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domingo, 20 de novembro de 2016

DOIS LIVROS DO ESCRITOR LUIZ RUBEN BONFIM

Autor Luiz Ruben Bonfim
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Lembre-se que se você demorar solicitá-la, poderá ficar sem ela em sua estante. Livros que falam sobre "Cangaço" a demanda é grande, e principalmente, os colecionadores que compram até de dezenas ou mais para suas estantes.

Valor: R$ 40,00 Reais
E-mail para contato:

luiz.ruben54@gmail.com
graf.tech@yahoo.com.br

Luiz Ruben F. de A. Bonfim
Economista e Turismólogo
Pesquisador do Cangaço e Ferrovia

http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br
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LIVRO: O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO.


De: Luiz Serra

Já está à venda o recém-lançado livro O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO do escritor/pesquisador Luiz Serra e quem desejar adquirir o trabalho basta entrar em contato diretamente com o autor através do e-mailanarquicolampiao@gmail.com pelo valor promocional de lançamento de R$ 55,00 (Cinquenta e cinco Reais) com frete incluso para qualquer localidade do país.

Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo O Cangaço)

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NOVO LIVRO NA PRAÇA "O PATRIARCA: CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO, IOIÔ MAROTO".


O livro "O Patriarca: Crispim Pereira de Araújo, Ioiô Maroto" de Venício Feitosa Neves será lançado em no próximo dia 4 de setembro as 20h durante o Encontro da Família Pereira em Serra Talhada.

A obra traz um conteúdo bem fundamentado de Genealogia da família Pereira do Pajeú e parte da família Feitosa dos Inhamuns.

Mas vem também, recheado de informações de Cangaço, Coronelismo, História local dos municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, São Francisco, Bom Nome, entre outros) e a tão badalada rixa entre Pereira e Carvalho, no vale do Pajeú.

O livro tem 710 páginas. 
Você já pode adquirir este lançamento com o Professor Pereira ao preço de R$ 85,00 (com frete incluso) Contato: franpelima@bol.com.br 
fplima1956@gmail.com
http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2016/08/novo-livro-na-praca_31.html
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OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO (POIS OUTRA RIQUEZA NÃO VALE NADA)

*Rangel Alves da Costa

Não são vãos os ensinamentos. Num ramo de flor um livro aberto. Na singela relva que se embala ao frescor do vento uma lição ao olhar. Tomai como exemplo os lírios, aqueles sublimes lírios que brotam adiante. Então olhai os lírios do campo!

Eles estão ao alcance do teu olhar. E estão por todo lugar. Olhai, então, os lírios do campo! Não há jardim mais suntuoso que se imponha com maior beleza. Não há brilho e aroma que sejam mais edificantes que a simples visão dos lírios do campo.

Mas se agora, após a porta ou a janela, não se possa avistar qualquer lírio, muito menos uma colcha de lírios que se estenda formosa pelos campos, então onde encontrá-lo? No teu olhar que prefere avistar a vida com simplicidade e não pelo que se mostra imponente adiante.

Sábio é o olhar que procura a essência, não a aparência, já disse o profeta. Verdadeiro é o olhar que encontra a beleza onde outros olhos só avistam a feição que possa ser desprezada, já disse o caminhante da cruz. Sábio é o teu olho que não enxerga apenas os lírios do campo, mas o significado dos lírios do campo.

Qual o significado dos lírios do campo? Leia no Livro Sagrado, em Mateus e Lucas, no sermão da Montanha: Olhai como crescem os lírios do campo: eles nem trabalham nem fiam, contudo vos digo que nem Salomão em toda sua glória se vestiu como um deles.

Extrai-se das sagradas palavras um avistar de simplicidade, humildade e modéstia que deve pairar sobre tudo. Um olhar que valorize as coisas simples, que tenha o dom do encantamento com as pequenas ternuras, que vá além da flor e sua pétala para buscar a grandiosa essência em cada pólen.

Extrai-se da sagrada lição que aos olhos bons não adianta o revestimento da fortuna ou da suntuosidade. Basta, aos olhos bons, que o avistado faça bem, faça sorrir, traga alegria ao próprio olhar. É como se o olhar buscasse o contentamento e não a ojeriza.

