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domingo, 8 de janeiro de 2017

LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.
E-mail: franpelima@bol.com.br


Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

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RASO DA CATARINA UMA MARAVILHA!


Dadá, viúva de Corisco e uma das sobreviventes do ciclo do cangaço, declarou que o melhor período de sua agitada vida no cangaço foi passada no Raso da Catarina. 


Disse ela: “Aquilo é que foi uma maravilha ... Não faltava nada. Todo dia tinha caça para comer, era cutia, tatu, peba, caititu. Do mato eles traziam as plantas para a gente fazer remédio e comer ... 


Hoje, quando ouço falar que o povo por lá passa fome, não acredito. Naquele tempo, no Raso, ninguém morria de fome. Só de tiro.”

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CARTA DE DESPEDIDA DA ALEGRIA

*Rangel Alves da Costa

A alegria também se despede. A alegria também dá adeus. Já ao longe acena com lágrimas, com lenço molhado de saudade, com olhos marejados pelo que virá. E também escreve cartas, como esta escrita pouco antes de sua despedida.

“Ainda sou a alegria. Talvez por pouquíssimos instantes, mas ainda sou alegria. Contudo, já não me contenta por ser assim, eis que tudo chega ao fim. Reconheço em mim, no mais profundo âmago, que já não serei mais o que sou. Tudo nasce e tudo morre. E assim também comigo.

É bom ser alegria, pois a alegria significa contentamento, paz interior, sorriso nos lábios e no olhar, prazer pela existência, vibração no compartilhamento daquilo que tanto amamos. Alegria também é estar bem consigo mesmo, é cantar, é ser passarinho pelos horizontes do olhar.

Por ser alegria, por viver a alegria, eu muito sorri, muito brinquei, muito compartilhei desse doce deleite espiritual. Aproveitei o máximo do que me foi permitido, busquei a todo instante fruir toda a felicidade. E assim fiz sem pensar no amanhã, pois já sabendo que muito não duraria a fúria do contentamento. Eu sabia que tudo tem um fim.

Tudo tem um fim e o meu fim se aproxima. Oh como fui feliz na minha alegria. Amei sem medo, amei sem dúvidas, amei com entusiasmo e até devoção. Abracei a manhã, abracei o sol, abracei a lua, abracei tudo o que ao meu olhar trouxesse satisfação. Beijei o amigo, beijei a flor, acariciei amorosamente a vida.

Mas por que me despeço agora? Por que sei que já não tenho do que me contentar dentro de tão pouco tempo? Por que, como numa viagem, já me vejo arrumando as malas para a partida, para o adeus, para a despedida? Uma só resposta: tudo tem seu tempo. Sim, aquele mesmo tempo do Eclesiastes.


E diz a sabedoria bíblica: Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz. Assim diz Eclesiastes 3:1-8.

Como visto, se tudo tem o seu tempo de existir sobre a terra, assim também é o meu tempo. Se o meu tempo foi de alegria, então tudo se dissipa, tudo se esvai para chegar outro tempo, que é a minha antítese ou o meu outro lado na mais difícil e cruel face: a tristeza. Por que nada existe para a eternidade, abraço o silêncio da estrada e vou.

As primaveras também se despedem assim. Os frutos maduros e doces da estação também se despedem assim. A própria vida também se despede assim. De repente as flores vão perdendo o viço, o perfume, a beleza, e murcham e caem. As frutas despencam do alto e vão se tornar em restos apodrecidos no reles do chão. E o viver para morrer um dia. Disso nada há de fugir.

Lembro-me agora do meu último sorriso. Olhei para o alto e avistei um nome desenhado pelas linhas da nuvem. Talvez ninguém mais pudesse ler ali o seu nome, mas eu li e sorri. Mas sei que daqui a pouco nem mesmo o palhaço ou a piada, nem mesmo o acontecimento mais divertido possa me fazer esboçar um sorriso.

Assim por que já estarei triste, já serei tristeza. E vou chorar, e vou sofrer, e vou sentir saudades. Até que também passe o tempo da tristeza. Até que um sol de manhã me traga de volta e eu novamente cumpra o meu destino de conviver com momentos de felicidade. E não mais sofrer tanto pela sua ausência”.

E assim se foi a alegria. Quem agora a encontra em tristeza talvez não recorde aquele tempo do Eclesiastes. Mas este existe como lição: tudo só é eterno enquanto dura!

