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quarta-feira, 9 de março de 2011

"O túmulo do cangaceiro Jararaca"

Por: José Mendes Pereira
Túmulo do cangaceiro Jararaca em Mossoró
 
          José Leite de Santana nasceu no dia 05 de maio de 1901, em Pajeú das Flores, no Estado de Pernambuco. Era um homem forte, de estatura mediana, moreno-escuro, e muito violento. De péssimo comportamento, e foi obrigado a fugir de sua cidade, indo para Maceió, Alagoas.

Foto de Jararaca quando era soldado do exército
               
                Entre 1920 e 1925, foi soldado do Exército. Mas posteriormente desistiu da farda para vestir a armadura de pano e couro do cangaço. 
      
               Segundo os estudiosos do cangaço, afirmam que Jararaca passou mais ou menos um ano e meio sendo um  dos comandados do  grupo de Lampião. 

               No dia 13 de Junho de 1927, o bando de Lampião atacou a cidade de Mossoró, e o cangaceiro Jararaca foi baleado, preso e covardemente assassinado no cemitério São Sebastião.

                 Mas se você pensar bem, com certeza vai querer dizer e perguntar: Como Mossoró na época do ataque à cidade, tinha pessoas despreparadas, quando não souberam optar pela conservação da vida do cangaceiro, já que o bandido  estava algemado, baleado, faminto e muito doente, e por que covardemente tiraram a sua vida?

                   Com medo da Jararaca humana se soltar, ou Lampião voltar à cidade para resgatá-la, as autoridades optaram pela sua execução.
  
 Jararaca na cadeia pública de Mossoró

                 Já nos fins do ano de 1925, o José Leite de Santana estava no sertão pernambucano, e com o apelido de Jararaca. E era chefe de um bando de cangaceiros, que assaltava fazendas, comboieiros, matava, incendiava e  depredava.

           Chegou ao bando de Lampião, levando oito companheiros. Destacou-se no grupo por ser bom atirador e grande lutador de faca.

             Diz o jornalista Geraldo Maia, que no depoimento baseado que Pedro Sílvio de Morais, um dos integrantes da escolta que matou o cangaceiro, fez ao historiador Raimundo Soares de Brito, dizia o depoente:

             “- Pelas onze e meia horas da noite, de um  luar claro e  frio, do mês de junho, uma escolta composta de oficiais, sargentos e praças, conduziu em automóvel o bandido, dizendo que ele ia para Natal. No momento da saída e ao dar entrada no carro, Jararaca disse que tinha deixado as alpargatas na prisão, e pediu ao comandante para mandar buscá-las, pois não queria chegar na capital com os pés descalços.
            O tenente-comandante então disse que em Natal lhe daria um par de sapatos de verniz. Quando os automóveis pararam no portão do cemitério, Jararaca interrogou-os:                                                                 

              - Mas isto aqui é o caminho de Natal?

              Como resistisse descer do automóvel, um soldado, empurrando-o, deu-lhe uma pancada com a coronha do fuzil. 

              No cemitério, mostraram-lhe uma cova aberta lá num canto, e um deles perguntou-lhe: 

              -Sabe para que é isso?

              -Saber de certeza não sei não, mas, porém estou calculando. Não é para mim? Agora, isso só se faz porque me vejo nestas circunstâncias, com as mãos inquiridas e desarmadas! Um gosto eu não deixo para vocês: é se gabarem de que eu pedi que não me matassem. Matem! Matem que matam, mas é um homem! Fiquem sabendo que vocês vão matar o homem mais valente que já pisou neste...

              Mas o Jararaca não teve tempo de dizer o que queria.

             Um soldado por trás dele, deu-lhe um tiro de revólver na cabeça. Ele caiu e foi empurrado com os pés para dentro da cova.                  

             Que maldades fizeram com o cangaceiro!

             - Ele era desumano?

             -Era, e como era! Mas não deveriam ter feito tamanha atrocidade com o rapaz.

Fonte de pesquisa: gemaia@bol.com.br

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