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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

De policial a travestido de Polícia.

Por: Archimedes Marques


Fruto de uma Sociedade em que cada vez mais se clamam pela probidade administrativa e que ainda se tem a Policia como delinqüente, está em meio às Instituições policiais a figura do digno policial, do verdadeiro policial a cumprir a sua árdua missão de bem servir e defender a população, ao mesmo tempo em que paga em conceitos depreciativos pelas ações indignas do falso policial, do travestido de Polícia. Infelizmente para muitas pessoas, policial e marginal é “farinha do mesmo saco”, ou seja, generalizam-se toda a Instituição policial por conta de uma minoria desvirtuada que age à margem da Lei e que por excesso de burocracia ou pelas brechas das Leis continuam a desempenhar as suas funções normalmente.
É bom que se frise que o termo Polícia aqui usado engloba todas as instituições policiais estatuídas na atual Carta Magna, enquanto que, a palavra policial é direcionada a todos os seus membros, do mais baixo ao mais alto grau de carreira, vez que todos nós que policiamos e mantemos a ordem pública, somos policiais, ao passo que, o termo travestido de Policia, nada mais é do que aquele componente que apesar de fazer parte da Polícia preferiu passar para o lado oposto, para o lado da marginalidade.
A somação dos atos criminosos praticados pelo travestido de Polícia, além de abrir chagas no seio da instituição é, sem sombras de dúvidas, a mais séria e grave existente no âmbito da segurança pública, vez que o policial é acima de tudo o guardião da Lei e protetor da ordem pública.
Na verdade o travestido de Polícia está na força pública para extorquir, roubar, matar, prevaricar e sempre se proteger atrás do seu distintivo, fazendo dos bons o seu escudo e dividindo com os honestos as críticas pelos seus atos insanos.
Polícia e bandido são opostos que não podem ser atraídos para o mesmo objetivo. Tal missão ilícita é própria do travestido de Polícia que, além de tudo, ainda espera contar com a conivência ou benevolência dos seus colegas de armas como se os mesmos fossem obrigados a partilhar da sua insanidade.
É bem verdade que em todos os órgãos governamentais existe o verdadeiro e o falso funcionário, mas já assistimos bons avanços de resgate da dignidade administrativa, embora esteja ainda aquém do desejo e exigência popular. Os exemplos de punidades nos três poderes já aparecem mais frequentemente e são bem aplaudidos pela sociedade que espera a justa continuidade do processo de limpeza geral em toda a administração pública.
Para que a depuração e a autodepuração sejam trilhadas fortemente também em todas as Instituições policiais e se acabe de vez com figura indesejável do travestido de Policia é necessário maior participação popular denunciando os seus ilícitos e que se reformem as Leis administrativas e penais em desfavor desses infratores, transformando os seus respectivos procedimentos em atos mais ágeis e menos burocráticos, aplicando punições justas quando das suas culpabilidades.
Complementando deve o ego do verdadeiro policial sempre ser massageado, colocando-o em melhor ocupação ou cargo de destaque com digno salário e gratificação merecedora, além das boas condições de trabalho para que o mesmo assim possa caminhar  mirando também as suas próprias fileiras, expondo e ajudando a purgar as feridas causadas pelo travestido de Polícia.
Com honra, ética, e perseverança é possível fazer uma Polícia séria, sem corrupção ou interesses escusos para o próprio bem da Instituição, da sociedade, do poder público e do  Brasil.
Autor:
Archimedes Marques (Delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela UFS) – archimedesmarques@infonet.com.br 

Lampião o mata sete

Por: Alcino Alves Costa
Alcino Alves Costa na casa de Maria Bonita, na Malhada da Caiçara

Um semanário de Aracaju entrevistou o conceituado e respeitabilíssimo Juiz de Direito aposentado, Dr. Pedro de Morais. Na entrevista, o considerado ex-juiz, discorre sobre o lançamento de seu livro intitulado “Lampião o mata sete”, que ocorrerá na próxima quinta-feira, dia 24, na Livraria Escariz, do Shopping Jardins. Nas páginas do jornal, o Dr. Pedro afirma fatos do viver de Virgulino Ferreira da Silva.