Escritor
Membro da Academia de Letras de Aracaju
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DOIS LIVROS DO ESCRITOR LUIZ RUBEN BONFIM

Autor Luiz Ruben Bonfim

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Luiz Ruben F. de A. Bonfim
Economista e Turismólogo
Pesquisador do Cangaço e Ferrovia

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O CANGACEIRO MEIA-NOITE

Foto do bando de Lampião nos primeiros anos da década de 1920.

(...)

O historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros afirma em seu blog https://tokdehistoria.com.br/2013/08/14/a-historia-do-tiroteio-no-sitio-tataira-e-a-incrivel-resistencia-do-cangaceiro-meia-noite/ que, segundo o escritor Érico de Ameida, no livro “Lampeão-Sua História” (págs. 63 a 68), publicado em 1926, o cangaceiro Meia-Noite (o primeiro em pé daesquerda) se chamava Antonio Augusto Feitosa, teria em 1924 a idade de 22 anos, sendo originário da região de Olho D’Água do Casado, próximo a Paulo Afonso, Alagoas e possuía a fama de ser extremamente valente.

Meia Noite

Diante de uma horda composta de um número de cangaceiros que superava os oitenta homens, todos dispostos e bem armados, o assalto a Sousa foi um sucesso para o bando.

O saque foi tão desenfreado e até mesmo os aliados de Chico Pereira sofreram nas mãos dos cangaceiros. Casas comerciais, residências e qualquer local onde houvesse algo de valor foram “visitados”. 

Não tenho a fonte de quem a coloriu

A situação chegou a um ponto tal que durante o ataque, Chico Pereira deixou a função de chefe cangaceiro para buscar controlar as feras que ele mesmo incentivou a atacar a cidade. João Gomes de Lira, que foi oficial da Polícia do Estado de Pernambuco, antigo perseguidor de Lampião e autor o livro “Lampião-Memórias de um soldado de volante” (Recife,1990), afirma na sua página 143 que Chico Pereira foi “Quem muito defendeu Sousa de Piores desatinos”.

(...)

https://tokdehistoria.com.br/2013/08/14/a-historia-do-tiroteio-no-sitio-tataira-e-a-incrivel-resistencia-do-cangaceiro-meia-

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A BATALHA DE MARANDUBA


Do livro: Sertão Sangrento - Luta e Resistência
De Jovenildo Pinheiro de Souza

Em princípios de janeiro de 1932, na fazenda Maranduba, no sertão do Sergipe, Lampião repetiu o fato militar da Serra Grande, em 1926, ao derrotar uma numerosa força militar, integrada por famosos combatentes contra o cangaço. Na opinião de um desses destacados militares, o Tenente Manoel Neto, da força pernambucana, em Maranduba “ele nunca tinha visto tanta bala como viu ali”. A intensidade do tiroteio travado entre Lampião e o seu bando e as forças militares foi de tal intensidade que um contemporâneo dos acontecimentos registrou o fato de que “uma coisa que foi muito comentada e com curiosidade, foi que no local em que aconteceu o fogo de Maranduba, durante vários anos, das árvores e dos matos rasteiros não ficaram folhas. Tudo era preto, como se tivesse passado um grande fogo. As árvores ficaram completamente descascadas de cima abaixo, de balas". Tal como ocorrido em Serra Grande, Lampião preparou uma emboscada com o objetivo de liquidar, de uma só vez, todo o efetivo militar. Mais uma vez, os chefes da força policial subestimaram a competência de Lampião e acreditaram que a superioridade que detinham em homens e armas seria um fator de desequilíbrio na batalha.

Alguns historiadores tentam minimizar a vitória obtida por Lampião depois de uma feroz batalha, admitindo, apenas, de que, no final das contas, houve “perdas humanas tanto entre os cangaceiros como entre as forças volantes, porém com maior prejuízo para estas ...” . Para que se tenha uma idéia do que representou esta batalha para ambos os lados e para a história das lutas sociais do Nordeste, dois pontos devem ser ressaltados: 

O primeiro ponto importante refere-se à participação, nesta batalha, dos aguerridos e temíveis nazarenos. Os nazarenos, uma força policial dedicada em tempo integral na busca e, se possível, destruição de Lampião e seu bando, já eram lendários nos sertões nordestinos, por suas ações militares. Nesta batalha participaram sob o comando do Tenente Manoel Neto.

