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domingo, 28 de outubro de 2012

A MORTE DE LAMPIÃO


Com o advento do Estado Novo e da ditadura Vargas, fecha-se o cerco em torno de Lampião. Com várias cicatrizes de batalhas e a saúde em regressão, o famigerado guerrilheiro já perdera parte de seu ímpeto combativo e ofensivo. Mormente com o ingresso de mulheres no bando, já não cortava grandes distâncias, limitando-se, no final da carreira, a breves incursões nas proximidades do Rio São Francisco. 

reidaverdade.com

O reinado, enfim, tem seu epílogo na grota do Angico (SE) na fria e chuvosa madrugada do dia 28.07.1938. Coube os louros da façanha ao Tenente 

Tenente João Bezerra

João Bezerra da polícia alagoana e não a tradicionais e eminentes combatentes como os Nazarenos de Pernambuco ou o Tenente José Rufino da Bahia.

Tenente José Rufino

Guiados pelo coiteiro Pedro de Cândido, que, para tanto, após delação do vaqueiro Joca Bernardes, havia sido pressionado e torturado, Bezerra, coadjuvado pelo aspirante Ferreira de Melo e o sargento Aniceto, surpreende Lampião em seu esconderijo. O combate dura pouco e praticamente não há reação. Zé Sereno, sua companheira Sila e outros bandidos conseguem fugir, mas o fogo cruzado atinge em cheio o estado maior do “rei do cangaço”, que morre juntamente com Maria Bonita, seu lugar-tenente Luiz Pedro e mais oito comparsas. Do lado da polícia, tomba o soldado Adrião Pedro e o comandante sai ferido sem maior gravidade. As cabeças dos cangaceiros são decepadas e os corpos deixados insepultos no local. Como vingança, Corisco, que se encontrava acampado em fazenda na margem oposta do rio, promove a conhecida “Chacina dos Patos.”

Maria Bonita, um olhar para seus familiares

Por: José Mendes Pereira
Capitão Jorge Alfredo Bonessi

O capitão Alfredo Bonessi diz em seu artigo: Um olhar sobre Angicos Parte I... páginas do Cariri Cangaço, "que Maria Bonita já vinha se queixando de Lampião, da vida que levava, pois queria ir embora para casa, largar a vida de cangaceiro, mas Lampião não queria. O casal estava brigado e havia discutido muito. Maria Bonita estava de astral novo, pois ela tinha cortado os cabelos". 

Em minha humilde opinião Maria Bonita não só estava cansada da vida que levava, como já havia adquirido o medo de viver embrenhada às matas, sabendo que a qualquer hora poderia ser morta pelas volantes policiais.

Ah, se eu me encontrasse com a minha família!

Maria Bonita quando se embrenhou às matas estava dominada pelo o cupido, e depois de tantos sofrimentos descobriu que havia se enganado, pois a sua loucura pelo o movimento do capitão Lampião era uma simples ilusão.  Por esta razão, exigia do seu companheiro a desistência daquela amaldiçoada vida.

Maria Bonita e Lampião

Foram oito anos vividos e perdidos entre os serrados. A vida do cangaço era um verdadeiro inferno, sofrendo naquelas matas como se fosse um animal, e como saldo, apenas ganhara o sol forte, poeiras, chuvas, dormindo no chão, desprovida de um acomodado teto, distante das festas decentes que aconteciam na sua terra querida, a solidão presente a todo instante, saudade dos pais, irmãos, familiares, amigos, parentes e aderentes.
       
Viveu o inferno que ela mesma o desejou.  Queria voltar ao seu amado chão, abraçar os velhos e sofridos pais, irmãos e lhes dizer, que a partir daquele dia, passaria a ser a nova Maria Déia e não mais falassem em Maria Bonita.
       
Mas Maria Bonita apenas imaginava a desistência do cangaço, e não tinha coragem de fugir da presença do seu companheiro. Não queria tomar esta atitude, pois a Rosinha de 



O cangaceiro Mariano

Mariano fora assassinada a mando de Lampião, e ela mesma sabia que sendo a verdadeira companheira do chefe do cangaço, e se fugisse em busca dos seus familiares, com certeza seria seguida pelos cangaceiros, todos ordenados por Lampião.

As caatingas são bem melhores do que a prisão

Mas Lampião como chefe de bando jamais imaginou sair daquela sofrida vida. Para ele, liberdade, somente entre os serrados, livrando-se de estilhaços de balas, pois se assinasse a desistência do cangaço, com certeza iria passar pelas mãos vingativas de policiais. Não desistiria e nem autorizaria a saída de sua companheira do cangaço.