Fiquei deveras estupefato com as suas colocações. Não tenho dúvida, as mesmas não têm nenhum embasamento e descambam para uma injustiça sem limites. Lamento profundamente que um homem da lisura e do sereno proceder, como foi e é o nosso querido Dr. Pedro Morais, pessoa que eu tenho grande estima e respeito, tenha sido influenciado e acreditar em tamanhos disparates como se fosse um iniciante e inexperiente “vaqueiro da história”. O Dr. Pedro é um estudioso do assunto. Todavia, também sofreu a influência daqueles que registram em livros e documentos grotescas e deslavadas mentiras. Inverdades que tem o poder de embaraçar a cabeça até de atilados homens da estirpe de nosso ex-juiz.
O que me deixou admirado foi perceber que um homem que trilhou a sua vida pelos caminhos da justiça e do conhecimento da mentalidade humana, tenha sido influenciado com tanta facilidade. Foi assim que com certeza aconteceu com o nosso Dr. Pedro. Em um instante da fragilidade mental se deixou envolver por aqueles que não têm compromisso com a verdade e quase sempre registram em livros e documentos grotescas e deslavadas mentiras.


Dizer-se que Lampião era homossexual e Maria Bonita uma adúltera, e os dois,


Lampião e Maria Bonita, coabitavam com Luís Pedro, vivendo assim, em plena caatinga, um triângulo amoroso, é algo que em sã consciência ninguém tem o direito de acreditar.
Eu sei muito bem que pessoas descompromissadas com a verdadeira história do cangaço e de Lampião tiveram o desplante de dizerem ou registrarem essas verdadeiras aberrações. Porém, um homem do quilate, da hombridade e da nobreza de caráter do Dr. Pedro não merecia participar desse pequenino grupo de pessoas que registraram tão medonhas distorções da história cangaceira. Lampião jamais foi um gay. Aliás, em toda história do cangaço, desde os seus primórdios não se registra nenhum homossexual nos grupos cangaceiros. Luís Pedro tinha a sua companheira, a cangaceira Neném, morta na fazenda Mocambo, em Sergipe.


A afirmativa de que o grande cangaceiro, do povoado Retiro, em Triunfo, Pernambuco, era amasiado com Maria Bonita e o próprio Lampião é uma coisa deplorável, uma mentira monstruosa que nasceu da mente doentia dos mal intencionados.
Quanto a Lampião ser um estilista, afirmação de um dos maiores pesquisadores da história cangaceira, eu contestei essa esdrúxula afirmativa, inclusive em artigo para este jornal, mostrando que o tão considerado escritor estava usando apenas o seu ponto de vista, nunca a verdade sobre o viver e a conduta de Lampião.
O que Lampião fazia, e muitos sertanejos também faziam, era pelejar com couro, fazendo selas, perneiras, gibão e outros acessórios puramente sertanejos. Ser um estilista, bordar peças e indumentárias do cangaço, isto jamais aconteceu. É acinte a história de Lampião. É querer inventar e se mostrar dono da verdade. Quanto a ele ter sido um feroz bandido, um cangaceiro malvado, com atitudes monstruosas, tudo isto é verdade. Como também é verdade que ele foi e é um dos maiores heróis da história do Brasil. E a prova insofismável está nestas discussões sobre o caminhar pelas estradas da vida desse caboclo das barrancas do riacho São Domingos e das fazendas Ingazeira e Passagem das Pedras. Mesmo após 73 anos de sua morte, Lampião é o personagem mais falado e pesquisado em todo Brasil. Este homem é um herói ou não? Maria Bonita jamais foi chamada de Dea. A Dona Dea que na entrevista diz ser Maria era justamente a mãe de Maria Bonita, que antes de sua ida para o cangaço era conhecida como Maria de Dea. Dona Dea, chamava-se Maria Joaquina Conceição Oliveira e era mãe de muitos filhos, dentre eles Maria Gomes de Oliveira, a segunda filha do casal; inicialmente chamada de Maria de Dea e posteriormente de Maria de Lampião, ou Maria do Capitão. Não posso e não quero, sob hipótese alguma, desmerecer o trabalho literário do Dr. Pedro, a quem, repito, tenho uma admiração e um respeito muito grande. Todavia, não tenho como não me manifestar sobre essas monstruosas injustiças. Injustiças que se faz com Virgulino Ferreira da Silva e com Maria Bonita.
Fiquei triste em ter lido a entrevista de responsabilidade de um homem de extraordinária integridade, e por essa razão, os seus escritos irão confundir ainda mais as pessoas que não conhecem verdadeiramente a história do cangaço e de Lampião e o viver do homem sertanejo naqueles tempos do sertão de outrora. Maria Bonita não era uma adúltera. Lampião jamais foi um gay!

