Por José
Mendes Pereira
Assim que o
grande chefe dos cangaceiros o rei Lampião viajou para outra esfera, se é que
existe, os cangaceiros ficaram todos sem destinos e planos, porque administrar
uma empresa de gente maldosa é preciso que saiba conquistar os pensamentos de
cada um delinquente, do contrário, nada será realizado como deveria ser. Existiram
outros diretores de empresas de facínoras no Nordeste brasileiro, mas, segundo
os pesquisadores e escritores, ninguém soube administrar melhor do que o
perverso e sanguinário Lampião.
Corisco foi um
dos que ficou perambulando por aí, sem destino, sem planos, sem saber como
adquirir dinheiro e alimentos com os velhos amigos de Lampião, ou até mesmo pessoas
que o afamado guerreiro não tinha nenhum vínculo de amizade, mas tomava as suas
economias na força e no poder do seu fuzil.
Corisco
Corisco estava
desatinado. Mas procura alguns dos seus coiteiros e através deles, envia cartas
para os fazendeiros, solicitando recursos para sustentar o seu bando de
cangaceiros. Mas os seus pedidos não são considerados pelos mesmos. Sem Lampião
na caatinga o cangaço estava totalmente morto. A Empresa de Cangaceiros
Lampiônica & Cia tinha sido assassinada juntamente com o seu sócio majoritário
que era o Virgolino Ferreira da Silva o rei Lampião.
Para tentar
melhores contatos Corisco sai das terras de Alagoas e vai fazer solicitações
aos fazendeiros de Sergipe, pois ali o compadre Lampião deixara muitos amigos,
e quem sabe, lá, poderia ser atendido.
Alojado nas terras de Sergipe Corisco procura um senhor de nome Sinhozinho de Néu Militão, possivelmente, este seria um dos coiteiros de Lampião naquelas terras. E ele iria ser o portador de cartas endereçadas aos senhores Camilo Laurindo, Luiz Antônio Militão, Manoel do Brejinho e outros fazendeiros da região, entre os municípios de Monte Alegre e Poço Redondo.
Como o cangaço
estava morto e uma andorinha só não faz verão, todos os agricultores que
recebiam os seus bilhetes, não davam a mínima atenção, e a partir daí, Corisco
percebeu que já não tinha mais moral para intimidar suas vítimas.
E para o
deixar mais desmoralizado, o Sinhozinho de Néu Militão que era quem levava as
cartas para os fazendeiros, espalhava por onde passava, que Corisco fazia
solicitações de doações, mas ninguém o atendia.
Ao saber dos
boatos comentados na região Corisco se encheu de ódio, e tem como certeza, que
quem andava espalhando a fofoca era o Sinhozinho. Somente ele sabia das suas
solicitações, vez que ele era quem levava os bilhetes para os fazendeiros.
Ciente que era ele que comentava aos catingueiros, prometeu matá-lo assim que o
encontrasse.
Sinhozinho foi
avisado que Corisco iria o matar, e temendo a morte, resolveu mudar-se para
Porto da Folha, abandonando sua bela moradia em Monte Alegre. Mas Sinhozinho
tinha uma preocupação, o seu gado que ruminava pelas bandas da fazenda
Chafardona, e ele não conseguia viver fora da sua terra natal, e dias
depois, retornou para sua casa que ficava 1 quilômetro de Monte Alegre.
Sinhozinho precisa campear o seu gado, e convida o seu amigo Santo Velho e os dois vão até a fazenda Chafardona atrás do gado. Como já estava ficando tarde, levam as rezes para o curral da fazenda, e retornam para Monte Alegre, e na manhã seguinte vão para vaquejar os seus animais, o que isto fazem antes do amanhecer do dia.
Sinhozinho precisa campear o seu gado, e convida o seu amigo Santo Velho e os dois vão até a fazenda Chafardona atrás do gado. Como já estava ficando tarde, levam as rezes para o curral da fazenda, e retornam para Monte Alegre, e na manhã seguinte vão para vaquejar os seus animais, o que isto fazem antes do amanhecer do dia.
Corisco e Dadá - Colorida pelo professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio
Sinhozinho
observa e ver várias pegadas de pessoas nas proximidades do curral. Chama Santo
Velho e mostra que poderá ser rastros de cangaceiros ou de soldados. Os dois
ficaram preocupados. A porteira foi
aberta e iniciam a caminhada.
Sua generosidade de aliviar o sofrimento da vaca foi a sua infelicidade.
A vaca foi arreada e Sinhozinho iniciou a tirada do leite. Os cangaceiros chegaram à porteira do curral. Sinhozinho estava ferrado! Era Corisco e seu afamado bando.
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Mas Sinhozinho percebe que uma de suas vacas está
com o úbere cheio. Zeloso com os seus animais, resolve fazer a ordenha para
aliviar a aquele sofrimento da vaca. Atalham o gado e retornam para o curral. Sua generosidade de aliviar o sofrimento da vaca foi a sua infelicidade.
A vaca foi arreada e Sinhozinho iniciou a tirada do leite. Os cangaceiros chegaram à porteira do curral. Sinhozinho estava ferrado! Era Corisco e seu afamado bando.
- Cabra, pru
quê você foi afisar a poliça e mangar de meus biêtis? – Perguntou o carrasco
Corisco.
Dadá faz a sua
observação:
- Ainda prigunta?
Mati essi bandido sem vergonha!
E enfurecida
Dadá diz:
Caixa de Fosco,
mati o homi! Atire neli! – dá a ordem a cangaceira.
Imediatamente, o Sinhozinho foi morto e cortada a sua cabeça. Obrigaram ao Santo Velho levá-la
para a povoação, recomendando-o que a entregasse de presente ao comandante do
destacamento do pequenino lugarejo, o cabo Nicolau.
De lá, Corisco
foi para as matas de Frei Paulo, Carira..., até ser baleado por João
Torquato...
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Fonte de
pesquisas:
Lampião Além
da Versão mentiras e Mistérios de Angico
Páginas
342-343.
Autor Alcino
Alves Costa
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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