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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

AUDIÊNCIA COM O GOVERNADOR NA SEXTA-FEIRA (15/12)


Na sexta-feira (15/12) às 15h a Direção da ADUERN participará de audiência com o Governador Robinson Faria, buscando o pagamento dos salários em atraso e resolução para greve da categoria. 

Neste dia  a ADUERN disponibilizará transporte e alimentação para os interessados/as em participar. 

A SAÍDA DO ÔNIBUS SERÁ ÀS 6H, DA SEDE DA ADUERN . Os /as interessadas devem enviar o nome através de email aduern@gmail.com ou dos telefones 33122324 ou 988703983, até as 17h de hoje (14/12)  para que seja montada uma lista e definido que transporte será contratado.

Jornalista

Cláudio Palheta Jr.

Telefones Pessoais :

(84) 96147935
(84) 88703982 (preferencial) 

Telefones da ADUERN: 


ADUERN
Av. Prof. Antonio Campos, 06 - Costa e Silva
Fone: (84) 3312 2324 / Fax: (84) 3312 2324
E-mail: aduern@uol.com.br / aduern@gmail.com
Site: http://www.aduern.org.br
Cep: 59.625-620
Mossoró / RN
Seção Sindical do Andes-SN
Presidenta da ADUERN
Rivânia Moura

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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ARBORIZAÇÕES SERTANEJAS

Clerisvaldo B. Chagas, 15 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.802

O Sertão voltou a pegar fogo e a cor cinza estar predominando no semiárido, nas serras e nas baixadas, como se as árvores fossem simples garranchos. A temperatura dos últimos dias aperreou muita gente no Médio e Alto Sertão e no Sertão do São Francisco. O Sol abrasador no asfalto e no calçamento das ruas faz subir uma temperatura que pode até comprometer a saúde de pessoas, principalmente, as mais vulneráveis. Daí a necessidade de uma melhor qualidade de vida através da arborização. Com a realidade vivida no semiárido, toda a vegetação arbórea no entorno das cidades sertanejas, deveria ser preservada e transformada em parque protegido (pulmão verde) para amenizar a temperatura desses núcleos urbanos, coisa que se atinge até em média de 2 graus.

CRAIBEIRA. (Divulgação).

A arborização de ruas e avenidas é uma necessidade e coisa fácil de fazer, inclusive implantar os parques verdes dentro também das próprias cidades, tantos quanto for o tamanho da cidade.  Alguns núcleos possuem bastantes árvores, mas é tão importante arborizar quanto realizar a poda obedecendo a calendário com orientação de agrônomo. Os galhos da poda poderiam ser levados para local apropriado e ser transformado em humos, gerando riqueza para o homem e para a terra. Além das sugestões acima, para diminuir as temperaturas das cidades, ainda se podem estimular os plantios de árvores frutíferas nos quintais disponíveis, com distribuição de mudas e campanhas educativas.
 Segundo Larissa Costa e Samuel Roiphe Barreto:Água para vida, água para todos: livro das águas:
(...) Quando a chuva cai em uma região arborizada, escoa lateralmente pelos troncos e folhas das árvores e alcança o solo de forma suavizada, diminuindo o impacto da gota ao cair no chão. Uma parte desta água é evaporada ou absorvida antes de chegar ao solo (...). Quando retiramos a cobertura vegetal de um lugar, deixamos o solo desprotegido. A capacidade do terreno de reter a água da chuva é diminuída e esta passa a escorrer muito rápido, arrastando a camada superficial do solo. Além de se iniciar um processo de erosão e de perda de fertilidade do solo, os materiais arrastados com a água, vão se acumular no fundo dos rios, lagos e fontes, deixando o leito do rio cada vez mais raso, ocasionando o seu assoreamento.