Extrai-se do ensinamento o valor das pequenas coisas, a grandeza das pequenas coisas. Ora, mais vale o silêncio a algazarra, mais vale a pequena fonte que o oceano inalcançável, mais vale o pão que a mesa, mais vale o abraço de permanência que a posse e o adeus.


Olhai, então olhai os lírios dos campos! Os pés que passam descalços não são menos pés que aqueles calçados em couro importado. As mãos enrugadas que se estendem para o cumprimento não são menos dignas que aquelas que chegam ornadas de anéis e honrarias.

E não somente isso. Os pés que passam descalços se confortam com qualquer chão e qualquer calçado. As mãos enrugadas tocam sem medo de qualquer outra mão. E sapatos existem que não pisam em todo lugar. E mãos existem que se lavam depois de tocadas.

Vaidade das vaidades, tudo é vaidade. O Eclesiastes assim ensinou. Mais vale o que pode sonhar adormecendo em cima de pedra que aquele tomado de pesadelos em cima de travesseiro de pluma. Quantos compreendem o sentido da vida quando sequer conhecem o viver?

Vaidade das vaidades, tudo é vaidade. A lição do retorno como a maior lição. O sol também se põe para a lua aparecer. Depois da noite a manhã. Tudo é para depois já ser de outro modo. E por que se arvorar de vaidades? Quem está ao chão pouco sente a queda, mas quem vive ao alto sequer sabe cair. E quando cai...

Tudo isso acontece de modo diferente em quem sabe avistar os lírios do campo.  Quanta lição e quanta glória poder avistar os lírios do campo e de seu formoso manto também recobrir-se de vida nova, de canto novo. Lírios que perfumam a alma e colocam diante do olhar o verdadeiro sentimento de mundo.

Mas não é todo olhar nem qualquer um que encontra lírios pelos caminhos. Ora, quem se nega ao singelo também se nega a avistar aquilo que não seja de ouro ou prata. E nem ouro nem prata nos lírios do campo. Apenas a vida na sua mais profunda beleza.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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TIBAU DE TODOS OS TEMPOS

Autora Lúcia Rocha

TIBAU DE TODOS OS TEMPOS - Volume I - é o primeiro de uma série de livros sobre Tibau, a praia do mossoroense, localizada na divisa do Rio Grande do Norte com o Ceará.
           Lançamento na Feira do Livro de Mossoró, foi no dia 19 de agosto de 2016, a partir das 19 horas, no Expocenter, bairro Costa e Silva.
           No dia 20, houve uma manhã-tarde de autógrafos no Rust Café, na Praça Bento Praxedes, centro de Mossoró, a autora recebeu alguns amigos.
           Lançamento em Natal, dia 31 de agosto, em evento fechado para a colônia mossoroense.
           Lançamento em Natal, em evento aberto, dia 1º de setembro, local a confirmar.
Lançamento em Tibau no dia 9 de setembro, no Viola Beach, na Rua Pirambu, por trás do Brisa, centro.

           
Vendas com entrega via Correios para todo o país. Pedidos através do e-mail: emuribeka@uol.com.br - ao preço de R$ 50,00 - cinquenta reais.
           Contato para mais informações: 84 - 99668.4906

Lúcia Rocha
luciaro@uol.com.br

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BRIGAS ENTRE FAMÍLIAS NO BRASIL COLÔNIA DURAM ATÉ HOJE

 Por Moacir Assunção

Largo da Matriz, São Paulo de Piratininga. Naquela manhã de fins de agosto de 1640, gritos e impropérios trocados entre dois homens poderosos, Pedro Taques e Fernando de Camargo, o Tigre, tomam o centro da vila, transformada rapidamente em um campo de batalha. Parentes, agregados e índios - escravos das famílias Pires, à qual Taques era ligado, e Camargo - juntam-se à contenda e enfrentam-se armados de espadas, lanças e adagas. A pancadaria invade becos e largos vizinhos num torvelinho de sangue. "De repente era Romeu e Julieta, Ato I, Cena I", afirma Roberto Pompeu de Toledo em A Capital da Solidão - Uma História de São Paulo das Origens a 1900.