Saudações cangaceiras

Alcino Alves Costa
O Caipira de Poço Redondo
Artigo Publicado no Jornal  da Cidade, de Aracaju em sua edição de ontem,dia 23 de novembro de 2011
Extraído do Blog Cariri Cangaço




Artigo sobre o livro de Pedro de Morais

Por: Capitão Alfredo Bonessi

Olá Wescley!
A professora Aninha, Lili e Wescley
Bom Trabalho - lembrei-me de quando era aluno de mestrado e recebi esses conhecimentos dos meus orientadores e professores.
Parabéns pelas colocações acadêmicas das tuas palavras - estão perfeitas, próprias e pertinentes para o caso em tela.
Mas amigo como separar o joio do trigo?  Como separar o escritor responsável do escritor irresponsável?   Como impedir que pessoas livres se manifestem através da escrita, afinal vivemos em um fim de democracia - (logo, logo quem escrever algo em nosso País atacando o partido do governo e o próprio governo irá parar em um  paredão a moda Cuba de Fidel e tudo mais).
Acabei de escrever ao Escritor Sabino Basseti sobre esse fato, desse cidadão escrever esse livro taxando pessoas que não existem mais nesse mundo, com  impropérios e pejorativos desagradáveis, sem comprovação e sem a possibilidade dessas pessoas se defenderem  e sem um embasamento técnico e muito menos cientifico.  Pelo meu lado, acho que nós os estudantes sérios do tema cangaço estamos preocupados com a verdade sobre os fatos e só publicamos coisas corretas, documentadas, estudadas - se bem que de outras formas literárias  as vezes - mas sem desvirtuar, sem distorcer o tema e o foco principal dos fatos e personagens. Mas dentre em breve virão os romances, as ficções, as alegorias,  as piadas, histórias fantasiosas,  casos e mais casos - e nós teremos que aceitá-los porque achamos que isso é natural. Fique certo disso: lixo é para o lixo!!!
Entendo que cabe aí aos familiares das vítimas, caluniadas indevidamente, o devido reparo judicial, na amplitude, forma e proporção que a indigesta  situação  exige.
Abraço
Alfredo Bonessi - SBEC - GEC
Enviado pelo autor Capitão Alfredo Bonessi 

Quando Lampião esteve em Aurora

Por: José Cícero
 Bosco André, José Cícero e Manoel Severo em manhã de Cariri Cangaço em Aurora

Estamos nos grotões do município de Aurora – Sul do Cariri cearense. Quase na fronteira com o estado da Paraíba. Início do mês de julho de 1927. Vinte e seis dias depois do malogrado ataque a cidade norte-riograndense de Mossoró.


Desde então, Virgulino Ferreira - o Lampião, juntamente com os que ainda restarem do seu bando, luta com unhas e dentes para não ser massacrado pelas volantes interestaduais do CE, RN, PB e PE.
Um verdadeiro exército está a persegui-lo sem trégua. A desproporção é, simplesmente gritante em desfavor do chamado rei do cangaço. Em alguns combates, chegando incrível a razão numérica de 40 soldados para um cangaceiro. Mas Lampião não se entregará. Se caíra na esparrela de uma empreitada enganadora, também haverá agora de sair (por sua conta e risco) o quanto antes dela. Sua perspicácia em rasgar a geografia da caatinga cearense ainda continua sendo a sua maior arma. 
O fogo pesado da resistência fê-lo retornar às pressas numa marcha sofrível. Tirando de Mossoró à Limoeiro num fôlego. Exausto nas suas últimas forças lutou como nunca na vida para não sucumbir de vez aos seus inimigos de farda. Estava por assim dizer, desmoralizado, justamente num ataque que lhes disseram ser fácil. Foi ele própria, a primeira vítima de um grande engodo arquitetado por uma corja de interesseiros. Bandidos piores que os que estavam sob seu comando. Mas não se deu por vencido... Rasgou a caatinga cearense na direção de Aurora como um autêntico vaqueiro conhecedor daquelas bibocas. Desde aquele instante, Izaías passou a ser o Norte na sua cabeça.

