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segunda-feira, 3 de março de 2014

Lampião Cangaço

Por Antonio Correia Sobrinho*

Trago aos amigos, das páginas do Jornal Sergipano, “Gazeta do Povo”, de 04/11/1925, sob o título: “Lampião que se Apaga”, uma das primeiras notícias chegadas aos sergipanos a respeito de “Lampião”.


“Lampião”, poucos os sabem, é o nome de um terrível bandoleiro do Nordeste. Nos sertões da Paraíba, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte, “Lampião” é um símbolo de maldade e um rebate de terror.

Longe, porém, de corresponder à função que o nome lhe assiná-la, “Lampião”, ao invés de iluminar, adensa as trevas do cangaceirismo, imerge grande zona do Nordeste na noite da barbaria e de incultura.

Ainda há poucos meses, à frente de seu grupo de facínoras, “Lampião” enfrentou uma força policial da Paraíba e, por artes do demônio conseguiu fugir incólume depois de ter ferido mortalmente o bravo comandante da força.


Os governos daqueles Estados, alarmados com as proezas de “Lampião”, resolveram conjugar os seus esforços no sentido de prender, de vez, nas malhas da justiça, o famigerado bandoleiro.

Expedições foram enviadas em todos os sentidos no intuito de pôr termo às aventuras do sucessor de Antonio Silvino. Como se sabe, uma das maiores dificuldades da caça aos cangaceiros é o conhecimento que estes possuem de todos os caminhos e atalhos por onde manobram com incrível rapidez, fugindo ao contato das forças policiais.

Somente policiais afeitos, também, ao palmilhar dos sertões podem lutar em condições de igualdade, com os terríveis bandidos volantes. Daí o critério especial adotado pelos governos nordestinos na escolha de forças destinadas ao combate com os bandoleiros.

Chega, um dia, enfim, em que o grupo facinoroso, pilhado a jeito, tem que morrer ou entregar-se.

O dia fatal de “Lampião” parece não vir muito distante. As últimas notícias afirmam ter havido um encontro entre o terrível bandoleiro e a polícia cearense resultando daí ter “Lampião” um olho vazado.

É sem dúvida um signo fatal: Um “Lampião” que se apaga...

Quando teremos, enfim, nos sertões brasileiros, de todo apagados esses “Lampiões” da morte e do crime? 

Facebook: Antonio Correia Sobrinho* 

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Casa onde nasceram os filhos de José Ferreira da Silva.


Segundo o Governador do Sertão, em sua página no facebook, esta é a casa onde nasceu o filho de José Ferreira da Silva e dona Maria Sulena, Virgulino Ferreira da Silva, o famoso e sanguinário Lampião, no Sitio Passagem das Pedras, em Serra Talhada no Estado de Pernambuco.
Todos os filhos do casal nasceram neste sítio. 

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Os foliões Gonzaga e Chapita no carnaval de Mossoró - 02 de Março de 2014

Por Geraldo Maia do Nascimento


No final da década de cinquenta, o país se emocionava com a radionovela “O Direito de Nascer”. O sucesso da novela era tão grande que acabou virando marchinha de carnaval.

Em Mossoró, Luís Gonzaga da Rocha, um jovem folião, humilde mas de grande criatividade, resolveu inovar naquele carnaval de 1957. Idealizou uma boneca gigante, feita com armação de arame e aspas, coberta com papel de saco de cimento. Depois da estrutura pronta, pintou a boneca de preto e cobriu seu corpo com um grande vestido de estampa colorida. Na hora de escolher o nome da boneca, não teve dúvida: o resultado do seu trabalho tinha ficado semelhante a descrição de uma das personagens da telenovela que era Mamãe Dolores. Nascia assim a primeira boneca gigante do carnaval de Mossoró.

De 1957 até 1976, aproximadamente, a boneca saiu todos os anos sob o comando do próprio Gonzaga, que reunindo um grupo de amigos, percorria os diversos bairros da cidade, entoando a marchinha “O Direito de Nascer” acompanhada por batucada de bombos e taróis, para o deleite dos adultos e o terror das crianças que corriam com medo da boneca.

Em 1977 morre o folião Luís Gonzaga da Rocha. Mas para não deixar morrer a tradição, o seu filho, Luís Gonzaga Filho, volta a botar a Mamãe Dolores nas ruas, em homenagem a memória do seu pai e para a alegria dos foliões que amam o verdadeiro carnaval de rua.

A iniciativa de Luís Gonzaga de criar a Mamãe Dolores fez escola em Mossoró, tanto assim que em 1967 um outro folião, o mecânico de automóveis Edmilson Cassiano da Silva, mais conhecido por Chapita, resolveu também criar uma boneca gigante para brincar o carnaval. Nascia assim a “Maria Manda Brasa”, que saiu pela primeira vez no carnaval de 1967, ao som de um fole tocado pelo próprio Chapita, acompanhado por bombos, taróis e reco-reco, tocados pelos amigos.

Chapita era uma pessoa muito alegre e extrovertida, que no período de carnaval enchia a casa de amigos, principalmente crianças, de onde saiam com a boneca, todos os dias de carnaval, cada dia em um bairro diferente. Com o tempo, Chapita foi criando outros bonecos como o Boi e o Jaraguá, este último um misto de corpo de homem e cabeça de animal.

Chapita morreu em 1979 deixando saudades, pois com sua morte desapareciam seus bonecos do carnaval de Mossoró.

A fase áurea dos grandes carnavais mossoroenses perdurou até o final dos anos setenta. A rivalidade existente entre os clubes Associação Cultural e Desportiva Potiguar (ACDP) e Ypiranga deixaram saudades. Eram clubes frequentados pela elite, onde mesas cativas eram disponibilizadas às famílias mais tradicionais. Nas ruas, blocos carnavalescos eram organizados, cada bloco trabalhando suas alegorias de modo a superar seus concorrentes. Marcaram época nos anos setenta os blocos Hi Fi, composto pela elite da sociedade mossoroense, o bloco Sky, Ciganas Zíngaras, que era formado só por garotas, o Carmafeu de Oxossi, que era composto por moradores do Alto da Conceição e os Falcões, formado por moradores do bairro Doze Anos.

Hoje já não existe mais carnaval em Mossoró. Apenas algumas manifestações isoladas, fruto da obstinação de velhos foliões, nos lembra a folia de momo.

Autor: 
Geraldo Maia do Nascimento

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Fonte: 

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