Há vários mortos e feridos, mas os brigões originais escapam ilesos. Ambos representam os mais importantes clãs da região, chefes políticos e militares, donos de enormes fazendas de trigo na serra da Cantareira. A rivalidade na disputa pelo comando da Câmara era a razão primeira do conflito. Um ano depois, distraído, conversando com um amigo ao lado da mesma igreja, Taques foi morto pelo Tigre com um golpe de adaga nas costas.

A contenda entre os Pires e os Camargos se arrastaria por duas décadas. E é só a primeira de sucessivas lutas sangrentas entre famílias na história do Brasil. Principalmente no período colonial, por causa da distância da metrópole portuguesa e da influência limitada de seus representantes, em muitos casos cabia aos "sobrenomes" aplicar alguma forma de justiça. Segundo o sociólogo Luiz da Costa Pinto, autor de Lutas de Famílias no Brasil, a coroa tinha sérias dificuldades para impor sua vontade no vasto território brasileiro. Especialmente no sertão, a vingança privada se sobrepunha com sobras à atuação da administração colonial, concentrada nas capitais e cidades litorâneas.

Havia uma hipertrofia de clãs ligados por laços de sangue. Os mais poderosos montavam verdadeiros exércitos particulares de escravos negros e índios, muito bem equipados e armados, para fazer valer seus interesses uns sobre os outros.


Perto de 1650, outro episódio levou a rixa entre os Pires e os Camargos ao ápice. (Dizem que o ódio dos últimos era tanto que nas suas casas os adereços de louça usados sob as xícaras de café foram abolidos). No início das festas de entrudo (o avô do Carnaval), o jovem Alberto Pires brincava com sua mulher, Leonor de Camargo Cabral, quando, sem querer, matou-a com uma pancada na testa. Para encobrir o crime, convidou o cunhado, Antônio Pedroso de Barros, bandeirante casado com sua irmã, para visitá-lo e partilhar a diversão. Quando apontou na entrada da fazenda, Antônio foi morto numa tocaia, a disparos de bacamarte, e seu corpo arrastado para o lugar onde estava o de Leonor. Alberto, então, chamou os familiares e mostrou os dois cadáveres, dizendo que os flagrou em adultério e matou para limpar a honra. Os Pires até aplaudiram o feito. O assassino era filho de Inês Monteiro de Alvarenga, a Matrona, e Leonor, sobrinha do Tigre. Os Camargos, irredutíveis e dispostos a vingar a morta, sitiaram a fazenda de Inês em Juqueri, aliados aos Barros. Queriam sangrar Alberto "ou pelos fios do ferro das espadas ou pelas bocas das espingardas", no relato do cronista do século 18 Pedro Taques de Almeida Pais Leme, descendente do homônimo citado alguns parágrafos antes.

A viúva Matrona apareceu na porta empunhando um enorme crucifixo de ferro e pediu, em lágrimas, que seu filho fosse poupado. Os membros do cerco acabaram aquiescendo e somente prenderam Alberto para que o Tribunal da Relação, em Salvador, o julgasse. Acompanhado por alguns inimigos, o assassino foi levado a Santos, de onde partiria de barco para a Bahia. Nesse ínterim, sua mãe, a cavalo, juntamente com a milícia particular, se preparava para, quem sabe, resgatá-lo em Parati, onde a barcaça pararia antes de seguir viagem. Ao ter notícia da chegada da mulher, os Camargos enforcaram o assassino e o jogaram ao mar.

A partir daí, era a guerra. A capitania de São Paulo dividiu-se em duas tal o poder dos rivais. Só em 1660 o representante d’el Rei, o ouvidor Pedro de Mustre Portugal, conseguiu fazer os líderes Fernão Dias Pais, o caçador de esmeraldas, e José Ortiz de Camargo assinarem um acordo efetivo de paz. Nele estava expresso que os clãs, esgotados pela batalha, repartiriam igualmente os cargos na Câmara e o controle da vila. Um grupo de Camargos já havia se deslocado para a vizinha Santana de Parnaíba e para Taubaté na tentativa de se afastar da polêmica.