 Sousa Neto, Manoel Severo, Bosco André e José Cícero, na estação da RVC em Aurora, palco onde foi baleado Izaias Arruda

Adentrou o território aurorense pelas fímbrias da serra da Várzea Grande seguindo o riacho do Bordão de Velho, Malhada Funda, Riacho das Antas, Coxá, Diamente, serrote dos Cantis até finalmente, alcançar o valhacouto da fazenda Ipueiras - propriedade do seu amigo e sócio de empreitada – o coronel Izaías Arruda de Figueiredo.


Imaginara está em segurança. Ledo engano. Seus aperreios estavam apenas começando. Chegara exausto, assim como todos os seus cabras em mais de 30 cangaceiros. Muitas deserções foram registradas ao longo do caminho. Uma marcha que pelo jeito, ainda não havia terminado. 
Ansiava angariar o necessário auxílio do coronel, até então seu confiável coiteiro nestas paragens salgadianas. Mas não. Estava desconfiado. Alguma coisa lhe dizia que a Ipueiras não era mais a mesma que deixara dias atrás. Tudo havia mudado, após a humilhante derrota que sofreu em Mossoró. Sabia que agora teria que lutar com inteligência e denodo. Como era amarga a traição, assim como a solidão após uma derrota. Não haveria de morrer ali depois de tantas guerras. Queria ver o coronel que estava a demorar além da conta. Seus amigos de empreitada o traíra. Viu não o foram, nenhum deles. Todos a sua volta estavam com o moral sob a rés do chão.


Sabino lamentava as baixas e jurava vingar o companheiro Jararaca.


Massilon emudecera.


Antes era todo um falastrão... Comemaça a partir dali uma nova batalha. Uma questão de vida ou morte. Salvara-se de novo. Primeiro do banquete envenenado a cargo do vaqueiro de Zé Cardoso, Miguel Saraiva, depois, do incêndio da manga e do fogo cruzado dos macacos do major Moisés e ajudado pela jagunçada do próprio coronel.


Salvara-se milagrosamente pela parede do açude velho. Mas, por que ficara desguarnecida até o corredor que dava para a Malhada Vermelho e o riacho do pau branco? Num ímpeto de raiva, gritara não ser preá para morrer sapecado... Fizera naquele instante mais um inimigo. "Izaías vai me pagar esta desfeita", disse ele. Prosseguiu a passos largos pisando o rumo Oeste.

 Caravana Cariri Cangaço visita Ipueiras de Zé Cardoso, em Aurora

Os plano do major Moisés Leite de Figueiredo, por sinal, parente do coronel, foi por água abaixo como que de propósito. Quem sabe, 'eles' não desejassem de fato pegar Lampião... Senão, por que pediu ao governador a dispensa das tropas não-cearenses? Por que fora tão negligente nos combates desde a serra da Macambira? Seguido do sítio Ribeiro e agora na própria Ipueiras e no esconderijo do Diamante?


Lampião, contudo seguiu seu rumo. Sabia ele que o grande encontro com o seu destino estava muito mais além. Fez o que estava ao seu alcance para salvar o que restou do seu antigo bando. Ou que restava dele. Malgrado, o cansaço somado a fome e a falta de munição e ânimo dos seus cabras. Os bandoleiros da terra, já não estavam com ele. Deixaram-no tão logo adentraram a região do Bordão de Velho.
A perseguição arrefecera um pouco, ao passo que se distanciavam cada vez mais da cidade, mas não lhe dera trégua. Havia um trem desde a noite do dia 6 a esperar o corpo do bandoleiro na estação. Soldados ainda estavam espalhados em diversas parte de Aurora e região. Talvez dividir-se seria uma opção inteligente e necessária. E foi o que fez. Massilon estava envergonhado, quem sabe com remorso de ter colocado Lampião naquela situação vexatória. Ao ponto de quase ser abatido. Não o deixara na fazenda Letrado no riacho do sangue (como escreveram depois os jornais). Seguiu-o na direção da Ipueiras até o sítio Brandão onde finalmente se separaram de vez. Homem de palavra, Lampião não lhe demonstrara nenhum ressentimento pelo fracasso. Iria na direção da serra do Góes. A despedida foi um tanto quanto amistosa. Massilon pediu-lhe o guia José Alves, um rapazola do sítio Jatobá e de lá, seguiu para o Sul. Na localidade de Catingueira légua e meia depois, o facínora matou covardemente o jovem rapaz da família Arara.
Até hoje seus familiares não têm dúvida, o primo que ficara com Lampião(sã e salvo) contara todo o caso quando retornou pra casa. Virgulino, ao contrário tratara bem os seus guias, tanto que ao chegar no Cajuí de onde era possível avistar (da ponta da serra) a então vila de Ingazeiras agradeceu-o oferecendo algum dinheiro a Joaquim de Lira, outro lservido de guia a partir da Boa Vista (da região de vazantes).

