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segunda-feira, 19 de agosto de 2024

VIDA E MORTE DE VIRGULINO

 Por Rangel Alves da Costa

Eu me chamo Virgulino, não tenho outro nome de pia, tendo por pai um José e por mãe uma Maria. Poderia ser chamado de Virgulino de Maria, mas outro apelidado me foi dado em distante freguesia. Um filho chorando um pai, pois morto em triste dia, quando a arma do poder tirou o que dele existia, jogando à própria sorte o que da família existia, fazendo surgir o ódio e toda vingança que havia.

Mas o que mais afligia era ser acusado de crime que nem de longe eu cometia. Dizer que minha família roubava a honra toda anuvia, cria no homem um ódio que nunca se atrofia, é querer criar bandido naquele de calmaria. Quando a fama se fez grande, acusado em demasia, então o jeito foi passar a ser aquilo que eu não queria, então agi pelo erro e fiz o que não queria: fazer o que não tinha feito pra provar a valentia.Coisa triste era a fome de vingança que eu sentia, mas não tinha outro jeito a dar naquilo que eu pressentia, ou dava o troco no troco ou escolhia a covardia, como não nasci pra temer então escolhi a ousadia, em dar um troco maior naquilo que me feria.
Quando o sangue jorrou nas terras onde eu vivia, o homem se fez em galope no filho de José e Maria. Uma chama acendeu, mas juro que não queria, e quando labareda comeu eu já estava em rebeldia, lutando contra o algoz desde o amanhecer do dia. 
 
Dói demais relembrar uma família em correria, saindo de canto a outro, sem ter sossego e alegria, e só se mantendo viva pelo revide que existia. Se bala viesse de lá, a bala daqui zunia, se tocaiado algum fosse, outra emboscada fazia.

Quando já sem pai e sem mãe, o mundo foi moradia. Ao lado de irmãos seguia nos rastros da valentia, levava comigo a certeza do que o mundo oferecia: lutar contra a injustiça e sua esfomeada sangria, ser um guerreiro do mato, um Lampião que na guerra alumia.

Na chama o Lampião, só assim me conhecia, deixado de lado o Virgulino e o filho de Maria. Foi nos carrascais desse mundo, na vida em descortesia, que empunhei arma e punhal pra viver em rebeldia, caçando e sendo caçado, no prazer e na agonia.
 
Eram muitos Lampiões que surgiam a cada dia. Na sina do sertanejo a dor que transparecia, maltratado e oprimido, um escravo de sesmaria, nas mãos do senhor coronel a desdita lhe doía, levando peso da canga e açoitado em grosseria.


Uma gente tão sofrida que a sorte lhe consumia, sem vez nem voz protetora, era água de bacia, derramada pelo chute do poder e sua demagogia. Capanga caçando irmão, no sertão a mesma pia, como se violar a pobreza causasse maior alegria. 
 
O povo desprotegido, a proteção mais queria, mas como encontrar alguém que lhe servisse de guia? Sinhô Pereira, Antônio Silvino ou Lampião, era o sertão que queria, ou alguém lhe defendia ou nada mais restaria.

E de repente Lampião já era o rei do sertão, o que muito enobrecia. Mas um viver de pesar que no prazer se fingia, todo adornado no ouro pra esconder o que a alma carcomia, sem descanso ao relento no peito a nostalgia. A punhalada da sina, na vida toda sangria.

Então no amor fui buscar o alento que queria. Depois de minha mãe Maria, eis que mais uma Maria. Essa toda bonita, flor no cabelo e laço de fita, e dizendo ninguém acredita, mas foi o prazer que tive em meio à vida maldita.


Por vinte anos vivi acendendo um Lampião, tratado com fidalguia, na fama e na honraria. Fui Capitão, do Estado a cortesia, e para fazer aquilo que eu dizia e não fazia. Não deseja fazer o que o poder queria, quando do outro lado o mesmo poder perseguia. 