As guerras de famílias, marcas distintivas de sociedades rurais, são tão velhas quanto a Humanidade. No sul brasileiro, os estudiosos deram às disputas o nome de vendeta, numa referência aos episódios da tradição europeia, ocorridos principalmente na Itália, Córsega e Espanha. No Nordeste, chamam-se questão ou guerras de parentelas e se faziam em brigas por terras, aguadas (cursos de água), poder político ou em razão de desfeitas de um líder a outro. "Nessas regiões, o Estado não estava presente. São áreas distantes, de difícil acesso. O poder estatal (colonial, imperial ou republicano) só aparece em momentos de crise. O poder central e suas instituições são vistos como algo externo àquelas comunidades", afirma o historiador Marco Antonio Villa, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).

No século 18, entre muitas ocorrências, estranharam-se Montes e Feitosas, do sertão dos Inhamuns, no Ceará. O líder dos primeiros era o capitão-mor Geraldo de Monte Silva, de Penedo (AL), que arrebanhou, a troco de presentes, um grande número de tribos a seu serviço. Entre os adversários, o pernambucano Lourenço Alves Feitosa dava as ordens. Ligados por laços de casamento, os clãs logo se desentenderam numa disputa de terras e "por razões de negócio de honra de família", escreveu o sociólogo Costa Pinto. Francisco Feitosa firmou aliança, então, com os índios jucás. Os índios inhamuns, por sua vez, integravam a vasta clientela dos Montes e, ao lado deles, lutaram com grande valentia.

A disputa perdurou por quase todo o século. De tão renhida, mudou até o nome de acidentes geográficos da região. Um atentado contra o ouvidor José Mendes Machado, que deu a vitória final na Justiça aos Feitosas, fez com que o lugar do ocorrido ficasse conhecido como Emboscada - até hoje. Não foi o único. Também há registros de paragens com os curiosos nomes de Riacho de Sangue, Riacho do Juiz (onde foi atacado pelos Montes outro magistrado tido como parcial aos Feitosas) e o sítio das Tropas, entre outros. Em uma das batalhas mais violentas, na fazenda das Cabaças, no Piauí, nove integrantes da família Monte foram mortos de uma só vez.

Pernambuco é, talvez, o estado onde mais houve lutas de famílias. E a mais famosa só terminou recentemente, em 1981, e opôs os Alencares aos Sampaios e Saraivas, em Exu, na fronteira entre o Ceará e o Piauí. Iniciada em 1949, quando José Aires de Alencar, o Zito, matou Romão Sampaio Filho, o coronel Romãozinho, depois de uma discussão banal, a contenda entre os ricos grupos levou a 33 mortes de ambos os lados. Houve vítimas no Recife e no Rio de Janeiro, numa demonstração de que a rixa não tinha fronteiras. A pedido do rei do baião Luiz Gonzaga, parente distante dos Alencares, o então vice-presidente da República, Aureliano Chaves, acionou o governador, Marco Maciel, que mandou desarmar os representantes de cada lado uma semana depois do apelo.

Em Recife, ainda sem saber de nada, Gonzagão foi desaconselhado por um amigo a viajar para Exu: "Não vai não, que os caras lá tão querendo te capar". As tropas estaduais haviam acabado de invadir as fazendas para recolher armas. O sanfoneiro deplorou a guerra na música Rio Brígida. Antes da intervenção estadual, um acordo entre as famílias, patrocinado pelo arcebispo primaz do Brasil, dom Avelar Brandão Vilela, havia suspendido as hostilidades só por dois meses. Outra tentativa, feita pelo Exército, também tinha fracassado. Em 1990, o prefeito José Peixoto de Alencar foi o primeiro a terminar o mandato na cidade sem registro de mortes.