- Que povoado é aquele lá embaixo? - indagou Lampião.
- ali é as Ingazeiras capitão - respondeu o guia.
- Então me diga, como faço pra passar bem longe. Lá deve tá cheia de macacos vindos pela linha do trem.
- De fato, é bem arriscado, capitão...

A pouco mais de 72 horas se safara de mais uma espetacular refrega. Desta feita, na fazenda Ipueiras – justamente o QG onde toda a trama foi organizada com a participação direta e indireta de muitos cangaceiros e potentados regionais, tais como Massilon Leite, Zé Cardoso, Miguel Saraiva, Júlio Porto (representante dos interesses de Décio Holanda do Pereiro), e do mais célebre de todos – o coronel Izaías Arruda, dentre outras pseudo-autoridades que pagaram caro para que ficassem até hoje no anonimato desta história de sangue, traição e poder.

 Antônio Amaury e José Cícero

Na pisada de Lampião...
De Aurora, mais precisamente do riacho das Antas, participaram da empreitada do assalto à Mossoró os cangaceiros: Zé Roque, José Cocô, Zé de Lúcio e Antonio Soares (seria este o Asa Branca?) que alguns(poucos) pesquisadores apontaram como o cangaceiro mais jovem e natural da própria Ipueiras. Teria o bando um segundo ‘Asa Branca’ que depois do ingresso receberia outro nome como era comuns aos neófitos?. Cumpre destacar que no começo de agosto do mesmo ano “O Nordeste”, periódico jornalístico de Fortaleza estamparia em sua capa uma matéria especial em reportagem tratando acerca da suspeição sobre o major Moisés Leite de Figueiredo – comandante geral das tropas dos três estados e parente do coronel. O foco era a suposta facilitação...
A Marcha no território aurorense:
No dia 7 de julho saíram às pressas da Ipueiras. O ziguezague que a partir dali realizou no território aurorense foi algo só digno de um profundo conhecedor da caatinga aurorense. Após a traição de Ipueiras Lampião seguiu para a serra do Góes já na divisa com Caririaçu indo pelas bandas do Pau Branco atravessando o Salgado na altura do sítio Barro Vermelho, passando pelo Jatobá, Brandão e pernoitando em Vazantes. De lá se dirigiu para a serra dos Quintos e no dia 9 para a serra dos Góes, seguindo pelo riacho da boa vista até a ponta da serra pras bandas do Cajuí. Adentrou o município de Milagres transpondo a linha de ferro na localidade de Morro Dourado ainda em Aurora nas proximidades de Ingazeiras.
Ainda, mas adiante passara pela Piçarra onde cangaceiro Sabino foi abatido pela volante de Manoel Neto.


Uma outra traição, desta feita do velho Antonio da Piçarra outro ex-coiteiro e amigo de Virgulino. As coisas não estavam nada boa...



