Por: Alcino Alves Costa
Alcino Alves Costa na casa de Maria Bonita, na Malhada da Caiçara
Um semanário de Aracaju entrevistou o conceituado e respeitabilíssimo Juiz de Direito aposentado, Dr. Pedro de Morais. Na entrevista, o considerado ex-juiz, discorre sobre o lançamento de seu livro intitulado “Lampião o mata sete”, que ocorrerá na próxima quinta-feira, dia 24, na Livraria Escariz, do Shopping Jardins. Nas páginas do jornal, o Dr. Pedro afirma fatos do viver de Virgulino Ferreira da Silva.
Fiquei deveras estupefato com as suas colocações. Não tenho dúvida, as mesmas não têm nenhum embasamento e descambam para uma injustiça sem limites. Lamento profundamente que um homem da lisura e do sereno proceder, como foi e é o nosso querido Dr. Pedro Morais, pessoa que eu tenho grande estima e respeito, tenha sido influenciado e acreditar em tamanhos disparates como se fosse um iniciante e inexperiente “vaqueiro da história”. O Dr. Pedro é um estudioso do assunto. Todavia, também sofreu a influência daqueles que registram em livros e documentos grotescas e deslavadas mentiras. Inverdades que tem o poder de embaraçar a cabeça até de atilados homens da estirpe de nosso ex-juiz.
O que me deixou admirado foi perceber que um homem que trilhou a sua vida pelos caminhos da justiça e do conhecimento da mentalidade humana, tenha sido influenciado com tanta facilidade. Foi assim que com certeza aconteceu com o nosso Dr. Pedro. Em um instante da fragilidade mental se deixou envolver por aqueles que não têm compromisso com a verdade e quase sempre registram em livros e documentos grotescas e deslavadas mentiras.
Dizer-se que Lampião era homossexual e Maria Bonita uma adúltera, e os dois,
Lampião e Maria Bonita, coabitavam com Luís Pedro, vivendo assim, em plena caatinga, um triângulo amoroso, é algo que em sã consciência ninguém tem o direito de acreditar.
Eu sei muito bem que pessoas descompromissadas com a verdadeira história do cangaço e de Lampião tiveram o desplante de dizerem ou registrarem essas verdadeiras aberrações. Porém, um homem do quilate, da hombridade e da nobreza de caráter do Dr. Pedro não merecia participar desse pequenino grupo de pessoas que registraram tão medonhas distorções da história cangaceira. Lampião jamais foi um gay. Aliás, em toda história do cangaço, desde os seus primórdios não se registra nenhum homossexual nos grupos cangaceiros. Luís Pedro tinha a sua companheira, a cangaceira Neném, morta na fazenda Mocambo, em Sergipe.
Eu sei muito bem que pessoas descompromissadas com a verdadeira história do cangaço e de Lampião tiveram o desplante de dizerem ou registrarem essas verdadeiras aberrações. Porém, um homem do quilate, da hombridade e da nobreza de caráter do Dr. Pedro não merecia participar desse pequenino grupo de pessoas que registraram tão medonhas distorções da história cangaceira. Lampião jamais foi um gay. Aliás, em toda história do cangaço, desde os seus primórdios não se registra nenhum homossexual nos grupos cangaceiros. Luís Pedro tinha a sua companheira, a cangaceira Neném, morta na fazenda Mocambo, em Sergipe.
A afirmativa de que o grande cangaceiro, do povoado Retiro, em Triunfo, Pernambuco, era amasiado com Maria Bonita e o próprio Lampião é uma coisa deplorável, uma mentira monstruosa que nasceu da mente doentia dos mal intencionados.
Quanto a Lampião ser um estilista, afirmação de um dos maiores pesquisadores da história cangaceira, eu contestei essa esdrúxula afirmativa, inclusive em artigo para este jornal, mostrando que o tão considerado escritor estava usando apenas o seu ponto de vista, nunca a verdade sobre o viver e a conduta de Lampião.
O que Lampião fazia, e muitos sertanejos também faziam, era pelejar com couro, fazendo selas, perneiras, gibão e outros acessórios puramente sertanejos. Ser um estilista, bordar peças e indumentárias do cangaço, isto jamais aconteceu. É acinte a história de Lampião. É querer inventar e se mostrar dono da verdade. Quanto a ele ter sido um feroz bandido, um cangaceiro malvado, com atitudes monstruosas, tudo isto é verdade. Como também é verdade que ele foi e é um dos maiores heróis da história do Brasil. E a prova insofismável está nestas discussões sobre o caminhar pelas estradas da vida desse caboclo das barrancas do riacho São Domingos e das fazendas Ingazeira e Passagem das Pedras. Mesmo após 73 anos de sua morte, Lampião é o personagem mais falado e pesquisado em todo Brasil. Este homem é um herói ou não? Maria Bonita jamais foi chamada de Dea. A Dona Dea que na entrevista diz ser Maria era justamente a mãe de Maria Bonita, que antes de sua ida para o cangaço era conhecida como Maria de Dea. Dona Dea, chamava-se Maria Joaquina Conceição Oliveira e era mãe de muitos filhos, dentre eles Maria Gomes de Oliveira, a segunda filha do casal; inicialmente chamada de Maria de Dea e posteriormente de Maria de Lampião, ou Maria do Capitão. Não posso e não quero, sob hipótese alguma, desmerecer o trabalho literário do Dr. Pedro, a quem, repito, tenho uma admiração e um respeito muito grande. Todavia, não tenho como não me manifestar sobre essas monstruosas injustiças. Injustiças que se faz com Virgulino Ferreira da Silva e com Maria Bonita.