O segundo ponto a ser destacado é que, apesar da longa, dolorosa e sangrenta campanha contra Lampião e da experiência militar adquirida, mais uma vez os chefes militares deram provas de que sua inteligência sempre ficou abaixo dos arroubos da valentia. A raiva, a fúria e a arrogância foram confrontadas com o sangue-frio, a paciência e a inteligência de Lampião. Rodrigues de Carvalho chegou a afirmar, analisando estas e outras batalhas que Lampião tinha praticado “façanhas de deixar muito curso do Estado Maior com água na boca”

No caso específico de Maranduba, o historiador Rodrigues de Carvalho não hesita em afirmar que, apesar da superioridade em homens e armas, por parte das forças militares, Lampião demonstrou uma superioridade tática sobre seus adversários. Escreve ele: “E a verdade deve ser dita: quem primeiro abandonou o campo de luta foi a força” E, mais adiante: “O fato é que durante a extensão da tremenda refrega, que foi por toda a tarde, pode dizer-se sem medo de cometer injustiça, o domínio da situação pertenceu ao ardiloso facínora. Estava todo o tempo, como se diz vulgarmente, serrando de cima".

O cangaceiro Ângelo Roque (Labareda) que participou nesta batalha, em depoimento prestado a Estácio Lima e publicado no livro O Mundo Estranho dos Cangaceiros, descreve o que aconteceu, neste dia, no seu linguajar típico:

“... Nóis cheguêmo na caatinga de MARANDUBA, pru vorta di maio dia, i
tratemo di discansá i fazê fogo prôs dicumê, i nóis armoçá. Mas a gente num si descôidava um tico, i nóis sabia qui as volante andava pirigosa. Inquanto nóis discansava, botemo imboscada forte, di déiz cabra pra atacá us macaco qui si proximasse. Nóis cunhicia us terreno daqueles mundão, parmo a parmo. Us macaco num sabia tanto cuma nóis. Todos buraco, pedreguio, levação, pé di pau, pru perto, nóis sabia di ôio-fechado, i pudia tirá di pontaria sem sê vistado. Nisso, vem chegano u’a das maió macacada qui tivemos di infrentá. I us cumandante todo di dispusição prá daná: MANUÉ NETO, qui us cangacêro tamém chamava MANÉ FUMAÇA, ODILON, EUCRIDE, ARCONSO i AFONSO FRÔ. Tamém um NOGUÊRA.

Nesse bucadão di macaco tava u Capitão ou Tenente LIBERATO, du izérto. Dizia us povo qui ele era duro di ruê. I era mesmo. Brigava cuma gente grande, i marvado cumo minino. Mas porém, valente cumo u capêta. Di nada sirvia a gente gostá i tratá com côidado um mano qui êle tinha na Serra Nêga. Essa FORÇA toda dus macaco si pegô mais nóis na MARANDUBA. Nóis era trinta e dois cabra bom. U Capitão Virgulino tinha di junto, nessa brigada, us principá cangacêro: VIRGINO, IZEQUIÉ, ZÉ BAIANO, LUIZ PÊDO i seu criado LABAREDA. Dus maiorá só fartava mesmo CURISCO sempre gostô di trabaiá sozinho, num grupo isculido di cangacêro, mais DADÁ. Briguemo na MARANDUBA a tarde toda i nóis cum as vantage cumpreta das pusição, apôis us macaco num pudia vê nóis. A volante di NAZARÉ deve tê murrido quaji toda. Caiu, tamém, matado di u (a vêis, um dus FRÔ, qui si bem mi alembro, foi u AFONSO. Cumpade Lampião chegô pra di junto do finado i abriu di faca a capanga dêle, i achô um papé qui tinha iscrito um decreto dizeno qu ele já tinha davo vintei quatro combate cum u cumpade Lampião. Veio morrê nu vinte i cinco. A valia qui tivemo nessa brigada foi us iscundirijo. Morrero, aí, trêiz cangacêro i trêiz ficô baliado. Us istrago qui fizemo nessa brigada foi danado ! Matemo macaco di horrô !”. 

Do depoimento de Labareda e de outros testemunhos da batalha de Maranduba, alguns pontos devem ser destacados:

1. O completo conhecimento que Lampião e os cangaceiros tinham do terreno onde foi travado o combate.

2. A competência tática de Lampião em contraposição à incompetência dos chefes militares.

3. A participação dos nazarenos, comandados pelo Tenente Manoel Neto, um veterano nas lutas contra Lampião e o cangaço.

4. As baixas entre nazarenos: seis mortos e oito feridos.

5. As baixas entre os cangaceiros: três mortos e quatro feridos.

6. Um detalhe importante: as tropas militares eram superiores em número, na proporção de três para um.

Enfim, a batalha de Maranduba constituiu-se num acontecimento invulgar na história recente do Nordeste. Na opinião de Rodrigues de Carvalho, este combate pode ser considerado como sendo o mais “renhido e porfiado de todos os cheques armados desta controvertida campanha contra o banditismo no eixo Sergipe-Bahia. Foi uma chacina horrível pelas deploráveis consequências que tivera para as forças legais empenhadas no combate. O número de baixas fatais foi muito grande, exagerado mesmo, em relação ao número de combatentes empenhados na refrega”.