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MORRE EX-SENADOR MOSSOROENSE TASSO ROSADO

Por Ana Paula Cardoso 12 de dezembro de 2017

O ex-senador e empresário mossoroense Tasso Rosado faleceu na tarde desta terça-feira, 12, na cidade de São Paulo, aos 73 anos. O empresário era irmão da ex-prefeita de Mossoró Fafá Rosado e estava internado no Hospital Sírio Libanês devido a problemas cardíacos. Em março deste ano ele havia passado por uma angioplastia.

Filiado ao PMDB, Tasso Rosado assumiu o Senado entre os anos de 2001 e 2002, ocupando o lugar de Fernando Bezerra.


Empresário do setor salineiro, Tasso Rosado participou das discussões sobre a necessidade de se reconhecer o sal potiguar como de interesse social.

http://www.omossoroense.com.br/morre-ex-senador-tasso-rosado/

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CARIRI CAGAÇO RUMO A LISBOA

Por Manoel Severo

Em menos de uma semana dois encontros, muita conversa e uma certeza: Vamos preparando as malas; o Cariri Cangaço está mais perto de Lisboa. A noite do ultimo dia 11 de dezembro no restaurante Forneria Coriolano, em Fortaleza, o Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, passou às mãos do professor doutor, Jorge de Sá da ULisboa e do doutor Carlos Beato, da Associação 25 de Abril, o Projeto Final do Cariri Cangaço Lisboa, primeiro empreendimento com a marca Cariri Cangaço, fora do Brasil.

Manoel Severo estava acompanhado do empresário Marciano Girão e do advogado Djalma Pinto e o momento selou o compromisso da realização do evento em terras portuguesas pela primeira vez. "O objetivo do Cariri Cangaço Lisboa é promover e fortalecer a integração entre as culturas do Brasil e Portugal a partir desse fórum qualificado de estudo de temas vitais para a uma compreensão  do perfil do povo nordestino que é o cangaço, como também criar possibilidades de futuros fóruns de discussões,  reunindo  pesquisadores de temas correlatos dos dois países e demais nações lusófonas em eventos  a serem realizados nessas nações" revela o empresário Marciano Girão.

Marciano Girão e os objetivos de cruzar o Atlântico
Carlos Beato, Jorge de Sá e Manoel Severo

Já o professor doutor Jorge de Sá, da Universidade de Lisboa comenta: "Chegando a Lisboa estaremos reunindo as instituições ligadas e estaremos apresentando o Anteprojeto, certamente em breve já teremos uma definição de formato e também de datas". Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço reforça:"Apresentamos na noite de hoje uma espécie de Anteprojeto, com as linhas mestras do Cariri Cangaço em Portugal, definindo um padrão e um formato, sugerindo temas, enfim, agora os doutores Jorge de Sá e Carlos Beato, que são nossos embaixadores em Portugal deverão realizar os ajustes necessários e daí teremos o Projeto finalizado talvez já dentro de um mês".

O Anteprojeto contemplou principalmente os principais temas a serem explorados em Portugal; "pensamos em temas basilares e fundamentais para a compreensão do fenômeno cangaço e seus principais protagonistas" e continua Manoel Severo: "é notório o interesse de nossos anfitriões pelo tema cangaço e por seu principal ícone que é Lampião, sem dúvidas nossa responsabilidade é reunir um grupo qualificado de pesquisadores brasileiros para proporcionar um debate de alto nível em terras lusitanas".

Marciano Girão, Carlos Beato, Jorge de Sá, Manoel Severo e Djalma Pinto

"Estamos testemunhando os primeiros resultados de um trabalho de mais de quatro anos que hoje começa a tomar realmente forma, e com um detalhe totalmente novo, aliás especialmente novo, pela primeira vez estaremos reunindo um grupo de pesquisadores brasileiros, conselheiros e amigos do Cariri Cangaço para contar essa história que possui tanta força que é o cangaço, do outro lado do oceano; sem dúvidas um grande desafio que começamos a vencer" fala Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço.