As conversas mantidas por Pedro e Lampião

Pedro de Cãndido à esquerda - que indicou o coito de Lampião

Em relação às conversas mantidas por Pedro de Cândido e Lampião dentro da mata, eu suponho que o interesse de Pedro era para saber se o bando iria passar mais alguns dias na Grota, ou se já estava de bagagem pronta para partir para outro lugar, pois é quase certo que Pedro de Cândido já vinha sendo pressionado pela volante do tenente 

Dona Cira Britto e João Bezerra

João Bezerra, e, temendo ser executado, que na época um policial ditava as regras, foi obrigado a delatar o lugar onde os asseclas se encontravam. Lampião que não tinha maldade no seu coiteiro, caiu na malha fina, preparada por ele.    

Entrega de Balas a Lampião

Quanto ao suposto envio de balas pelo tenente João Bezerra a Lampião não há como eu acreditar, pois é muito difícil um perseguidor fazer venda de munições ao seu perseguido, e em seguida ir atacá-lo.

O Jornal de Fato

O jornal de Fato - Revista exemplar - Edição 315/2008 “Domingo” publicou um artigo do escritor 

Escritor Paulo Medeiros Gastão

Paulo Gastão que entrevistou o Durval Rosa, diz o escritor:

Coiteiro Durval Rosa

“Durval Rosa, irmão de Pedro de Cândido, em depoimento a mim prestado e registrado em fita de vídeo, declara que na noite anterior ele desceu a serra e foi levar um saco de balas dividido em duas porções em cima de um jumento. “Era muito peso”, dizia o entrevistado. Continua: "Para que tantas balas? Que desejaria o capitão fazer com o material? Existia a compra de armas e balas, porém, se quem servia de intermediário, para que farto material chegasse às mãos dos bandidos? Um militar que atuou na volante que chegou a Angico foi curto e grosso. “-A polícia!”

Quando eu falo que não há como eu acreditar, não me refiro às palavras do escritor Paulo Gastão, e sim, as de Durval Rosa, pois o escritor apenas diz o que o depoente disse. Não é Paulo Gastão que está confirmando a remessa de balas feita por João Bezerra a Lampião. E tudo que ele fala neste artigo eu estou de acordo com ele.
                    
Eu não duvido que alguns policiais desprovidos de patentes, e que não participavam das perseguições aos bandidos, tenham feito vendas de balas a Lampião, pois na época do cangaço não era necessário se apresentar documentos para tal compra, e também quem guardava as avantajadas caixas de balas eram os próprios policiais, que eles mesmos poderiam negociá-las sem que as autoridades como sargentos, tenentes e capitães soubessem o total de balas estocado.

O cão Guarani em Piranhas

Quanto ao cachorro de Lampião que fora pego em combate pela volante de 

Tenente Zé Rufino - o matador de Corisco

Zé Rufino, e posteriormente entregue ao Tenente João Bezerra, lá em Piranhas, e sessenta dias depois o animal estava na companhia do seu dono, é possível que ao darem liberdade a ele, isto é, soltado-o, achando que ele ficaria na residência de João Bezerra, o animal tomou rumo às caatingas à procura de Lampião, que não é coisa difícil para cão sair em busca do seu dono.

Corisco foi um traidor de Lampião ou não?

Em relação a não presença de Corisco ao coito, na madrugada de 28 de julho de 1938, lá na Grota de Angicos, eu busco resposta para isso.

 
 Corisco, o Diabo Loiro, e o cangaceiro Vinte e Cinco

O escritor Alcindo Alves Costa 


diz em (Lampião Além da Versão – Mentiras e Mistérios de Angicos): “-Uma estranha versão conta que nos últimos dias que antecederam o cerco na Grota de Angico, os famosos 

Tenente José Lucena

José Lucena e Aniceto Rodrigues 

Aniceto sentado  à direita

foram até o coito com a finalidade de acertarem algo que poderia mudar os caminhos do banditismo com o falado Diabo Loiro”. Continua: “-É esta visita misteriosa, um dos grandes segredos que cercam os fatos de Angico”.

Teria sido Corisco um dos traidores de Lampião, entregando o rei aos famosos José Lucena e Aniceto Rodrigues, já que eles foram ao seu coito com a finalidade de acertarem algo que poderia mudar os caminhos do banditismo?


Foto das cabeças dos cangaceiros abatidos na Grota de Angico - 28-7-1938

Quando aconteceu a chacina que levou o rei, Maria Bonita e mais nove cangaceiros, Corisco e seus asseclas se encontravam acoitados entre as fazendas de nomes: Coidado e Emendadas.  
                     
Será que Corisco não foi para o acampamento quando aconteceu o ataque aos bandidos, porque sabia o dia em que seria feita a chacina, uma vez que a volante não iria ter tempo de escolher quem morreria e quem ficaria vivo? E aí, leitor? Esta é a minha humilde opinião.

