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sábado, 18 de fevereiro de 2017

MEU AMIGO CLENALDO

Por Antonio Corrêa Sobrinho

Penso que foi em 2006 ou 2007, não tenho certeza, mas já vai praticamente uma década. Lembro-me bem, eu estava na casa de meus pais, Gilda e Felinto, na rua Pernambuco, nº 814, do meu querido bairro Siqueira Campos, da minha amada Aracaju, linda capital do meu adorado Sergipe (permitam-me estas declarações de amor), e ao atravessar para o outro lado da rua, com vários livros nas mãos, para guardá-los no bagageiro do meu carro, eis que ouço alguém dizer, em tom elevado, mais ou menos assim: “Se for jogar fora, me dê, eu fico com eles!”. Procurei visualizar o autor e logo vi, ao acena-lo para mim, tratar-se do novo vizinho, quase de parede, de meus pais, em direção ao qual me dirigi para conhecê-lo. Já ali nos demoramos em apresentações e conversações. Tínhamos tantas coisas em comum, que já nos conhecíamos, apenas não tínhamos ainda nos encontrado. 



O primeiro da esquerda é o escritor Archimedes Marques e o da direita é o escritor João de Sousa Lima

O da esquerda é o escritor João de Sousa Lima e o da direita é o escritor Dr. Archimedes Marques

Refiro-me a José Clenaldo, baiano de Paulo Afonso, casado, pai de três filhos, há anos radicado em Sergipe, agora em Aracaju vindo da cidade de Lagarto, burgo de Kiko Monteiro, Joel Silveira, Silvo Romero, Ranulfo Prata, Diego Costa. Clenaldo, que logo vi ser um autêntico cultor da cultura nordestina - da música, da literatura, do folclore, da gente, do cangaço, além de um apaixonado pela radiofonia. O amigo que, pela expressão que traz do verdadeiro sertanejo, terminou por reacender em mim o gosto pelos fatos e acontecimentos marcantes da história do interland nordestino, ele que, inclusive, me levou a coligir em livro os artigos publicados pelos jornais sergipanos, a respeito do "rei do cangaço", logo após o trágico passamento, eu que vivia restrito ao mister profissional e, como curioso, já que não me considero um pesquisador, à inventariar a obra do grande jornalista sergipano, o capelense Zozimo Lima. Lembro que, certa feita, cheguei pra Clenaldo e disse: Encontrei no “Correio de Aracaju” um texto muito bonito, lírico, lavra do famoso poeta sergipano, Freire Ribeiro, intitulado “O amor infeliz de Maria Bonita”, e vi o quanto ele ficou entusiasmado, no seu jeito expansivo, empolgado e alegre de ser. Daí para a frente, gradualmente, fui reunindo os textos trazidos pelos nossos jornais, de 1938 a 1940, atualizando-os, digitalizando-os e, no final, em 2008, transformei-os em livro. Portanto, se nós, eu e Clenaldo, não tivéssemos nos encontrado e construído esta amizade, o livro “O fim de Virgulino Lampião – o que disseram os jornais sergipanos”, com toda a certeza, não teria sido publicado; livro a quem a este eu dedico, na sua primeira página, da mesma forma que o faço em relação a um outro prezado amigo, Fernando Eurico Abreu, este também colega de trabalho, que de igual forma me incentivou a trazer estes textos ao público leitor. 



O da esquerda é o pesquisador e colecionador do cangaço Dr. Ivanildo Alves da Silveira
Idem

De modo que senti hoje, a necessidade de, aqui, apresentar ao meu amigo José Clenaldo os meus efusivos agradecimentos, ele que, em boa parte, e sem o querer, me fez voltar às coisas do nosso sertão, sertão da minha estima. Ao mesmo tempo que o homenageio, com algumas das suas fotografias, que um dia ele, a pedido meu, repassou-me com a permissão de eu as publicar nos grupos de estudo do Cangaço, no Facebook.

Clique no link abaixo para ver mais fotos:

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/permalink/603295213212760/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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