No todo, o evento deve ter entre 2 e 3 dias, reunindo professores e alunos de Lisboa, principalmente dos cursos de Historia, além de intelectuais e produtores de cultura e curiosos que contarão além de conferências, com debates, apresentações de documentários e exposição de fotos, numa primeira edição do Cariri Cangaço fora do Brasil. A data ainda não esta definida, o que acontecerá dentro de no máximo um mês. "É prioritária a questão da data pois temos uma verdadeira legião de confrades que precisam organizar suas agendas para possibilitar a presença em Portugal, dessa forma estaremos ultimando essa questão junto aos doutores Jorge de Sá e Carlos Beato. Só para se ter uma ideia, já recebemos manifestações de mais de 20 pesquisadores desejando se somar a caravana do Cariri Cangaço Além Mar", finaliza Manoel Severo.

Cariri Cangaço Lisboa
11 de Dezembro de 2017
Apresentação do Anteprojeto
Restaurante Coriolano, Fortaleza
Fotos: Ingrid Rebouças

https://cariricangaco.blogspot.com.br/2017/12/cariri-cagaco-rumo-lisboa.html

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ANTÔNIO SILVINO MATA MENINA DE 13 ANOS


No mês de outubro de 1899 a ‘sociedade’, na Capital pernambucana, vivia de tititis sobre um caso envolvendo uma família da alta sociedade. A esposa do Dr. José Tavares de Melo, dona Tereza Tavares de Melo, entra com pedido de desquite alegando ter sido agredida pelo esposo. Inconformado, o esposo tenta de várias maneiras fazer com que ela retire o pedido de ‘Desquite Judicial’ diante as autoridades. A luta travada nos tribunais vaza para a imprensa e essa, como sempre, dá um jeitinho de ‘fantasiar’ o caso, chamando a atenção da população para tal.

O maior dos empecilhos que o Dr. Tavares encontrava pelo ‘caminho’ era a ‘autoridade’, o poder, do pai de dona Tereza, o usineiro ‘coronel’ Antônio dos Santos Dias, pois por mais que tentasse ver e falar com a, ainda, esposa, seu sogro não permitia. Então, como já se esperava, torna-se uma rixa particular entre os dois. Não podendo vencer o sogro numa ‘queda-de-braço’ direta e legal, Dr. Tavares apela para o extremo, contrata um bando de cangaceiros para ‘dar fim’ ao sogro e trazer dona Tereza de volta para a casa dele.

Antônio Silvino

Antônio Silvino, naqueles dias encontrava-se acoitado nas terras do engenho de cana-de-açúcar chamado Arandu, no município de Canhotinho, PE. Dr. Tavares descobre sua localização, entra em contato e vai até ele. Lá chegando conta, a sua maneira, todo o ocorrido. Solicita do chefe cangaceiro seus serviços para ir buscar sua esposa que estava na mansão da usina Santa Filonila, de propriedade do coronel Antônio dos Santos Dias, para casa e, em contra partida, matar seu sogro. Preço estipulado pelo ‘Rifle de Ouro’ e aceito pelo contratante, selando o ‘acordo’ com um aperto de mão forte e olhos nos olhos um do outro, fazendo parte desse acordo tudo de valor que fosse encontrado na casa sede do engenho ficaria para os bandoleiros.

O sogro do Dr. Tavares era um dos mais importantes e fortes usineiros da na Zona Canavieira da província pernambucana naquela época. Pessoal e diretamente, e mesmo nos tribunais, jamais que ele ganharia uma batalha contra o poderoso ‘coronel Santos Dias’. Devido a isso, ele tomou a decisão de contratar um bando de foragidos para realizar aquela tarefa. O coronel Antônio dos Santos Dias havia levado sua filha mais velha para a casa sede nas terras da Usina Santa Filonila, de sua propriedade devido à mesma ter dito que havia virado uma constante seu marido a maltratar. Ele, o coronel Santo Dias, era pai de uma prole grande, com filhos e filhas. As filhas, que eram duas, tinha a mais velha, Tereza, e uma menina chamada Feliciana que contava apenas com treze anos de idade. As duas sempre estavam juntas, apoiando uma à outra, nos afazeres da casa. Seus irmãos estavam quase sempre fora, pelas terras da usina, tentando darem conta da lida diária.