Diante da tragédia que significou esta derrota das forças militares diante de Lampião e seu grupo, a historiografia oficial tenta minimizar o fato. O Capitão João Bezerra, personagem central do nebuloso episódio de Angicos, no seu livro de memórias, ao referir-se ao episódio de Maranduba, afirma apenas que neste local foi travado um “encarniçado combate com grandes perdas de parte a parte entre mortos e feridos". Quase a seguir, duas páginas adiante, ele retifica a sua informação, dizendo que Lampião tinha sido “destroçado em Maranduba”.

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?fref=ts

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NOVO LIVRO NA PRAÇA "O PATRIARCA: CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO, IOIÔ MAROTO".


O livro "O Patriarca: Crispim Pereira de Araújo, Ioiô Maroto" de Venício Feitosa Neves será lançado em no próximo dia 4 de setembro as 20h durante o Encontro da Família Pereira em Serra Talhada.

A obra traz um conteúdo bem fundamentado de Genealogia da família Pereira do Pajeú e parte da família Feitosa dos Inhamuns.

Mas vem também, recheado de informações de Cangaço, Coronelismo, História local dos municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, São Francisco, Bom Nome, entre outros) e a tão badalada rixa entre Pereira e Carvalho, no vale do Pajeú.

O livro tem 710 páginas. 
Você já pode adquirir este lançamento com o Professor Pereira ao preço de R$ 85,00 (com frete incluso) Contato: franpelima@bol.com.br 
fplima1956@gmail.com

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2016/08/novo-livro-na-praca_31.html

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CONHEÇA A HISTÓRIA DA CANGACEIRA COMPANHEIRA DE LAMPIÃO, MARIA BONITA

TEXTO: Leandro Valquer
FOTO: Reprodução - Adaptação web: David Pereira

Maria Déa, popularmente conhecida como Maria Bonita, foi uma sertaneja baiana, natural da cidade de Santa Brígida, fruto legítimo da fazenda de Caiçara, que tornou-se uma das figuras mais emblemáticas  da história da Bahia.

Viveu a infância comum das meninices de sua época e de sua classe social na caatinga, entre os irmãos e a parentalha, divertindo-se no balanço dos arvoredos e nas brincadeiras de roda ou com bonecas de sabugo de milho vestidas de chita. Vez por outra gastava a infância no labor modorrento das roças da família. Maria Déa casou-se bem jovem com o primo, o sapateiro José Neném. Cultivaram no casamento vasto pé de briga, com esparsas separações em que Maria refugiava-se na casa dos pais. Num destes retiros de Maria, por volta de 1929, Lampião rondava pelas cercanias de Santa Brígida, quando, surpreso, deparou-se com Maria Déa, ficando encantado, enlouquecido com sua beleza. 

Durante um ano Lampião vagou apaixonado pelas redondezas da fazenda, visitando-a regularmente. Virgulino amaria até o fim da vida, a primeira cangaceira batizada pela mão de Lampião, neste bando que era estritamente masculino.

A entrada de Maria Bonita no bando, com festiva e calorosa recepção de baile perfumado, estimulou o aparecimento de um numeroso e crescente séquito de mulheres guerreiras que mudaram o modo de vida no cangaço. 

Após a chegada de Maria Bonita, viriam Dadá, Lídia, Inacinha, Maria de Juriti, Verônica, entre outras. Os pequenos grupos relativamente autônomos chefiados por diversos cangaceiros ganharam características mais familiares. 

No chapéu de couro de Lampião apareceu bordado com moedas de ouro a palavra Amor. Maria Bonita foi a única pessoa que teve forte ascendência sobre Lampião, e é este signo de mulher firme e libertária que, de certa forma, modelou o comportamento das demais cangaceiras. 

http://racabrasil.uol.com.br/especiais/a-historia-de-maria-bonita/2397/

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EM 13 DE DEZEMBRO DE 1912 NASCIA LUIZ GONZAGA

Por Juliana Pereira

Em 13 de dezembro de 1912, nascia na Fazenda Caiçara, em Exu, sertão de Pernambuco, nosso eterno rei da música regional nordestina, Luiz Gonzaga do Nascimento, filho de Januário José Santos, agricultor/sanfoneiro de 8 baixos e de Ana Batista de Jesus (Santana), agricultora/ dona de casa (vendia cordas na feira).