Fontes de Pesquisas:
Um olhar sobre Angico Parte I - Capitão Alfredo Bonessi.
Revista Jornal de Fato - Mossoró - Edição 315/2008.
Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angicos –
 Alcindo Alves da Costa.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com       

ALCINO, MEU PAI: RETRATO INACABADO - I (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa(*)
Rangel Alves da Costa

ALCINO, MEU PAI: RETRATO INACABADO

Quem vê meu pai agora, doente e entristecido por não poder mais cortar de chinelo no pé as estradas e ruas do seu sertão, de sua querida Nossa Senhora da Conceição do Poço Redondo, nem imagina o que ele já foi, o que ele já fez. E certamente ainda faria se a saúde lhe permitisse um reencontro com as forças.

Sertanejo de raiz e pedra, de feição trigueira e tez curtida de sol, da lavra de Dona Emeliana e Seu Ermerindo, meu pai, Alcino Alves Costa, se fez homem ainda rapazote, quase menino. Nascido em 1940, naqueles tempos não havia muito tempo para a criancice. Ou o trabalho na terra ou o estudo em terras distantes. Mas nem um nem outro.

Alcino Alves Costa

Cresceu autodidata, de pouco estudo, mas dotado da peculiaridade que caracteriza alguns sertanejos: não acomodar perante os mesmos dias e as mesmas noites, buscando sempre horizontes melhores para sobreviver e sonhar. Então o rapaz se fez sonhador, mas sempre ele mesmo um príncipe de imaginário chapéu de couro, calçado em roló, vivenciando a dura realidade sertaneja, suas guerras, suas vinditas de sangue.

Daí se apaixonar logo cedo pelas histórias de beatos e curandeiros, missionários e profetas das distâncias matutas, guerrilheiros da terra do sol, cangaceiros, coiteiros, jagunços, coronéis. E como pano de fundo toda uma nefasta política de compadrio, assistencialismo e injustiças. Enxergou o Nordeste nu, sem os enfeites da cidade, sem as distorções de quem vive distante, para se debruçar sobre o grão de espinho e a rachadura ressequida da terra.


Lançou, então, o olhar principalmente sobre o Capitão Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Mas por trás do maior dos cangaceiros, avistou também todo um contexto que mais tarde esmiuçaria nos seus estudos e publicações sobre o fenômeno cangaço. Se grande parte dos pesquisadores preocupava-se apenas em delimitar os lados herói e bandido do Capitão, para Alcino o consenso estava em compreender o homem perante o seu meio, e não por um feito ou outro.

Mas não se voltou apenas para as pesquisas e análises do cangaço. Sua paixão pelas raízes sertanejas, seus heróis e bandidos, suas gestas e parições, surgiu ladeada por um interesse e gosto desmedidos pela autêntica música caipira, aquela vinda da viola de pinho, das duplas caipiras, nos ritmos cheirando a terra e desventuras amorosas do homem comum. A cada melodia uma história, sinfonia de cobre envelhecido refletindo um jeito de ser tão sertão.

Então se tornou incondicionalmente apaixonado pelos cururus, guarânias, cateretês, músicas de rancharia. Mas em todos os ritmos a luz do luar sertanejo, a terra sendo semeada, a flor da raiz de um povo. Da velha radiola – que era azul por sinal, trazida do sul como presente por um primo - tantas vezes colocada no banco da pracinha da matriz em noites de lua grande, ecoavam as vozes de 


Tonico e Tinoco, Zico e Zeca, Belmonte e Amaraí, Cascatinha e Inhana.

Com cerca de vinte e oito anos, estando certa feita jogando bola no outro lado do riachinho, foi chamado com urgência por um emissário com ordem de seu pai, o Seu Ermerindo, para que corresse até a residência para trato de assunto urgente. Naquela boca da noite Alcino era lançado à política, escolhido por um dos grupos para ser o candidato a prefeito. Saiu vitorioso contra um ex-prefeito e daí em diante se firmou como forte liderança em toda a região sertaneja.

Sempre eleito com ampla maioria, assumiu por três vezes o destino do município de Nossa Senhora da Conceição do Poço Redondo, na região mais seca do semiárido sergipano. Era um político atípico, distante das perseguições e das intrigas maldosas, de modo a ter como auxiliar na prefeitura o candidato derrotado. Amigos, apenas de convicções partidárias diferentes, ele não relutava em convidá-los para ser secretários ou assumir cargos de grande relevo na administração municipal. Assim aconteceu com dois de seus adversários.