Sem saber ao certo onde ficava a Usina Santa Filonila, Silvino, na manhã do dia 10 de outubro daquele ano, sequestra um ‘boia-fria’ para que servisse de guia até a casa sede da mesma. Avistada a casa principal, o refém fica com uma ‘guarda’ e o restante dos cabras cercam a casa. Após cercarem, abrem fogo cerrado e contínuo conta portas e janelas da casa do coronel Dias.

O coronel não se encontrava em casa, naquela madrugada tinha viajado para ir resolver alguns negócios. Os irmãos de Tereza já haviam ido para o campo trabalharem. Quando o fogo tem início, Feliciana corre procurando abrigar-se e leva um tiro. A menina, de apenas treze anos de idade, tomba e seu pequeno e frágil corpo estatela-se no assoalho da casa já sem vida. A sequência dos disparos durou mais um pouco, porém, tiveram que cessar por não haver sequer um tiro contra o bando. A caterva parte e invade a mansão da usina. Quando lá estavam, notam que dois corpos jazem no chão frio da moradia. O corpo de um homem, empregado caseiro do coronel e um corpo de uma menina.

Silvino, ao deparar-se com o corpo da criança, sente-se ‘comovido’:

“(...) deparou-se com o corpo de Feliciana imerso em enorme poça de sangue. Sentou-se comovido ao lado da criança e ali se deteve alguns instantes (...).” (DANTAS,2012).


Logo se levanta e ordena que a cabroeira comece a procurar por dona Tereza, que era o principal objetivo da missão, e a trouxesse até ele. Ao partirem em busca dela os cangaceiros vão destruindo tudo que encontram pela frente e ficando com tudo que achavam ter valor. Dona Tereza sai do lugar em que estava escondida e entrega-se. Ao ser levada a presença do chefe cangaceiro suplica para que a deixe ficar para providenciar o velório e sepultamento da sua irmã Feliciana, prometendo depois retornar para sua casa. Talvez pela morte da criança, o chefe da turba permite que ela fique.

Ao sair da casa, ordena que executem o pobre “boia-fria”, que havia servido de guia até ali. A ordem é cumprida rapidamente. Logo somem por entre o balançar dos pés de cana-de-açúcar canavial adentro, deixando para trás um rastro de dor, lágrimas e sangue.


Aquele crime teve grande repercussão na Capital da Província, Recife. Todos sabem de imediato que o mandante seria o Dr Tavares. Grande contingente policial é removido para aquelas terras para caçarem ele, no entanto, todo esforço da Força Pública fora em vão. Parecia que o marido de dona Tereza havia evaporado.

No mesmo dia 10 de outubro, já quando a noite havia coberto a região com seu negro manto, os três corpos foram levados em caixões para a cidade do Recife em um trem. Na estação ferroviária a população se aglomerava em volta dos caixões, principalmente o menor onde estava o corpo da criança e pedem para que seja aberto. Então aquele pequeno ataúde que transportava o corpo da pequena Feliciana é aberto e a cena causa grande comoção nos presentes. Da estação, o cortejo fúnebre segue para a Igreja Matriz de Santo Antônio e na manhã do dia seguinte são sepultados no cemitério de Santo Amaro.

Investigações levam as autoridades saberem que o autor dos crimes havia sido Antônio Silvino e seu bando. Grande força policial é designada para irem à caça dos bandoleiros, a qual recebeu o reforço de vários jagunços do coronel. Quando se encontrava preso na Casa de Detenção da cidade do Recife, em seu primeiro interrogatório devido ao primeiro Processo Judicial ter sido aberto, no Fórum da cidade de Olinda, PE, em 5 de setembro de 1916, quando o Juiz refere sobre a morte da menina Feliciana filha do ‘coronel’ Antônio dos Santos Dias, na Mansão da usina Santa Filonila, o chefe cangaceiro diz ter sido aquela morte o único crime de que se arrependia.


