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sexta-feira, 17 de junho de 2016

JOSÉ FERREIRA DA SILVA


Redesenhada pelo artista Diin Ladem. Os pais de Lampião


Imagem: Família de Lampião (desenho de Lauro Villares utilizando-se de antigos retratos) - Infelizmente eu perdi a fonte desta foto.

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ESTUPIDEZ DO FANATISMO RELIGIOSO

Por Rinaldo Barros é professor

“Do fanatismo à barbárie não tem mais do que um passo”. (Denis Diderot , escritor francês, 1713 a 1784)

 (*) Rinaldo Barros

Escrevo sob o impacto da avalanche de notícias sobre o atentado que um membro do Estado Islâmico reivindicou responsabilidade (?) nesta segunda-feira (13), pelo ataque a tiros de fuzil que deixou ao menos 50 mortos em uma boate gay em Orlando, na Flórida, EUA.

Homofobia é também fruto venenoso da violência lato sensu, todos nós estamos expostos.

Por que ainda ocorrem fatos tão terríveis em pleno século XXI?

Tentarei resgatar algumas verdades históricas, tentando entender as origens do fanatismo / terrorismo religioso. Siga o raciocínio. O islamismo já nasceu fundamentalista e expansionista.

O Islã conquistou pela força mais nações do que o cristianismo conquistou pela pregação, e sua crença baseia-se apenas na revelação de um livro - Alcorão - que o próprio Maomé diz ter sido inspirado por Deus entre 578-632 DC. Em várias das suras (capítulos) do Alcorão lê-se passagens que colocam como uma obrigação do crente islâmico subjugar os "Infiéis", "persegui-los", "fazer-lhes guerra santa - Jihad".

Ou seja, o Islamismo nasceu voltado à sua expansão a qualquer custo, é parte de sua identidade. O próprio nome "Islã" significa "o fundamento".

O Islamismo não admite um mundo que esteja fora das linhas de seu livro sagrado.

Por sua vez, o texto do “Sermão da Montanha”, citado no Evangelho de Mateus, prega o afastamento desse mundo para a realidade maior do porvir: “meu reino não é deste mundo”.

Esse caldo cultural fundamentalista se soma a algumas ações dos homens na Terra.

Relembro aqui que o terrorismo no mundo recrudesceu desde a invasão do Iraque pelos EUA, que foi o combustível que faltava aos radicais islâmicos; os quais já identificavam o Ocidente como seu grande inimigo.

E esse conceito não é novo, consolidou-se ao longo dos séculos que se seguiram às cruzadas cristãs (movimentos militares de inspiração cristã que prometia a salvação a todos os morressem em combate aos pagãos, leia-se mulçumanos).

Entre 200 e 900 D.C., as terras de Israel, Jordão, Egito, Síria, Turquia, etc. eram habitadas primariamente por Cristãos. Quando o Islamismo começou a se espalhar e se tornar mais poderoso, os muçulmanos invadiram esses territórios e brutalmente oprimiram, escravizaram, deportaram e até mesmo assassinaram os Cristãos que lá viviam.

Em resposta, a Igreja Católica Romana ordenou que as cruzadas recuperassem posse das terras que os muçulmanos haviam tomado. As ações dos Cristãos durante as cruzadas foram simplesmente lamentáveis e brutais: massacraram, pilharam e destruíram.

Ressalte-se que não há uma justificação bíblica para conquistar territórios, assassinar cidadãos e destruir cidades em nome de Jesus Cristo ou de Deus. Isso é coisa dos homens.

Como vimos, a relação entre religião e violência vem desde tempos imemoriais e tem acarretado milhões de vítimas ao redor do mundo. As maiores religiões, em termos de número de fiéis, cada uma com mais de um bilhão de seguidores, são o Judaísmo-Cristianismo, Islamismo, Budismo, Hinduísmo e Xintoísmo. Cada uma delas se acha dona e defensora da “Verdade revelada”.

Faz parte da dinâmica e da organização de toda religião considerar-se, cada uma de per si, como a única, a verdadeira e, para tanto, tem no proselitismo e nas conversões as suas doutrinas e seus dogmas como princípios fundamentais e imutáveis. Os outros são infiéis.

O campo de batalha entre essas religiões pode ser representado tanto pela mente das pessoas que devem ser “convertidas”, usando inclusive de todas as formas de violência.