Foi de conchavo e alinhavo, a trama que eu tecia. Do coronel a igreja, tudo à minha serventia. Mandava um bilhete assinado e logo o que eu queria, bastava me aproximar e toda porta se abria. Se um fogo despontasse, com fogo eu respondia.

Mas um dia o pavio do destino de vez me apagaria. Não foi na luta de homem, mas sim na maior covardia. Emboscaram todo o bando e o meu fim se fazia. Se levanto o mosquetão nada daquilo acontecia.

E foi o fim de Virgulino e também de sua Maria. Mas o homem que se foi na terra permanecia, não conseguiu ao sertão trazer a sua alforria, mas ensinou a lutar contra o mal que lhe oprimia, e continua a ensinar a não aceitar desvalia.

Rangel Alves da Costa, pesquisador, escritor, poeta
Conselheiro Cariri Cangaço - Poço Redondo, Sergipe
blograngel-sertao.blogspot.com

https://cariricangaco.blogspot.com/2017/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

VIDA E MORTE DE VIRGULINO

Por Rangel Alves da Costa

Eu me chamo Virgulino, não tenho outro nome de pia, tendo por pai um José e por mãe uma Maria. Poderia ser chamado de Virgulino de Maria, mas outro apelidado me foi dado em distante freguesia. Um filho chorando um pai, pois morto em triste dia, quando a arma do poder tirou o que dele existia, jogando à própria sorte o que da família existia, fazendo surgir o ódio e toda vingança que havia.

Mas o que mais afligia era ser acusado de crime que nem de longe eu cometia. Dizer que minha família roubava a honra toda anuvia, cria no homem um ódio que nunca se atrofia, é querer criar bandido naquele de calmaria. Quando a fama se fez grande, acusado em demasia, então o jeito foi passar a ser aquilo que eu não queria, então agi pelo erro e fiz o que não queria: fazer o que não tinha feito pra provar a valentia.Coisa triste era a fome de vingança que eu sentia, mas não tinha outro jeito a dar naquilo que eu pressentia, ou dava o troco no troco ou escolhia a covardia, como não nasci pra temer então escolhi a ousadia, em dar um troco maior naquilo que me feria.
Quando o sangue jorrou nas terras onde eu vivia, o homem se fez em galope no filho de José e Maria. Uma chama acendeu, mas juro que não queria, e quando labareda comeu eu já estava em rebeldia, lutando contra o algoz desde o amanhecer do dia. 
 
Dói demais relembrar uma família em correria, saindo de canto a outro, sem ter sossego e alegria, e só se mantendo viva pelo revide que existia. Se bala viesse de lá, a bala daqui zunia, se tocaiado algum fosse, outra emboscada fazia.

Quando já sem pai e sem mãe, o mundo foi moradia. Ao lado de irmãos seguia nos rastros da valentia, levava comigo a certeza do que o mundo oferecia: lutar contra a injustiça e sua esfomeada sangria, ser um guerreiro do mato, um Lampião que na guerra alumia.

Na chama o Lampião, só assim me conhecia, deixado de lado o Virgulino e o filho de Maria. Foi nos carrascais desse mundo, na vida em descortesia, que empunhei arma e punhal pra viver em rebeldia, caçando e sendo caçado, no prazer e na agonia.
 
Eram muitos Lampiões que surgiam a cada dia. Na sina do sertanejo a dor que transparecia, maltratado e oprimido, um escravo de sesmaria, nas mãos do senhor coronel a desdita lhe doía, levando peso da canga e açoitado em grosseria.


Uma gente tão sofrida que a sorte lhe consumia, sem vez nem voz protetora, era água de bacia, derramada pelo chute do poder e sua demagogia. Capanga caçando irmão, no sertão a mesma pia, como se violar a pobreza causasse maior alegria. 
 
O povo desprotegido, a proteção mais queria, mas como encontrar alguém que lhe servisse de guia? Sinhô Pereira, Antônio Silvino ou Lampião, era o sertão que queria, ou alguém lhe defendia ou nada mais restaria.