 

Cerca de um século antes, desde 1894 até 1923, enfrentaram-se os Pereiras e os Carvalhos na terra natal de Lampião, Serra Talhada. Os primeiros descendiam de Andrelino Pereira, o barão de Pajeú, enquanto os demais eram prósperos comerciantes e fazendeiros. "Em geral, as lutas terminam pela exaustão econômica de um dos contendores ou por mudança no zoneamento. Na guerra entre os Pereiras e os Carvalhos, por exemplo, os Pereiras acabaram se fixando no campo, enquanto os Carvalhos se tornaram mais urbanos e mercantis, passando a viver na cidade", diz o historiador Frederico Pernambucano de Mello, autor de Guerreiros do Sol, que trata do banditismo nordestino.

Entrevistado pelo pesquisador Leonardo Mota na Penitenciária de Fortaleza, um Pereira, preso acusado de matar um dos desafetos, resumiu assim a situação: "Só possuo uma vida e essa é livre. Sou homem de honra e acostumado a falar de cabeça erguida. Essa primeira humilhação que estou sofrendo não me enfraquece e não há governo que dê jeito na minha luta com os Carvalhos. Isso é uma questão de sangue! Só quando Deus acabar com o último Pereira é que Carvalho deixa de ter inimigo nesse mundo. O senhor quer saber de uma coisa? Lá no meu Pajeú, quando um menino da família Pereira começa a crescer, vai logo dizendo: tomara já ficar homem para dar cabo de um Carvalho. A mesma coisa dizem os meninos deles". E nem parentes em comum eram capazes de interromper esse ciclo vicioso. O que, aliás, se repetia nas contendas de muitas outras famílias.

Iniciada em 1913, a guerra entre os Novaes e os Ferraz, em Floresta do Navio, também levou a várias mortes. Em 2000, o assassinato do soldado da Polícia Militar Carlinhos Novaes (em represália à execução do prefeito Oscar Ferraz Filho) parece ter sido o último lance do conflito. Para Mello, o caso diverge um pouco dos anteriores porque é mais uma disputa política que de sangue. Até hoje, na Igreja do Rosário de Floresta, Ferraz se sentam à direita e Novaes à esquerda. Mas, como prova de pacificação, a atual prefeita chama-se Rosângela Maniçoba Novaes Ferraz. "Faço questão de dizer que sou Rorró Maniçoba. Essa briga entre as famílias é de um pequeno grupo. Não faço parte dessa rixa", afirma a primeira mulher a comandar a cidade, no sertão do rio São Francisco.

Também duelaram em Pernambuco Morais e Cabrais, em Garanhuns, e Honoratos e Barros, no sul do estado. Omenas e Calheiros lutaram em Alagoas, assim como os Fortes Nunes e os Maltas. No Ceará, além dos Montes e Feitosas, combateram Mourões contra Moquecas e os Geraldos e os Leites. Brilhantes e Limões e Viriatos e Morais brigaram no Rio Grande do Norte, Cavalcanti Aires e Nóbregas combateram na Paraíba e os Maias estranharam-se com os Suassunas no eixo CE, RN e PB. No Sudeste, em Patos de Minas (MG), há registros de embates sangrentos entre Barcelos e Quintinos.

Há uma relação das lutas entre famílias com a milenar Lei do Talião, o "olho por olho, dente por dente"? O historiador Frederico Mello explica: "A guerra entre clãs é mais primitiva ainda, até porque a desproporção entre a ofensa e a vingança é muito grande. Em pouquíssimas ocasiões, o dano causado ao inimigo não superou a perda inicial".


Alguns dos principais personagens da historiografia sertaneja estiveram, de uma forma ou outra, envolvidos em lutas de famílias. Virgulino Ferreira da Silva apoiou os Pereiras em sua luta contra os Carvalhos em Serra Talhada. A própria trajetória de Lampião no cangaço se iniciou após uma questão entre sua família, Ferreira, com os vizinhos Barros, mais conhecidos como Saturninos e aliados dos Carvalhos. Já os Ferreiras tinham parentesco com os Pereiras. Também o cangaceiro potiguar Jesuíno Brilhante se iniciou no banditismo após matar Honorato Limão. A vítima era líder de uma família rival, em guerra contra os Calados, clã do qual Jesuíno fazia parte. Antonio Silvino, antecessor de Lampião, cujo nome verdadeiro era Manuel Batista de Moraes, foi outro que estreou no cangaço por questões de parentela. Antonio Vicente Mendes Maciel, o Antonio Conselheiro, antes de se tornar líder messiânico, esteve indiretamente envolvido na luta entre os Maciéis e os Araújos em sua Quixeramobim natal. Os Araújos eram uma família poderosa da região que, súbito, viu seu poder ser contestado pelos rivais, gente pobre, mas valente.