Uma volta que envolveu todo o perímetro do território aurorense. Esta estratégia deixou completamente perdidos os que o caçavam a ferro e fogo. Dali conseguiu penetrar sem ser incomodado o estado da Paraíba pela a serra de Santa Inês. Um fino estrategista. Verdadeiro preá das matas.
Na parte II deste episódio trataremos do enigmático incêndio da Ponte do trem da RVC sobre o rio Salgado no localidade de Olho d’água (Aurora) depois da vila de Ingazeiras nas proximidades de Quimami a duas légua de Missão Velha. O Enigmático Incêndio da Ponte sobre o rio Salgado em Aurora: Há muita desinformação pertinente a este fato. No livro de Raul Fernandes ( a marcha de Lampião) por exemplo, narra que o incêndio foi obra de Lampião quando(provavelmente) da sua passagem pela proximidade com destina à Milagres e a Fazenda Piçarra e de lá para Serra de Santa Inês e Pernambuco. Outros diziam que o tal incêndio havia sido na ponte do jenipapeiro um pouco antes. Mas não. A ponte era maior: a do olho d’água. E mais: o incêndio foi obra não de Lampião, mas dos jagunços do coronel Izaías Arruda. Em retaliação a um histórico imbróglio deste com os engenheiros da RVC, depois que a ferrovia decidiu romper o contrato com Cel. Izaías sobre a compra de dormentes de madeira extraídos da sua propriedade em face do alto preço, cobrado acima do valor de mercado da época. 
...Continua
José Cícero
Professor e pesquisador do cangaço.

Conselheiro Cariri Cangaço
Secretário de Cultura -Aurora – CE.

http://blogdaaurorajc.blogspot.com/

Extraído do blog "Cariri Cangaço"

Aurora a caminho do futuro...

Por: José Cícero
As mudanças pelas quais vem passando a cidade de AURORA ao longo dos últimos três anos tem sido motivo de fartos elogios por parte de todos quantos visitam este município. Muito especialmente os filhos da terra que ora residem nos mais diferentes lugares do país e que, invariavelmente, logo que se deparam com o novo visual urbanístico da cidade ficam literalmente admirados. É muito gratificante sempre que presenciamos esta constatação.
Adailton Macedo
Toda esta mudança, contudo, é o resultado das ações e do trabalho abnegado do prefeito Adailton Macedo que aos poucos, tem conseguido transformar Aurora num dos municípios mais bem cuidados da região caririense. De modo que estas impressões ficam mais patentes, sobretudo pelos visitantes que não se cansam de tecer comentários elogiosos em face das importantes iniciativas até agora empreendidas pela gestão municipal. Portanto, a despeito de qualquer visão distorcida pela politicagem no mais das vezes descomprometida e alheia aos verdadeiros interesses de Aurora; temos que admitir que este município está caminhando a passos largos para um futuro melhor, de progresso e justiça social sem perder de vista o bem-estar dos seus habitantes, notadamente os mais necessitados.
É evidente que em qualquer administração pública, as obras mais visíveis são sempre aquelas que num primeiro momento, são realizadas na sede municipal. Mas, no caso de Aurora é preciso ressaltar que tais realizações não se restringem apenas ao perímetro urbano. O leque de obras e ações que ora vêm sendo promovido pela administração “O povo construindo o novo”, além de muito mais amplo tem se estendido por todos os quadrantes municipais, vez que tem conseguido beneficiar, além da própria urbe, todos os distritos e demais comunidades da zona rural.
São obras e ações na sua imensa maioria de elevado valor social. E que representam instrumentos fundamentais para que este município como um todo, possa avançar consolidando de vez toda uma série de conquistas para seus munícipes. Em última instância, podemos dizer ainda que tais realizações  constituirão as bases necessárias para que Aurora posssa efetivamente está preparada para os ventos alvissareiros da modernidade e da democracia. 
Aurora está, por assim dizer, no rumo certo e a caminho de um futuro melhor para todos. Algo que o amanhã, muito mais do que o imediatismo do agora haverá de reconhecer o quanto foram imperiosas e necessárias tais realizações que ora estão sendo efetuadas.
JC - Aurora-CE.