Em pleno século XXI, quando a humanidade está supostamente mais evoluída em termos de direitos e garantias individuais, o mundo acaba de assistir a mais um ato terrorista praticado por integrantes do Estado Islâmico, em território do Ocidente cristão. E este não será o último...

O fundamentalismo e fanatismo de grupos radicais islâmicos imaginam que têm o direito de levar o terror a todas as partes do mundo, sempre que, e onde, os princípios do Islã e a figura do Profeta Maomé forem atacados. Estão conseguindo.

A maior consequência é o pavor que o terrorismo infunde na população; na verdade, a grande estratégia desses grupos fundamentalistas: disseminar o medo generalizado.

MISSÃO DE PESQUISAS FOLCLÓRICAS MÁRIO DE ANDRADE EM POMBAL/PB

Por José Tavares de Araújo Neto

Os repentistas Lourival Batista (com 23 anos de idade), seu irmão Dimas Batista (17 anos de idade) e Belarmino de França (41 anos de idade), em fotografia datada de 11 de abril 1938, por ocasião da passagem da Missão de Pesquisas Folclóricas Mario de Andrade pela cidade de Pombal.

Texto: José Tavares de Araújo Neto

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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REMEMORANDO O EPISÓDIO DE ANGICO

Fonte: Jornal CORREIO DE ARACAJU de 29 de outubro de 1938

Como pode um sujeito (Lampião) supostamente envenenado acordar, levantar, ir ao mato (necessidades), conversar com os companheiros, começar a se arrear (equipar)... sem apresentar sintomas?

Leiam abaixo trecho da matéria do Jornal O CORREIRO DE ARACAJU de 29 de outubro de 1938 em que trata sobre o depoimento do cangaceiro VILA NOVA IV (Iziano Ferreira) que esteve ao lado de Lampião poucos minutos antes de ter início o tiroteio na Grota do Angico e foi um dos sobreviventes do ataque da Força Policial Volante de Alagoas. Tirem suas próprias conclusões.

É um assunto polêmico de ser discutido... porém deixo sempre claro que respeito a opinião dos (as) amigos (as) estudiosos (as) do assunto que pensam de forma diferente.

“O bandido Vila Nova rememorou o combate de Angico, em que pereceu Lampião, dizendo, na sua linguagem rude, que às 5 horas da manhã daquele dia, quando começou o combate, já Lampião havia ido ao mato. Aos primeiros tiros, o chefe estava quase equipado, faltando apenas abotoar as correias dos bornais, quando foi atingido por dois projéteis.

Houve um pequeno intervalo, mas, logo após, os que estavam perto de Lampião, acossados por fortes rajadas de metralhadora, caíram mortalmente feridos”.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

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OS VERSINHOS PARA MARIA BONITA NO DIA DO SEU ANIVERSÁRIO

Por Rostand Medeiros
Rostand Medeiros, Manoel Severo e Múcio Procópio

No dia 21 de fevereiro de 1970, no periódico Diário de Pernambuco, Waldemar de Figueiredo Valente escreveu um texto intitulado “A gesta do Cangaço”, onde no final da primeira parte reproduziu os versos que agora apresento e que, segundo o autor, foram criados pelo cangaceiro Zabelê para comemorar o aniversário de Maria Bonita.


São versos bem interessantes, que mostram um lado diferenciado e menos focado nos processos ligados a violência que tanto caracterizou o cangaço.

Maria Bonita

Waldemar Valente foi médico, farmacêutico, antropólogo, sociólogo, etnólogo, professor, pesquisador, humorista e escritor. Pertenceu ao grupo de notáveis africanistas que se destacou na área desde o Primeiro Congresso Afro-Brasileiro de 1934. Como escritor Waldemar Valente escreveu obras como Introdução ao estudo da Antropologia Cultural (1953); Sincretismo religioso afro-brasileiro (1955); Maria Graham: uma inglesa em Pernambuco nos começos do século XIX (1957); Misticismo e região (1963); O padre Carapuceiro: crítica de costumes na primeira metade do século XIX (1969), Nordeste em três dimensões folclóricas (1986); Antologia pernambucana de Folclore (1990).