Político, sempre vitorioso, mas sempre mantendo a humildade e simplicidade que sempre o caracterizaram. Só vestia terno para tomar posse, depois disso a veste pomposa ficava aos cuidados da naftalina. Inimigo feroz de sapatos, gravatas, qualquer coisa que o impedisse de andar, muitas vezes, com a camisa deitada no ombro. Tinha a estranha mania de andar pelas ruas mordendo uma ponta da camisa que se estendia dobrada no corpo.
Mas amigo da havaiana sem igual. Na capital sergipana, depois de um encontro político importante, chegava estropiado pelos sapatos, sentindo o maior alívio do mundo quando calçava seu velho chinelo de dedo. Também não demorava nada na capital. Após resolver o problema seguia avexado rumo ao seu sertão.

E ao chegar, fosse ao entardecer ou noite fechada, o alívio se completava quando colocava na vitrola um disco de música sertaneja, principalmente de Tonico e Tinoco. O maior fã dessa dupla que possa existir. A melodia ecoando e ele acompanhando feito maestro matuto o “Pé de Ipê”, “Tristeza do Jeca”, “Couro de Boi”, “Saudades de Minha Terra”.

Foi prefeito por quatorze anos, em duas administrações de quatro anos e a última de seis, esta lá pelos idos dos anos 80. A essa época, ao lado da música caipira, aumentava o seu interesse pelo mundo cangaceiro, ainda refletindo tão fortemente na região. E não se deve esquecer que as terras de Poço Redondo foram importantíssimo celeiro de cangaceiros, com cerca de trinta mocinhas e rapazinhos que enveredaram pelos caminhos do sol sangrento. E não apenas isto.

Foi lá nas ribanceiras do lugar, ao lado do leito do riacho Tamanduá, na Gruta do Angico, às margens do Velho Chico, que o cangaço deu seu último canto, ou seu último suspiro. Eis que na madrugada de 28 de julho de 1938, vinda da cidade alagoana de Piranhas, a volante comandada pelo Capitão João Bezerra atravessou silenciosamente o rio para dizimar o maior dos bandos cangaceiros, ocasião em que morreram Lampião, Maria Bonita e mais nove de seus cabras.


Esta e outras histórias foram causando grande impacto em Alcino, de modo a resolver investigar com maior profundidade suas causas, motivações, percursos e, principalmente, passar a limpo muita falácia que circulava em torno do fenômeno cangaço. Tarefa difícil, mas fácil ao mesmo tempo, eis que ainda podia encontrar ex-cangaceiros, ex-volantes e ex-coiteiros, bem como fazer pesquisa de campo em locais próximos e que foram palcos de épicas batalhas cangaceiras.


Tornou-se amigo íntimo de Adília, Sila, 


Mané Félix e Adauto Félix, dentre outros. Além de ser principal opositor político de um famoso ex-coiteiro, e mais tarde prefeito do município, 


Durval Rodrigues Rosa, irmão daquele que é tido por muitos como traidor de Lampião: Pedro de Cândido. 

(Coiteiro Pedro de Cândido é o da esquerda o da direita é um comerciante de Piranhas)

Em certa época os dois rivais políticos se uniram para vencer ameaças forasteiras e tornar prefeito um filho de Seu Durval.

Canário: perneiras em ação, 1936
O cangaceiro Canário em 1936

Adília, mulher do cangaceiro Canário, que menina ainda foi levada pela mão amorosa para o bando de Lampião, era, a um só tempo, grande amiga e protegida de Alcino. Proteção no sentido de amparo, de ajuda para sobreviver, vez que pessoa carente demais de meios de subsistência. Ainda meninote, muitas vezes eu encontrava a ex-cangaceira em casa, numa amizade singela com minha mãe, Dona Peta.

E inocentemente brincava com ela, subia-lhe no colo e perguntava como tinha aparecido aquele buraquinho na perna. Adília apenas sorria. Somente depois fiquei sabendo da bala varando o osso, do grito de dor nas caatingas sertanejas.
Continua...

(*) Meu nome é Rangel Alves da Costa, nascido no sertão sergipano do São Francisco, no município de Poço Redondo. Sou formado em Direito pela UFS e advogado inscrito na OAB/SE, da qual fui membro da Comissão de Direitos Humanos. Estudei também História na UFS e Jornalismo pela UNIT, cursos que não cheguei a concluir. Sou autor dos eguintes livros: romances em "Ilha das Flores" e "Evangelho Segundo a Solidão"; crônicas em "Crônicas Sertanejas" e "O Livro das Palavras Tristes"; contos em "Três Contos de Avoar" e "A Solidão e a Árvore e outros contos"; poesias em "Todo Inverso", "Poesia Artesã" e "Já Outono"; e ainda de "Estudos Para Cordel - prosa rimada sobre a vida do cordel", "Da Arte da Sobrevivência no Sertão - Palavras do Velho" e "Poço Redondo - Relatos Sobre o Refúgio do Sol". Outros livros já estão prontos para publicação. Escritório do autor: Av. Carlos Bulamarqui, nº 328, Centro, CEP 49010-660, Aracaju/SE.

  
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com