O Gênesis, no Antigo Testamento, descreve a vingança radical de Simeão e Levi contra Sichem, filho de Menor, que deflorou Dinah, filha de Jacó. Os irmãos da moça trucidaram a família do infeliz. Confúcio, o sábio chinês, estabelece em suas prédicas: "Não vivas sob o mesmo céu com o assassino do teu pai; se o encontrares na feira ou na reunião, não percas tempo em voltar e buscar armas". A China foi um dos lugares onde mais prosperou a vingança privada. No Egito, diz Luiz de Aguiar Costa Pinto, havia um costume semelhante: "Não mates para que não te matem. O que matar será morto, e o que der ordem de morte morrerá também".

Nas regiões rurais da Espanha, Portugal e Itália, as contendas familiares eram comuns. A guerra entre os Médicis e os Sforzas, no Renascimento, ficou famosa. Na Albânia, sobrevive até hoje o Kanun, um código de honra não escrito, que determina aos familiares de um homem assassinado "lavar a honra" com o sangue do inimigo ou de seus parentes, num ciclo sem fim. O fenômeno é descrito por Ismail Kadaré no livro Abril Despedaçado. O Kanun, que existe há mais de 500 anos, foi declarado ilegal durante o governo do ditador comunista Enver Hoxha. Mas, após a sua morte, em 1985, a prática voltou com força no país. Desde 1991, o Comitê Nacional de Reconciliação trabalha para acabar com as rixas familiares. A ONG calcula que 9,5 mil pessoas foram mortas, nas últimas décadas, com base no código.

Moacir Assunção, pesquisador e escritor
Artigo postado em 08/03/2012
Ilustração: Elly Walton
Fonte:http://guiadoestudante.abril.com.br

Em Julho, o Cariri Cangaço vai aprofundar o entendimento sobre um desses conflitos emblemáticos em nosso Nordeste...
Sampaio, Saraiva e Alencar...EXU!
De 27 a 30 de Julho
Cariri Cangaço Exu 2017

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2016/11/brigas-entre-familias-no-brasil-colonia.html

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PADRE BULHÕES RIA QUANDO DONA LEONTINA FALAVA DA POSSIBILIDADE DELE CRIAR UM FILHO DE CANGACEIROS

Por Adauto Silva

Em conversa recente com familiares de dona Leontina, me confidenciaram que ela sempre dizia ao padre Bulhões... "padre Bulhões, qualquer dia desse, o senhor vai receber um filho dos bandidos". - Ele escutava e dava risadas.

Sílvio Bulhões filho dos cangaceiros Corisco e Dadá

No dia 08 de setembro de 1935, se confirmava sua previsão, a irmã do padre, Bernadete, recebia das mãos de um coiteiro, um dos filhos do casal cangaceiros, "Corisco e Dadá". 



Em razão dessa proximidade, o padre Bulhões, convidou dona Leontina para ser madrinha daquele garotinho... Sílvio Hermano de Bulhões.


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SONHANDO COM O RETORNO DA ESTRADA DE FERRO MOSSORÓ-SOUSA

(*) José Romero Araújo Cardoso

Pensar a produção econômica é pensar o racional, principalmente no quesito meios de transportes. A produção, sobretudo perecível, necessita ser escoada com o mínimo de custos e de obstáculos.

O sonho de Ulrick Graff foi a construção de uma via férrea que ligasse Mossoró ao São Francisco, objetivando viabilizar, sobretudo, o escoamento da produção salineira para as regiões meridionais do Brasil.

Somente no final da década de cinqüenta do século passado, após tentativas frustradas de conseguir tal desiderato, partidas de mentes lúcidas como Jerônimo Rosado e Felipe Guerra, entre outros, foi que os trilhos da velha ferrovia do oeste potiguar chegavam às portas de Sousa, Estado da Paraíba.

