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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

FOGÃO DE LATA

Por José Ribamar
Romero Cardoso e José Ribamar - Credito da foto: Luiz Henrique (neto do poeta José Ribamar)

Pra economizar gás
Comprei um fogão de lata
Para cozinha batata,
Galinha, arroz e feijão
Porque antes um bujão
De gás, só durava um mês
Mas, agora dura três,
Viva meu novo fogão.
1
Depois que o fogo pega
E o carvão fica vermelho,
Um guisado de coelho
Não demora cozinhar
E quem não tem um salário,
Como eu, neste país
Se quiser viver feliz
Tem que economizar.
2
O carvão não é tão caro
Comparado com o gás,
Cuscuz de milho São Brás
Eu faço bem ligeirinho
E a panela de barro
Cheira quando a gente abre,
Também não solta zinabre
No meu feijão com toucinho.
3
Assar milho na quentura
Das brasas é bom demais,
Isso no fogão a gás
Não tinha como fazer
E pra assar carne ou peixe
Meu fogão é de primeira,
É a melhor churrasqueira
Que um pobre pode ter.
4
Meu fogão é servidor
E pra ele não tem jogo,
Simples do jeito do fogo
Que o caçador faz no mato
E a comida que eu faço
Nele, não deixa uma queixa
Tanto é que ninguém deixa
Sobra no fundo do prato.
5
De ferro, de barro e lata
Meu fogão foi fabricado,
O carvão é separado
Da cinza que cai no fundo
Pra quem é desempregado
Num país que anda de ré
Um fogão de lata é
O melhor fogão do mundo.

(José Ribamar)

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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