Waldemar de Figueiredo Valente

Foi professor na Professor da Universidade Federal de Pernambuco, e na Universidade Católica de Pernambuco. Waldemar Valente morreu no Recife, no dia 27 de novembro de 1992.


https://tokdehistoria.com.br/2016/06/16/os-versinhos-para-maria-bonita-no-dia-do-seu-aniversario/

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O DESTINO CONSPIRA CONTRA CRISTINO


Em 1924, o jovem Cristino Gomes da Silva Cleto foi convocado pelo Exército Brasileiro para cumprir o serviço militar.


Nada de mais nem anormal nisso, não fora, nesse período, nessa data, nesse ano, terem ocorrências políticas nacionais que terminaram por ter um levante no quartel onde ele prestava serviço militar.

Os jovens Cristino, como outros, achavam que por terem se rebelado, mesmo cumprindo ordens, iriam ser condenados a morte. Onde essa punição não caberia, pois, a pena de morte já fora extinta, menos no caso de haver guerra, e nela haver traição e/ou deserção.

“Sergipe viveu um dos capítulos mais emocionantes de sua História. O fato pouco conhecido pela população em geral foi a revolta de 13 de julho de 1924. O tumulto começou ainda de madrugada no quartel do Exército, que à época estava localizado na Praça 24 de Outubro, atual General Valadão. “De lá o capitão Eurípedes Esteves de Lima, e os tenentes Augusto Maynard Gomes, João Soarino de Mello e Manoel Messias de Mendonça ordenaram a ocupação de prédios públicos e a prisão das autoridades que discordavam do levante, a exemplo do comandante do 28º BC, major Jacintho Dias Ribeiro, e do governador Maurício Graccho Cardoso”.

“Os militares rebeldes enviaram tropas para São Cristóvão, Itaporanga, Rosário do Catete e Carmópolis. Depois disso a população começou a retornar para Aracaju. A movimentação das tropas legalistas comandadas pelo general Marçal Nonato de Faria inquietava os líderes da revolta em Sergipe e alarmava os moradores das cidades por onde passavam.”

“(...)Por fim os rebeldes viram-se num redil. Tropas enviadas pelo Governo Federal avançavam pelo norte e sul do estado. E o contratorpedeiro Alagoas posicionava-se a oeste, de frente para Aracaju. Sem comunicação, cercados por todos os lados e contando com o desafeto dos coronéis do interior, os líderes da revolta fugiram e os praças ficaram atônitos(...)”. (Andreza Maynard, Doutoranda em História)

Mesmo assim se inicia uma grande busca pelos jovens desertores.

Cristino segue numa alucinada fuga sem poder se mostrar para ninguém, travessa seu Estado natural, Alagoas, e segue, entrando em Pernambuco, rumo a Paraíba, em busca de um lugar para arriar seu matulão. Essa ‘viagem’ é feita no mais absoluto silêncio, tensão e medo.
Chega, na metade do ano de 1924, mais ou menos, num lugar chamado Alagoa do Monteiro, no Estado paraibano, um dos municípios palco da “Guerra de 12”, o outro é Prata, no mesmo Estado, travado entre as forças dos Governos pernambucano e paraibano, contra o “Guerreiro Togado”, Augusto Santa Cruz.

Cristino, vaga pelo município, na zona rural e termina por encontrar trabalho em uma das muitas fazendas que cercam a sede. Não vai muito a cidade por medo de ser reconhecido e preso por soldados do Exército.

Cristino tinha um habito de extrapolar na bebida e, depois disso, a coisa ficava feia pois cantava todos para uma briga. Nas cercanias do sítio em que trabalha sempre havia sambas, forró, e ele ia. Num desses forrós, ele, já bastante alto pela quantidade de bebida ingerida, convida uma moça para dançar, e a moça, notando o estado de embriaguez em que se encontrava, não aceita o convite. O homenzarrão, ruivo, não aceita, por sua vez, a negativa da moça. E continua insistindo para que ela fosse dançar com ele. A coisa começa a engrossar e, o som do palavreado já bastante alto, chega aos ouvidos de um parente da moça que também estava no samba. Logicamente o rapaz, primo da jovem, vai em seu socorro.

Ao chegar junto onde está havendo a teima, o rapaz e Cristino se desentendem ao ponto de irem aos bofetões. A ‘roleta’ é estabelecida e, só um tempo depois, é que a turma do ‘acaba com isso’, conseguem separar os dois. Só que a polícia já estava presente e prende os dois.