E de repente Lampião já era o rei do sertão, o que muito enobrecia. Mas um viver de pesar que no prazer se fingia, todo adornado no ouro pra esconder o que a alma carcomia, sem descanso ao relento no peito a nostalgia. A punhalada da sina, na vida toda sangria.

Então no amor fui buscar o alento que queria. Depois de minha mãe Maria, eis que mais uma Maria. Essa toda bonita, flor no cabelo e laço de fita, e dizendo ninguém acredita, mas foi o prazer que tive em meio à vida maldita.


Por vinte anos vivi acendendo um Lampião, tratado com fidalguia, na fama e na honraria. Fui Capitão, do Estado a cortesia, e para fazer aquilo que eu dizia e não fazia. Não deseja fazer o que o poder queria, quando do outro lado o mesmo poder perseguia. 

Foi de conchavo e alinhavo, a trama que eu tecia. Do coronel a igreja, tudo à minha serventia. Mandava um bilhete assinado e logo o que eu queria, bastava me aproximar e toda porta se abria. Se um fogo despontasse, com fogo eu respondia.

Mas um dia o pavio do destino de vez me apagaria. Não foi na luta de homem, mas sim na maior covardia. Emboscaram todo o bando e o meu fim se fazia. Se levanto o mosquetão nada daquilo acontecia.

E foi o fim de Virgulino e também de sua Maria. Mas o homem que se foi na terra permanecia, não conseguiu ao sertão trazer a sua alforria, mas ensinou a lutar contra o mal que lhe oprimia, e continua a ensinar a não aceitar desvalia.

Rangel Alves da Costa, pesquisador, escritor, poeta
Conselheiro Cariri Cangaço - Poço Redondo, Sergipe
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E EU PISEI DE NOVO NO CHÃO DA RUA VELHA

 Por Manoel Belarmino

Manoel Belarmino

Foi nesta quarta feira, 20 de dezembro, que eu estive novamente pisando o chão sagrado da Rua Velha, na cidade de Serra Negra, no Município de Pedro Alexandre. Fui ao casamento de Edimar e Ana Kelly. E o casamento foi exatamente ali na Rua Velha, na Praça General Liberato de Carvalho, na Igreja Nossa Senhora da Conceição da Serra Negra.
Cheguei ali na Serra Negra cedo. Desci para a Rua Velha. Vi ali no meio da praça da Rua Velha o velho monumento de ferro do Vaporzinho. Vi que a igreja de Nossa Senhora da Conceição ainda é a mesma. Pouca mudança houve no prédio da igreja. A casa de Tia Zefa de Cândido, mãe de Marli e Badú, ainda é a mesma. A casa de Antônio Leite, ali na esquina da praça da Rua Velha, pertinho do riacho que separa a Rua Velha da Rua Nova ainda é a mesma.


Quantas lembranças tomaram conta de mim na manhã de ontem! Lembranças das serestas do Bar do Cido. O Bar do Cido já não existe mais mais, mas o prédio ainda está ali. Lembranças das festas do dia 8 de Dezembro. Lembranças da Procissão que sai da Rua Velha e sobe a Rua Nova ainda sob o sol da tarde do dia 8 de Dezembro e desce para a Rua Velha depois que o sol se despede. Lembranças das novenas de dezembro. Das zabumbas, das quermesses, do pastoril da professora Miralda e dos guerreiros.
Quantas pessoas eu vi novamente! Os mesmos rostos, a mesma gente. O povo da Serra Negra parece não envelhecer nunca. Ali é o lugar onde o tempo parou. O povo é o mesmo. A cidade é a mesma.
Lembranças das festas do Clube Vaporzinho. Lembranças do Campo O Eraldão onde eu ainda joguei futebol. Lembranças, lembranças, lembranças... Lembranças de uma Rua Velha poesia.