A Volante estava sob o comando do “Subdelegado João Gonçalves”. Naqueles morros, cobertos por cana o trabalho do rastejador foi de primordial importância, pois, na manhã do dia 13, no município de Gravatá de Bezerros, PE, localizam, cercam e atacam o bando de cangaceiros. Pegos de surpresa, os bandoleiros são alvos fáceis, inclusive o chefe é atingido em um dos braços. Dois de seus homens são abatidos e sangrados pelos volantes. A morte da menina gerou feras humanas em busca de feras humanas.

Ferido, não há outro jeito, Silvino consegue furar o cerco e, junto com a cabroeira, se entocam para esperarem curar seus ferimentos. No entanto, as volantes não param e só se detém o necessário para um breve descanso e/ou reabastecimento, e seguem a sua cata.

Saradas as feridas, o “Rifle de Ouro”, já em princípios de 1900, surge roubando em um engenho no Distrito de Cabaças, em terras paraibanas. Em seguida ao crime, uma volante comandada pelo capitão da Polícia paraibana, José Augusto, pega o rastro dos bandoleiros e não largam mais. Conhecedor do terreno, o capitão Augusto antecipa-se a turba e prepara-lhe uma emboscada. Nem mesmo conseguiram sair das terras do engenho roubado, os cangaceiros comandados por Antônio Silvino, são atacados. Sob suas ordens, os cangaceiros respondem aos tiros da volante com uma cadência e ritmo assombroso. Pela quantidade de disparos, é formada uma nuvem de fumaça, coisa que os cangaceiros aproveitam e caem fora da arapuca. Nesse combate, não fora registrada baixas de nenhuma dos lados.


Mais uma vez, o bando do “Rifle de Ouro” some como que por encanto. Ninguém dar noticia exatas de onde estaria o bandoleiro e seus comandados. Ao faltar alguma iguaria necessária, Silvino reaparece e extorque, ou mesmo rouba, de pequenas propriedades, Vilas ou aglomerados de casas, voltando em seguida a sumir de vista. Nessa época, com o arrocho ao bando de Antônio Silvino, vários bandos de criminosos, ao praticarem seus crimes, aproveitam o ensejo e deixam todos ‘cientes’ que faziam parte do bando do “Rifle de Ouro”, com isso, os crimes do filho de Carnaíba, PE, vão aumentando.

Pernambuco e Paraíba fazem um pacto para que suas Forças Públicas atuem em conjunto em ambos os territórios no combate ao crime. Naquela época as divisas estaduais era o primeiro impedimento da Força Pública de um Estado, Província, prosseguir com a perseguição em outro(a) vizinho. Essa decisão arrocha mais ainda os movimentos do grupo cangaceiro. Entre os municípios de Itabaiana e Vila do Ingá, ambas na Paraíba, e a divisa com o Leão do Norte, havia uma espécie de ‘deserto’ na Mata Branca chamado Surrão. Essa área já fora escolhida pelo cangaceiro do vale do Pajeú das Flores, devido ser bastante difícil à locomoção e sobrevivência. Mesmo assim, estando os militares determinados, a coluna avança em busca dos inimigos.

Quase todos os movimentos dos militares estavam sendo observados pelo filho de Batistão, que esperava o momento certo para entrar em ação. Esse momento chega e a espoleta começa a ser cortada sem dó nem piedade. A tropa militar é formada por militares pernambucanos e paraibanos. Os primeiros, numa composição de mais ou menos noventa e cinco homens, estão sob as ordens do Capitão Angelim, os segundos, em torno de vinte e cinco praças, sob o comando do Alferes Paulino Pinto. Ao juntarem-se, em terras pernambucanas, logicamente o comando geral passou a ter as ordens do capital Angelim.