Dr. Sérgio Dantas

Segundo o pesquisador/historiador Sérgio Dantas, em seu sensacional livro, “Corisco – A sombra de Lampião”, o rapaz é logo solto, por ser natural da região e ter pessoas e parentes influentes que pedem por ele.


Não sendo da região nem tendo parentes nem amigos influentes que tomem seu partido, Cristino passa vários dias no xilindró. Após sair da cadeia, o jovem alagoano decide mudar, mais uma vez, de ares. Naquela região não mais poderia viver.

Lasca-se no meio do mundo novamente, dessa vez rumo ao interior pernambucano e, tempos mais tarde, chega na fazenda Condado, no município de Vila Bela. Demora-se pouco ali e, seguindo para o município de Bom Nome, ele vai até a fazenda Boa Vista, propriedade rural do Sr. Manoel Pereira Valões, casado com uma parente sua.

Só que, parece que o destino lhe arma constantemente uma cilada. O dono da fazenda, certo dia, recebe a visitas de alguns senhores vindos das bandas de Vila Bela. Dentre os visitantes está o filho do Intendente de Vila Bela. Esse Sr. Chama Manoel Pereira em particular e diz que aquele rapaz que está vivendo em seu imóvel rural era um foragido, tanto da justiça comum como do Exército.

Resultado, o próprio esposa da sua parente, aconselha e serve de intermediário entre ele e o já bastante afamado, Lampião.

“(...) A escolha de Cristino – independentemente da razão que o motivara – seria amplamente justificável naquela quadra temporal. O cangaço era uma forma de agrupamento que seduzia um sem número de jovens que buscavam proteção, vingança, dinheiro ou, simplesmente, fama. Assim, Cristino decide se refugiar debaixo de um chapéu de couro, tomar por escudo um refli municiado e bradar, sempre que possível, a justificativa de que seria ‘um homem perseguido pela polícia’. Todas as circunstâncias pareciam, naquele instante, convergir naturalmente para o cangaço(...)”. (“CORISCO – A Sombra de Lampião” – DANTAS, Sérgio Augusto de Souza. 1ª edição)

Naquele mês de agosto, um jovem alagoano, narra para um chefe cangaceiro, chamado Lampião, o ou os motivos que o fizeram procurar-lhe. Após escutar o que o rapaz tinha a dizer, o “Rei dos Cangaceiros” o admite de imediato. A partir daquele momento, reluzindo de forma triste e indomável, um “Corisco” cortava as brenhas pajeuzeiras sob o comando direto de um ‘cabra’ de alcunha “Jararaca”... na região do Navio nas quebradas do Sertão.


Fonte Corisco – "A Sombra de Lampião" - DANTAS, Sérgio Augusto de Souza. 1ª edição)
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Foto Ob. Ct. 
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EDSON ARAÚJO MACEDO

Por Guilherme Machado Historiador Pesquisador

Belíssima visita, do senhor Edson Araújo Macedo, e sua linda família ao Portal do Cangaço de Serrinha. Este cidadão pai de família aposentado, que nasceu no sertão baiano de Uauá, no ano de 1926, testemunha viva no processo do cangaço na Bahia. Seu Edson afirma ter visto, Lampião em uma de suas passagens por Uauá, quando o rei do cangaço começou a recrutar cabras baianos para o seu bando, a exemplo de Cirilo de Engrácia, Zabelê, Gato, Zé Baiano, Volta Seca, e outros cangaceiros da região de Macururé, Rodelas, Abaré, Jeremoabo, Raso da Catarina, e etc.

O ano era 1936 e o menino Edson com 11 anos de idade, saía para lida do dia a dia com os animais da família, quando deu de cara com a cabroeira de cangaceiros. E perna para que te tenho... falou seu Edson... risos. ???

Hoje, radicado em Curitiba no Paraná, e com a maioria dos familiares morando em Feira de Santana e Uauá, seu Edson se emocionou muito ao visitar o Portal do Cangaço de Serrinha, visita esta programada por uma sobrinha de seu Edson, que visitou o acervo de Luiz Gonzaga, no são João de São Francisco do Conde-Ba. E a moça fez esta bela surpresa para o seu tio, que é um eterno apaixonado pela saga do Nordeste.

Fiquei bestificado com a simpatia deste cidadão, com 85 anos de idade mais com um vigor de menino de 15 anos, seu Edson que Deus o abençoe o senhor e dona Maria tua esposa, e toda a sua família que aqui esteve visitando o Portal do Cangaço.

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