Enviado pelo Secretário de Cultura de Aurora - CE
José Cícero

Senado aprova lei antifumo para todo País


Foto: AE
 
Texto ainda quer fixar preço mínimo de venda. Matéria segue agora para a sanção da presidenta Dilma Rousseff
 
Fumo pode ficar mais restrito em todo o País
O Senado Federal aprovou uma medida provisória que proíbe o fumo em ambientes fechados em todo o País, sejam eles privados ou públicos. A medida ainda precisa ser sancionada pela presidenta Dilma Rousseff para entrar em vigor.
O projeto de Lei de Conversão (PLV) 29/2011 altera a legislação sobre o fumo. Com ele, fica proibido o uso de cigarros em ambientes fechados, os chamados “fumódromos”. O texto também prevê aumento na carga tributária dos cigarros, além de fixar preço mínimo de venda do produto no varejo. Fica estabelecida em 300% a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o cigarro. O aumento no preço do produto está previsto para o início de 2012. Com o reajuste do imposto e o estabelecimento de um preço mínimo, o cigarro subirá cerca de 20%, em 2012, chegando a 55% em 2015.
A medida ainda torna obrigatório o aumento de avisos sobre os malefícios do fumo, que deverão aparecer em 30% da área frontal do maço de cigarros, partir de 1º de janeiro de 2016.
De acordo com o Ministério da Saúde, a aprovação da matéria representa um avanço, pois deve contribuir para frear o consumo de cigarros no País. Medidas semelhantes já estão em vigo em São PauloRio de JaneiroEspírito Santo e no Paraná.
“A luta contra o tabaco tem que ser incansável por aqueles comprometidos com a saúde pública do nosso país”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele ressaltou que a meta estipulada pelo Ministério da Saúde é reduzir a frequência de fumantes em diferentes grupos, principalmente a iniciação de adolescentes e adultos. “A expectativa é chegar a 2022 tendo reduzido a frequência de fumantes de 15% para 9% na população adulta”, afirmou. 

Fonte: ww.ig.com.br

LAMPIÃO SUA MORTE PASSADA A LIMPO

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Quem matou Delmiro Gouveia?

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Um quengo, mestre dos quengos
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O remédio não é mau,
Já conheci um doente
Mas mole do que mingau
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E MAIS...
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A segurança pública e a sociedade

Por: Archimedes Marques

Um dos problemas mais afligente do Brasil de hoje é sem sombras de dúvidas, a questão da segurança pública que deixa a desejar aos anseios da população, pois em todos os lugares a violência e a criminalidade crescem em proporções imensuráveis e de maneira incontrolável pelo poder público.
Aos olhos do povo, parece ser a Polícia a única responsável pela segurança da sociedade, quando em verdade tem essa instituição somente a função mais árdua de todas, vez que atua na linha de frente em prevenção ao crime ou na garimpagem de criminosos e na execução das leis penais, a fim de torná-las efetivas ao exigir o cumprimento das regras sociais e solucionar os seus conflitos.
Assim, durante muito tempo a problemática da segurança pública foi vista apenas como questão de ordem absoluta da Polícia, regida e orquestrada pelos governos estadual e federal, sem participação alguma de qualquer segmento da sociedade.
Agora que a epidemia da insegurança se alastrou por todo o Brasil a própria sociedade se mostra preocupada com o problema e até já comunga com o preceito constitucional de que a segurança pública é responsabilidade de todos, e com isso já se formam movimentos diversos que objetivam maior interatividade com a Polícia para uma conseqüente união de forças de combate ao crime.
As associações de moradores e os conselhos de segurança dos Estados, bem como, as diversas organizações não governamentais já se conscientizam e devem se fortalecer cada vez no sentido de ajudar a Polícia, na sua árdua missão de combater o mal e resgatar a ordem ferida.
Entretanto, essa necessária e importante interação ainda aparece de maneira emperrada, pois existe a tradição arraigada no seio de grande parte da sociedade em generalizar, colocando-se com regra ao invés da exceção, que a Polícia é ineficiente e criminosa, que todo policial é ignorante, arbitrário, violento e irresponsável, quando em verdade, de uma maneira geral, tais entendimentos não passam de pensamentos ilógicos e insensatos, vez que é dever e obrigação de todos os nossos componentes, acima de tudo, valorar e guardar as leis do país e, em assim sendo, não é uma minoria desvirtuada que deve superar a grande maioria dos nossos valorosos policiais que trabalham com amor a causa.
Aliados a tais pensamentos insensatos que menosprezam as nossas classes, os governos ao longo dos tempos pouco investiram ou investem nas suas Polícias. A segurança pública sempre foi esquecida e sucateada através dos anos. As Polícias sempre foram relegadas ao segundo plano, principalmente no que tange a valorização profissional dos nossos membros. Com raras exceções, poucas conquistas foram alcançadas pelas classes policiais em alguns Estados da Nação.
Assim, as várias culturas negativas que cresceram no âmago do povo através das eras relacionadas a tais questões pejorativas em desfavor dos policiais, fazendo com que a sociedade tema a Policia ao invés de respeitá-la como aliada, urgem em ser desclassificadas e ao mesmo tempo revistas para o bem geral da nação brasileira.
A eficiência do trabalho policial está intimamente ligada ao bom relacionamento entre cidadãos e policiais. Um deve ver e sentir o outro no valor da amizade, como elemento de apoio, de confiança nos seus recíprocos atos. Os policiais dependem da iniciativa e da cooperação das pessoas e estas dependem da proteção dos policiais.
Havendo mudanças nessas concepções errôneas para que haja uma maior união e interatividade entre o povo e a sua Polícia. Para que haja confiança do cidadão nas ações da Polícia. Para que a sociedade tenha a Polícia como sua amiga, como sua aliada no combate ao crime e no cumprimento das leis. Para que a própria sociedade reconheça e se engaje na nossa luta pelo resgate da dignidade perdida, relacionada principalmente a salários condizentes com a importância da árdua missão policial e então estimular ainda mais o bom profissional, teremos enfim, uma segurança pública mais real, mais eficaz e satisfatória aos anseios da própria população.
(Delegado de Polícia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela Universidade. Federal de Sergipe) archimedes-marques@bol.com.br