Manoel Belarmino
Pesquisador, Poço Redondo-Sergipe

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ADQUIRA ESTA OBRA SOBRE CANGAÇO

 Por José Mendes Pereira


Adquira com urgência esta maravilhosa obra sobre Cangaço - "Lampião a Raposa das Caatingas". Conheça o rei do cangaço desde a sua juventude até os seus últimos dias de vida, seus pais, seus irmãos, a causa de ter entrado para o cangaço, o seu maior inimigo chamado José Saturnino. 

Conheça todas os seus combates, suas rixas contra os poderosos, seus desafetos. O Lampião amigo e o Lampião vingativo. Ele não aceitava covardia. Quem o considerava, podia crer num homem honesto e amigo, mas se o traísse, melhor seria cavar a sua própria cova. O famoso capitão Lampião não perdoava covardia de ninguém. 

Conheça também a sua famosa e amada rainha Maria Bonita. Não deixa para depois, poderá não mais encontrar a obra do escritor José Bezerra Lima Irmão. Foram 11 anos de pesquisa. O livro tem 740 páginas, com informações de todos os seus irmãos, inclusive os irmãos de Maria Bonita. Aliás, o cangaço do nordeste brasileiro está dentro deste livro. Leia para conversar com os amigos o que você aprendeu depois de fazer leitura.

Endereço eletrônico para fazer o seu pedido:

franpelima@bol.com.br

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O FOGO DO COITÉ

 Por Geziel Moura

Igreja do Coité e Padre Lacerda

A história do cangaço é muito fascinante, e nem sempre cangaceiros, volantes e civis, que foram às armas. Em janeiro de 1922, quem pegou nelas foi o representante da igreja, o Padre Lacerda. Esse acontecimento se deu, na época que Lampião e seus irmãos, eram simples cabras de Sinhô Pereira, e atuavam na região do Cariri Cearense, a história é mais ou menos assim:
Após a morte do Coronel Domingos Leite Furtado, poderoso chefe político em Milagres (CE), no ano de 1918, o seu braço armado, o Major José Inácio de Sousa, fazendeiro abastado no município do Barro (CE), conhecido como Zé Inácio do Barro, passou a assediar a família do falecido, reclamando que o Coronel Domingos Furtado devia certa quantia a ele, por serviços prestados, o que produziu inimizades entre as família Furtado e Zé Inácio do Barro.
Major Zé Inácio do Barro
Antonio Vilela, Sousa Neto, Dr Leandro Cardoso, Jorge Remígio, Manoel Severo e Ivanildo Silveira na visita do Cariri Cangaço a 
Fazenda Nazaré do cel. Domingos Leite Furtado

Cabe, neste momento, uma explicação: Zé Inácio era conhecido protetor de cangaceiros, assim como outros coronéis no Cariri cearense, inclusive, Sinhô Pereira e seu bando, estavam na folha de pagamento daquele Major, tendo, ainda, seu filho, Tiburtino Inácio de Souza, vulgo Gavião, no bando de Pereira, isto denuncia, que nem sempre a constituição de um cangaceiro, era por conta da pobreza.
Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena nos conta, em sua obra "Lampião e o Estado Maior do Cangaço", que o Sítio Nazaré, da viúva do Coronel, D. Praxedes de Lacerda foi assaltado, em Janeiro de 1919, por grupo de cangaceiros, comandado por Gavião, filho do Major Zé Inácio do Barro.
Assim, após ser denunciado como mandante do assalto, Zé Inácio, não esconde o feito, mas diz que aquele dinheiro era dele, por anos de serviços prestados ao Coronel Domingos Furtado, e ainda o chamou de ladrão, pronto estava aberta a questão entre as famílias, principalmente na figura do Padre José Furtado de Lacerda, ou simplesmente, o Padre Lacerda, pároco da Vila de Coité, pertencente ao município de Mauriti (CE).
 Caravana Cariri Cangaço e a visita ao Coité de Padre Lacerda em Setembro de 2013
Manoel Severo, Sousa Neto, Antônio Amaury e Dr Leandro em conferência sobre o Fogo do Coité na própria igreja local
Luitgarde Barros, Daniel Apolinário e Dr Lamartine Lima na 
Conferencia do Cariri Cangaço no Coité
Insultos vão, insultos veem, entre o Padre Lacerda e o Major Inácio do Barro e o certo é que no dia 20 de janeiro de 1922, a pequena Coité é invadida pelo grupo de Sinhô Pereira, à frente com setenta cangaceiros. Entretanto, o Padre Lacerda, não usava somente a Bíblia e terços em seus ofícios, era possuidor de rifle e um bom contingente de homens, bem armados e municiados.
Segundo, o escritor Sousa Neto, que biografou o major Zé Inácio do Barro a resistência vinha da casa do Padre Lacerda, e sustentou o fogo por seis horas, forçando uma retirada dos cangaceiro, ao chegar soldados da policia de Mauriti e Milagres.
Ainda, segundo aquele autor, o bando de Sinhô Pereira fora atacado no dia seguinte, na Fazenda Queimadas, por aquelas volantes, sendo necessário dividir o grupo em três, um grupo com Lampião, outro com Baliza e o resto com o chefe Sinhô Pereira, desta forma conseguiram furar o cerco, e seguir para o coito, no Barro. O saldo do Fogo do Coité, foram três homens do Major, e diversos cangaceiros feridos, inclusive Antônio Ferreira. Padre Lacerda não era fácil.
Geziel Moura , Pesquisador
24 de novembro de 2017

