado, nascido na aridez da caatinga e chamado cabeça de frade. E isto porque na parte de cima do cacto existe uma auréola avermelhada por onde floresce. Retirando-se os espinhos e a casca verdosa e grossa, surge uma polpa que é cortada em cubos e levada ao fogo com leite de coco e açúcar para a feitura da cocada.

Mas voltando ao recado, verdade é que assim que chegou à igreja, o jagunço encontrou o frade já se encaminhando para a sacristia. A igreja estava totalmente vazia e o religioso despreocupadamente com um copo de cachaça na mão, pois era adepto convicto de uma branquinha. Segundo ele, superava em muito o vinho aguado que as beatas traziam. Virou o copo e perguntou o que o rapaz desejava.

E o homem disse ao seu modo: “Só vim dizer que o Coronel Tiburciano mandou avisar que já que o senhor está falando tanto mal dele, então ele vai trazer um tabuleiro de cocada de frade pra presentear na próxima missa”.

O frade não entendeu muito bem o recado repassado pelo homem. Mas começou a refletir no mesmo instante a partir das palavras “falando mal do coronel” e “presente de cocada de cabeça de frade num tabuleiro”.

Então rapidamente perguntou ao homem: “E por aqui alguém faz doce de frade? Onde tem cabeça de frade por aqui?”. E o jagunço respondeu: “Que eu saiba, a única cabeça de frade que tem por aqui é a sua”.

O coitado do frado quase congelou, passou rapidamente a mão pela cabeça para ver se esta continuava no lugar e pediu licença ao emissário do coronel. Disse que voltava num instantinho, mas no momento seguinte já estava pulando a janela da sacristia com sua maletinha e entrando amedrontado, apressado, no oco do mundo. Levando logicamente sua garrafa de pinga.

Para espanto dos fiéis e beatas, nunca mais foi visto por ali. Na ausência do religioso, o coronel até pensou em celebrar, ele mesmo, os ofícios religiosos. Mas depois lembrou que tinha pecado demais para se atrever a tal.


Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com