Enviado pelo autor: Dr. Archimedes Marques

Cangaceiros de Elise Jasmin

Por:Cicinato Neto
Ivanildo Silveira e Cicinato Neto em dia de Cariri Cangaço

Em 2006, foi publicado o livro "Cangaceiros", da francesa Élise Jasmin. Trata-se de uma edição de luxo, trazendo as fotos conhecidas dos cangaceiros e dos principais componentes de volantes. A maioria das fotos é do acervo de Benjamim Abraão, da década de 1930. Quase todas as fotografias são comentadas pela autora. Destaque para um escrito introdutório do mestre Frederico Pernambucano de Mello. O livro ressalta-se pela beleza e pelo cuidado na sua edição, embora tenha pequenos defeitos, entre os quais a indicação errônea de alguma fotografia ou de algum detalhe como o nome de um cangaceiro.

Estrutura: Texto de Frederico Pernambucano; A Guerra das Imagens; Fotografias de Cangaceiros e componentes das volantes; Comentários sobre as imagens.
 
 
Trecho significativo (edição utilizada: São Paulo, Terceiro Nome, 2006, p. 23-24): "Enquanto seus predecessores tinham feito de sua existência no cangaço um meio de obter vingança, após 1926 - e, mais especificamente, a partir dos anos 1930 - o grupo de Lampião fez do cangaço um meio de adquirir bens materiais, riquezas, e uma notoriedade que lhe permitia obter respeito de parte da classe abastada da sociedade do sertão e de algumas personalidades da vida pública e política da região. Embora muitos jornalistas fizessem questão de demonstrar desprezo por um grupo de indivíduos que se limitavam a imitar a sociedade do litoral, Lampião e seus cangaceiros exerciam sobre eles certo fascínio, gerado por essa mistura de riqueza, extravagância e barbárie. E, mesmo a contragosto, os jornalistas desempenhariam seu papel, publicando muitas fotografias e falando recorrentemente desses personagens de romance. Não foi por acaso que, em 1936, Lampião aceitou ser fotografado - e, principalmente, filmado - por Benjamim Abrahão. Sempre desconfiado dos jornais que publicavam artigos sobre ele cujo conteúdo não podia controlar, Lampião certamente compreendeu que as fotografias e o filme de Benjamim Abrahão lhe permitiriam impor uma imagem sobre a qual nenhuma intervenção, nenhuma distorção seria possível. E se, por um lado, diversos autores e jornalistas divertiam-se evocando a inabilidade de sua linguagem, que evidenciava suas origens camponesas, sua representação fotográfica e cinematográfica, muda e incontestável, deveria mostrar claramente seu sucesso e o de seu grupo. Benjamim Abrahão desempenhou seu papel e pagou caro: morreu em Águas Belas, Pernambuco, no dia 9 de maio de 1938, com 42 golpes de faca".

Cicinato Neto