Fiquei triste em ter lido a entrevista de responsabilidade de um homem de extraordinária integridade, e por essa razão, os seus escritos irão confundir ainda mais as pessoas que não conhecem verdadeiramente a história do cangaço e de Lampião e o viver do homem sertanejo naqueles tempos do sertão de outrora. Maria Bonita não era uma adúltera. Lampião jamais foi um gay!
Quanto a Lampião ser um estilista, afirmação de um dos maiores pesquisadores da história cangaceira, eu contestei essa esdrúxula afirmativa, inclusive em artigo para este jornal, mostrando que o tão considerado escritor estava usando apenas o seu ponto de vista, nunca a verdade sobre o viver e a conduta de Lampião.
O que Lampião fazia, e muitos sertanejos também faziam, era pelejar com couro, fazendo selas, perneiras, gibão e outros acessórios puramente sertanejos. Ser um estilista, bordar peças e indumentárias do cangaço, isto jamais aconteceu. É acinte a história de Lampião. É querer inventar e se mostrar dono da verdade. Quanto a ele ter sido um feroz bandido, um cangaceiro malvado, com atitudes monstruosas, tudo isto é verdade. Como também é verdade que ele foi e é um dos maiores heróis da história do Brasil. E a prova insofismável está nestas discussões sobre o caminhar pelas estradas da vida desse caboclo das barrancas do riacho São Domingos e das fazendas Ingazeira e Passagem das Pedras. Mesmo após 73 anos de sua morte, Lampião é o personagem mais falado e pesquisado em todo Brasil. Este homem é um herói ou não? Maria Bonita jamais foi chamada de Dea. A Dona Dea que na entrevista diz ser Maria era justamente a mãe de Maria Bonita, que antes de sua ida para o cangaço era conhecida como Maria de Dea. Dona Dea, chamava-se Maria Joaquina Conceição Oliveira e era mãe de muitos filhos, dentre eles Maria Gomes de Oliveira, a segunda filha do casal; inicialmente chamada de Maria de Dea e posteriormente de Maria de Lampião, ou Maria do Capitão. Não posso e não quero, sob hipótese alguma, desmerecer o trabalho literário do Dr. Pedro, a quem, repito, tenho uma admiração e um respeito muito grande. Todavia, não tenho como não me manifestar sobre essas monstruosas injustiças. Injustiças que se faz com Virgulino Ferreira da Silva e com Maria Bonita.
Fiquei triste em ter lido a entrevista de responsabilidade de um homem de extraordinária integridade, e por essa razão, os seus escritos irão confundir ainda mais as pessoas que não conhecem verdadeiramente a história do cangaço e de Lampião e o viver do homem sertanejo naqueles tempos do sertão de outrora. Maria Bonita não era uma adúltera. Lampião jamais foi um gay!
Saudações cangaceiras
Alcino Alves Costa
O Caipira de Poço Redondo
Artigo Publicado no Jornal da Cidade, de Aracaju em sua edição de ontem,dia 23 de novembro de 2011
Extraído do Blog Cariri Cangaço
Meus caros, sertanejos, é preciso ter em mente o seguinte: trata-se o livro de uma ficção literária ou é uma tese científica? Caso seja um livro de ficção, a polêmica e a indignação dos familiares e dos culturalistas nordestinos, não têm razão de ser, porque em ficção, como forma peculiar da imaginação inventiva, tudo pode ser especulado. Em uma ficção literária, eu posso tranquilamente afirmar que tanto Deus quanto Jesus Cristo são homossexuais, sapecadas bichas loucas do paraíso celeste. Posso, enquanto artista da palavra, criar um personagem cuja identificação pode ser um juiz aposentado, chamado Pietro Moralino, que perambulava pelas ruas do Centro da cidade, como um caçador noturno, e representá-lo como um viadinho en-cu-bado. Nada impede que eu, enquanto escritor ou poeta, construa e encene tais representações num texto literário, pois a licença poética nos permite tais especulações.
ResponderExcluirPor outro lado, se se trata de tese científica aí a coisa se complica, tendo em vista que dificilmente se pode comprovar que historicamente Virgulino Lampião tenha sido homossexual e Maria Bonita, adúltera. De todos os depoimentos de cangaceiros remanescentes (sobreviventes) da chacina de Angico, todos eles viam em Lampião um líder nato e cabra-da-peste de caráter. Sempre falavam de modo positivo do homem Virgulino. Nesse sentido, todos aqueles que são intelectuais pesquisadores de cultura se sentem indignados diante de tamanho charlatanismo intelectual e covarde, principalmente em se tratando de um morto que não pode se defender. Suspeito que o juiz, já quase à beira da morte, queira se eternizar na história cultural através do desejo e da vaidade própria para se promover pessoalmente e se tornar conhecido.
De todo modo, o que devemos fazer é estudar e analisar de modo objetivo, o verdadeiro caráter e as motivações psicológicas e ideológicas do juiz aposentado Pedro de Morais, pois pelo que percebi em suas declarações ele não passa de um reacionário e conservador fascista. Eu trabalho com um bisneto de Maria Bonita, e perguntei para ele das afirmações feitas pelo juiz e ele me disse o seguinte: “ele só ambiciona atrair atenção da mídia e ganhar o dinheiro dele. Só isso”. Creio que sua afirmativa esteja correta.
Pirro (Mestre em Letras pela UFS)
Lampião herói brasileiro ??
ResponderExcluirSó pode ser devaneio.