No momento do embate, o Alferes Paulino segue diretamente para onde se encontra os inimigos. Já a força do Capitão Angelim, recua um pouco e segue fazendo o ataque pelos flancos e tentando fechar o cerco para pegá-los, também, pela retaguarda. A gana de acabar com o bandoleiro pernambucano era tão forte, que o comandante paraibano não usa tática alguma. Ele mesmo sai de frente, de peito aberto bradando aos quatro cantos que acabará com Silvino naquele momento. De súbito seu rifle é arrancado das mãos por uma bala, é ferido em uma delas. Ele pouco se importa. Agachando-se junto às pedras, trincheira, onde estava um de seus homens, o soldado José Menino, pega a arma do mesmo e prossegue na direção dos bandoleiros. Está manobrando a alavanca da arma quanto é atingido novamente, dessa fez na altura do abdome. Mesmo sendo atingido pela segunda vez, o Alferes não recua. Faz menção de prosseguir com o ataque quando uma bala quebra-lhe os ossos da perna esquerda, fazendo desfalecer, no chão duro e seco do vale do Surrão, um dos homens mais valentes que a Paraíba já viu.

O fumarel da pólvora queimada, outra vez torna-se aliada dos bandoleiros. Aproveitando a quantidade de fumaça, Antônio Silvino passa a ordem de caírem fora daquela arapuca. Como que fosse um só, a turba evacua o local rapidamente, tanto que militares atiram a esmo. No entanto, aquela batalha foi esmagadora para os homens do “Rifle de Ouro”:

“(...) O resultado do entrave do Surrão foi desastroso para Antônio Silvino. Muitos dos seus asseclas caíram gravemente feridos e tornaram-se presas fáceis para os militares. As baixas estavam além do que poderia esperar o régulo dos sertões: seis mortos durante a resfrega e mais nove sangrados pela própria polícia após o tiroteio (...).” (ob. Ct.)

O periódico “A União”, em uma edição especial, fornece a população os nomes dos quinze cangaceiros abatidos no Surrão. O Jornal refere que todos os cangaceiros foram “mortos em combate”:

“Antônio Francisco da Silva; José Francisco da Silva, vulgo Criança; Joaquim Paulino (Marreca); Firmino Paulino (Fura Moita); Aprígio Gomes de Araújo; José Firmino da Costa; José Ribeiro Campos; Marcelino Pereira; Francisco Alexandre; Antônio Aurélio; José Bacalhau; Antônio Jovino; Caetano Labareda; José Guedes e José Guedes Faria”.

A coisa estava ficando desesperadora para Silvino. Com a perda de tantos homens, resolveu que dali por diante iria procurar diminuir seu bando. Aqueles em quem confiava mais como Serra Branca, Baliza, Ventania, Tempestade, Azulão e mais uns seis, permaneceram com ele, os outros, ele mandou que procurassem seus rumos. Após a derrota “no fogo do Surrão” Silvino dana-se de mata adentro e passa vários meses dentro de uma das tantas furnas que usava como esconderijo... nas quebradas do sertão.

Fonte “Antônio Silvino - O Cangaceiro, O Homem, O Mito” – DANTAS, Sérgio Augusto de Souza. 2ª Edição. Cajazeiras, PB, 2012.

Fotos meramente ilustrativas (as fontes dos registros fotográficos estão abaixo de cada imagem).