Se isso tivesse ocorrido quando os pioneiros começaram a arquitetar o traçado da ferrovia, a situação privilegiada de Mossoró no cenário econômico regional e nacional teria sido mais enfática.


O fluxo da produção paraibana em direção a Mossoró teria sido multiplicado sensivelmente. O trabalho árduo dos velhos tangerinos e as perdas decorrentes dos riscos das viagens, com certeza, teriam diminuído significativamente.

Nenhuma nação rica e industrializada prescinde de suas ferrovias, pois os transportes são racionalizados ao extremo para que a produção de bens e de serviços cumpra sua efetiva racionalidade. É marca indelével na postura do Estado e do empresariado em países desenvolvidos.

Então, o que falar sobre a prioridade ao transporte rodoviário em um espaço marcado pela dinâmica da produção da fruticultura tropical irrigada, do sal e do petróleo? Posso destacar inúmeros benefícios de um transporte que permita viabilizar a produção de bens em larga escala, exigente de uma infraestrutura de grande porte que não torne caótico o cotidiano das pessoas.

Estradas esburacadas e a falta de segurança devido ao tráfego intenso de veículos, sobretudo de grande calado, são apenas exemplos simples dos transtornos causados pela opção desastrada de priorizar o objetivo das transnacionais, principais beneficiárias da desdita econômica de uma região.

Não adianta liberar recursos para recuperar estradas que serão destruídas em poucos meses, graças ao fluxo constante de veículos pesados que em um vai-e-vem contínuo deram novas nuances ao cotidiano local, tendo substituído o silvo harmônico das locomotivas pelo ensurdecedor som das buzinas apressadas.

Temos também que ser racionais, pois precisamos repensar a Estrada de Ferro Mossoró-Sousa como expressão prioritária de todos as propostas públicas e privadas. A ferrovia é a única forma de revitalizar economicamente o município e a região no que diz respeito às exigências sensatas pertinentes aos meios de transportes adequados para determinadas situações que envolvem a produção econômica, caso da fruticultura tropical irrigada.

Mas não basta apenas revitalizar a Estrada de Ferro Mossoró-Sousa se não houver modernização, com a dotação de infraestrutura que atenda a população e as empresas, condição indispensável para que a competitividade da produção local não fique prejudicada.Com a volta do trem, Mossoró, o Estado do Rio Grande do Norte, o Estado da Paraíba, o Nordeste e o Brasil só tem a ganhar, trazendo ainda o romantismo de outrora através da retomada do modus vivendi dos usuários deste importante meio de transporte que nunca pode ser relegado ao ostracismo.

(*) José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor-adjunto da UERN.


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UM LIVRO QUE REGISTROU UMA PORÇÃO DE CANGACEIROS PARAIBANOS


Você que é paraibano e gosta do tema "Cangaço", precisa urgentemente conhecer os cangaceiros que são filhos do seu Estado (Paraíba), através do livro "PARAHIBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO", do escritor e pesquisador do cangaço Ruberval de Sousa Silva. A quantidade de cangaceiros que foi do seu Estado, poderá alguns deles pertencerem à sua família. Ser parente de cangaceiros não quer dizer que a sua família não é digna de respeito. 

Para adquirir esta excelente obra entre em contato com Francisco Pereira Lima "o professor Pereira", lá da cidade de Cajazeiras no seu Estado, através deste e-mail: 

franpelima@bol.com.br

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SOLENIDADE!

José Edilson de A. G. Segundo

Prezados Confrades e Confreiras,

Gostaria de convidar V. Exas. a se fazerem presentes na solenidade de recebimento do título de cidadania norte-riograndense ao eminente confrade Clauder Arcanjo, às 9 h. 


Em seguida, haverá o lançamento do livro Cambono, do homenageado, no dia 30 de novembro de 2016, em Natal-RN, (quarta-feira).

O referido evento dar-se-á no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado do RN, em Natal-RN.

Saudações icopianas,

José Edilson de A. G. Segundo
Secretário do Instituto Cultural do Oeste Potiguar-ICOP

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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