"Luiz Gonzaga foi um matuto que conquistou o mundo, como bem nos disse o jornalista pernambucano, Gildson de Oliveira. Guimarães Rosa dizia que " o mundo é mágico, pessoas não morrem, ficam encantadas", em sendo assim, Mestre Lua encantou-se em 02 de agosto de 1989, nos deixando um legado de 49 anos de uma extensa e intensa produção musical.


Luiz Gonzaga e sua última mulher, Maria Edelzuita Rabelo, uma sertaneja nascida em São José do Egito-PE. Ela o acompanhou durante seus últimos dias de vida e dor.

O porta-voz da nação nordestina, certa feita, disse:

"Não é preciso que a gente fale em miséria, em morrer de fome. Eu sempre tive o cuidado de evitar essas coisas. É preciso que a gente fale do povo exaltando o seu espírito, contando como ele vive nas horas de lazer, nas festas, nas alegrias e nas tristezas. 

Quando faço um protesto, chamo a atenção das autoridades para os problemas, para o descaso do poder público, mas quando falo do povo nordestino não posso deixar de dizer que ele é alegre, espirituoso, brincalhão. Eu sempre procurei exaltar o matuto, o caboclo nordestino, pelo seu lado heroico. Nunca usei a miséria desvinculada da alegria."

Gonzaga foi mais que um sanfoneiro, ele dizia que mais do que ele era, não queria ser não. Nos fez apenas um pedido:

"Gostaria que lembrassem que sou filho de Januário e dona Santana. Gostaria que lembrassem muito de mim; que esse sanfoneiro amou muito seu povo, o Sertão. Decantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes. Decantou os valentes, os covardes e também o amor”.

Toda reverência ao Rei e ao seu legado! Salve o Mestre Luiz Gonzaga do Nascimento! Salve!!!

Juliana é pesquisadora do cangaço e sócia da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço.

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MAIS UMA HISTÓRIA DE LUIZ GONZAGA, O REI DO BAIÃO

Guadalupe e Luiz Gonzaga

Seu Reginaldo Silva, 59, trabalhou produzindo os shows do Mestre Lua durante 12 anos, entre 1977 e 1989, quando Luiz Gonzaga faleceu. Mora em Juazeiro do Norte e hoje dirige a Fundação Vovô Januário, criada para ajudar as crianças pobres de Exu.


Os patos

Fomos fazer um show em Jardim (CE), em 1984, 1985, por aí. Era um show filantrópico, uma parceira com a igreja do padre Adauto, Vigário da cidade. O dinheiro ia ser dividido metade para a gente e metade para as crianças do orfanato. Ele tinha ido com uma caminhoneta e apareceu carregado de rapadura, que ia levar para os meninos de Exu. Na hora de se apresentar, ele chegou por trás de mim, cochichou do meu ouvido: 

“Tem pouca gente, né? Não receba nada do padre não”.

E fez o show, artista de grande valor como era ele. Os artistas da mídia nem fazem shows desses tipo. Nem vão nas cidades pequenas, com o sentido de ajudar um orfanato. No dia seguinte, o padre achava que ele ainda estava na cidade e chamou para tomar café da manhã, mas Seu Luiz já tinha ido embora.


- Não, ele não foi embora. A carrada de rapadura ainda está aqui. Mais tarde vem buscar.

- A rapadura é sua, padre, para o senhor dar para os seus meninos. Também disse para fazer o mesmo com o dinheiro.

- Não é possível! Mas, e você?

- Não, obrigado. Eu não como dinheiro não.

- E os músicos?

- Se ele não aceitou, os músicos também não vão aceitar não… Então, para eu não sair daqui sem nada, me dê esse casal de patos.

Aí deixei os patos na fazenda de Seu Luiz, para se criarem. Quando eu lembrei dos patos e fui lá pegar, ele já tinha comido os bichos.

- Mas Seu Luiz, eram os meus patos…

- Mas o açude é meu. - dizia ele.

- Mas não tava acertado que a gente ia criar os patos na meia [dividindo pela metade]?

- Meia eu não vi não. Só comi os patos - ele me disse.

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