https://cariricangaco.blogspot.com/2017/12/o-fogo-do-coite-porgeziel-moura.html

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A PRIMEIRA

 Clerisvaldo B. Chagas, 19 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.088


PRAÇA DO CENTENÁRIO, 1921. (FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO. LIVRO 230, ICONOGRÁFICO AOS 230 ANOS DE SANTANA DO IPANEMA).

A juventude de Santana talvez não saiba, mas a primeira praça da cidade que se tem notícia, foi a Praça do Centenário. O referido logradouro público foi construído na década de 20 do século passado. Apenas uma obra pequena, triangular, à base de cimento, em pleno Centro Comercial. Havia apenas três bancos, também de cimento e sem encostos, para duas pessoas, cada – dizem que foi doação do senhor Cariolando Amaral (Seu Carôla) dono de farmácia no “prédio do meio da rua”. Cada banco doado representava uma das três filhas do homem. Havia no centro da pracinha, um obelisco com um bojo quadrado perto do topo, onde ficavam as luzes que iluminavam a praça. Tempos depois colocaram ali o busto de Dom Pedro I, tudo em homenagem aos cem anos da Independência.

Tudo leva a crer que o intendente que construiu o obelisco em 1921, André Ferreira da Silva, tenha sido também o construtor da pracinha. Na década de 50, ali fora instalado um posto de gasolina do chamado senhor Nequinho. Ali também era ponto de saída e chegada da “sopa” (espécie de ônibus) da linha Santana-Maceió e, na capital o ponto de viagem era o “Hotel Lopes”, na Praça da Faculdade (Direito). Havia politicagem também no tempo de vila, da pracinha. O busto do Imperador amanheceu com uma gravata, o que provocou gargalhadas e polêmica na cidade, mas nunca descobriram que engravatou Dom Pedro I.

O largo, onde estava situada a pracinha do Centenário, passou a ser o ponto da boemia dos adultos e o lazer de crianças e adolescentes. Ali perto, vizinho a escadaria de primeiro andar do “Hotel Central”, funcionava o bar/café do Senhor Antônio Honorato, conhecido como Tonho de Macelon. Apologista de poetas repentistas e charadista insuperável. A boemia da cidade, os rapazes em evidência da época, frequentavam o seu café e a Pracinha do Centenário. Somente dez anos após a Praça do Centenário, foi construída a segundo praça pública de Santana do Ipanema, também por outro Interventor. Esta segunda praça, muito grande, foi sendo reformada com o tempo e, mostra-se hoje como é, defronte à Igreja Matriz de Senhora Santana. A priori, não se sabe, mas a Pracinha do Centenário, deve ter sido também a primeira de Todo o Sertão Alagoano.



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