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DOCUMENTÁRIO SOBRE O CALDEIRÃO DO BEATO JOSÉ LOURENÇO

https://www.youtube.com/watch?v=Z2DVrL_dEcI&feature=youtu.be

"O Documentário sobre Caldeirão do beato Zé Lourenço foi apresentado durante o Seminário Nacional das CEBs, de 26/01/2012 no Crato, Ceará, rumo ao 13o Intereclesial das CEBs, que acontecerá de 7 a 11/01/2014, em Juazeiro do Norte, CE. Na ocasião visitamos a região de Caldeirão, onde o beato Zé Lourenço liderou uma comunidade cristã e socialista que resistiu de 1926 a 1936. Chegou a ser chamada de Nova Canudos. Cf., nesse vídeo-documentário da TV Assembléia do Ceará. Belo Horizonte, MG, 05/02/2012."

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LAMPIÃO E O CANGAÇO NA HISTORIOGRAFIA DE SERGIPE

Autor Archimedes Marques

Esta obra foi escrita pelo pesquisador do cangaço Dr. Archimedes Marques e se você, leitor, deseja adquiri-la, entre em contato com o autor através deste e-mail: archimedes-marques@bol.com.br

Dr Archimedes Marques também é o autor do livro: 

"Lampião Contra o Mata Sete"

Adquira também este através dos e-mails: 

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 e franpelima@bol.com.br

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ENTÃO SENTA QUE LÁ VEM HISTÓRIA...

*Rangel Alves da Costa

Nas plagas sertanejas, contudo, história contada e recontada, passada de boca em boca, possui a denominação de causo ou proseado. São, pois, os causos e proseados que tanto povoam e animam os diálogos matutos debaixo de pés de pau ou nas calçadas ao entardecer. Certamente que nem tudo pode ser tido como veracidade – e na maioria não passa de lorota -, mas ainda assim o surpreendente em cada nova estória (ou história) transmitida.

Neste sentido é aqui adiante segue uma junção de causos e proseados, todos oriundos da mesma fonte, envolvendo “conversas” de caçador, sempre tão intrigantes quanto aquelas de pescadores. Tenha-se, contudo, que nem tudo pode ser tido como invenção ou mentira, pois no mundo sertanejo há mesmo o espantoso, o fantástico e até o impensável. De resto, depende muito de quem escuta e a crença que tenha.

Disse Bastião que suas caçadas sempre se deram no meio da noite adentrando a madrugada. E quase sempre apenas na companhia de seu cachorro. Nunca temeu se embrenhar na mata no meio da escuridão, mas em algumas situações já se deparou com situações de arrepiar os cabelos. Por mais encorajamento que tivesse, difícil não temer o pior perante certos inusitados.

Certa vez, disse ele, sozinho no mato, em noite fechada, seguindo numa vereda conseguiu avistar alguém vindo logo adiante, em sua direção. Estradinha estreita, sem caber os passos de duas pessoas, quanto mais o vulto de um homem alto e magro se aproximava mais ele sentia que tinha de dar passagem, pois não parecia que o estranho viesse com intenção de afastar nenhum tantinho do meio do caminho.

Então Bastião teve de sair para a passagem do outro. Em silêncio vinha e em silêncio passou, sem que pudesse sequer avistar a inteireza de sua feição, dado o sombreado que lhe tomava de corpo inteiro. Que coisa mais esquisita, pensou o caçador. Como é que um cabra passa assim por outro, num meio de mundo desse e nessa escuridão toda e sequer cumprimenta, começou a indagar. Foi quando sentiu que seu cachorro sequer tinha latido ante a presença do estranho. Então disse a si mesmo, procurando logo se afastar: Só não é gente desse mundo!


Visões de coisas do outro mundo são constantes durante as caçadas noturnas, assegurou Bastião, e muito mais se o encalço catingueiro envolver veado. Não há animal de caça que traga mais problema ao predador humano. Então contou sobre o acontecido com outro caçador conhecido seu que subiu numa árvore de copa larga e galhagem vasta para tocaiar o bicho. Subiu, se ajeitou, e ficou espiando mais abaixo, na direção da passagem. Estava tão entretido observando a movimentação lá embaixo, que quase nem percebe quando outro caçador subiu na mesma árvore e se posicionou bem ao lado.

Não demorou muito e ouviu do estranho que o veado já estava chegando. Dito e feito. Logo o animal surgiu com olhos brilhosos no meio da noite. Então o estranho mandou que mirasse para atirar, mas o caçador relutou e pediu para que o outro mesmo fizesse o serviço. Este rejeitou pedindo que atirasse logo, sob pena de fuga do bicho. Sem mais a fazer, deu um tiro certeiro. Mas logo em seguida ouviu do estranho que se preparasse novamente, pois outro veado estava chegando. Achando estranha demais aquela situação toda, o caçador exigiu que dessa vez o outro mesmo atirasse.

Contudo, não houve jeito de o estranho fazer mira. Coube ao caçador novamente apontar e derrubar o segundo veado. Depois disso, quando disposto a saber quem realmente era aquele sujeito aparecido assim de repente e tão conhecedor de caçada, nem precisou fazer qualquer pergunta. O estranho adiantou-se e falou: “Quando eu era vivo era aqui que eu mais caçava”. E depois desapareceu sem descer da árvore. Apenas sumiu do local onde estava.

Outro causo intrigante também envolvendo caça ao veado foi relatado por Bastião. Disse que um conhecido seu matou um veado, levou a presa morta à casinhola onde morava, abriu o bicho, separou a carne do couro e estendeu o focinho numa ponta de pau adiante. Mandou a esposa preparar parte da carne para o almoço. Ao retornar, contudo, o focinho havia sumido. Estranhou demais tal acontecido, mas imaginou que outro animal tivesse passado por ali e abocanhado. Então esperou o almoço ficar pronto e comeu daquela carne nova. Daí em diante se sentiu tomado de febre, tremores frios e dor de cabeça. E não houve remédio que desse jeito.

Como nem a farmácia nem a medicina resolvia o problema, a saída que encontrou foi procurar um rezador. E assim fez. Quando chegou à casa do homem nem precisou abrir a boca. O rezador logo perguntou se ele havia matado um veado e comido de sua carne e desse dia em diante nunca mais teve saúde. Espantado com tamanha revelação, o caçador confirmou, para ouvir em seguida: “Aquilo que você matou não era um veado não. Foi um cavalo do cão. E se quiser continuar vivendo de agora em diante nem pense mais em caçar qualquer bicho. Pegue sua espingarda e dê fim. Do contrário será o seu fim”.

E assim prosseguia Bastião, deleitando os presentes com suas histórias. E sobre se o homem deu fim à espingarda e nunca mais caçou? Ora, para caçador tanto faz a vida do bicho, mas a sua procura garantir de todo jeito.

Escritor
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VIVA GONZAGÃO 2017


Enviado pelo professor , escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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DEZINHO MAGALHÃES E SEU ACERVO PARTICULAR..!

Material adquirido no acervo do pesquisador Voltaseca
Foto: Revista Veja

Ele era de Serra Talhada-PE, e, ao longos dos anos, colecionou centenas de peças ligadas ao cangaço, a exemplo de fotos, armas de fogo, armas brancas, documentos etc...

Ao falecer, o grande pesquisador deixou para a família esse grande legado que foi conseguido ao longo de décadas de trabalho.

Após alguns anos do seu falecimento, parte desse material foi vendido; outras peças foram doadas e, não sobrou quase nada desse vasto acervo.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=768600090008634&set=gm.743502559192024&type=3&theater&ifg=1

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JORGE AMADO, ENTERRO DE CABEÇAS E LAMPIÃO.

Material do acervo do pesquisador Voltaseca
https://www.youtube.com/watch?v=msPrhFa4tno

O grande escritor baiano JORGE AMADO fala sobre a valentia da cangaceira DADÁ; sobre o enterro dos ossos de cangaceiro CORISCO (inclusive, foi ele que doou o caixão e a sepultura).

Analise o vídeo e, diga sobre o que você discorda da entrevista do grande escritor.

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/

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