Por Antonio Corrêa Sobrinho
No mais famoso dos esportes, antes de sucumbirmos de forma aviltante,
vergonhosa, humilhante, diante da poderosa Alemanha, na Copa do Mundo de 2014,
em pleno estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, na nossa casa, portanto, por
implacáveis 7 gols a 1, o dia foi 08 de julho, contra estes algozes germanos,
diz a estatística dos encontros envolvendo estas duas seleções, que o Brasil,
antes desta vexatória derrota aplicou na Alemanha duas igualmente
significativas goleadas: uma de 4 a 1, no dia 7 de janeiro de 1981, na Copa de
Ouro dos Campeões Mundiais, o chamado Mundialito, ocorrida no Uruguai; e uma
outra, de 4 a zero, no dia 24 de Julho de 1999, na cidade do México, na Copa
das Confederações de 1999, além da conquista do penta, na Copa de 2002, no dia
30 de junho, em partida final justamente contra os alemães, com dois gols de
Ronaldo, o “Fenômeno”.
Nos confrontos entre Lampião e a Polícia, ficcionalmente, observo, se não algo
de possível comparação, pelo menos me faz lembrar da supremacia do Brasil nos
placares contra a Alemanha, que parece ofuscada depois dos sete gols dos
alemães, bem como a de Lampião, nas refregas com as volantes civis e policiais.
Vejamos. Nos quase vinte anos de atuação cangaceira, Lampião, antes do seu
derradeiro encontro com as volantes alagoanas, comandadas pelo então tenente
João Bezerra, no frio e chuvoso crepúsculo da manhã da quinta-feira, 28 de
julho de 1938, onde ele, o rei do cangaço, encontra o seu fim, e com ele dez
outros bandoleiros, onde apenas um policial foi morto, pois bem, antes deste
fatídico dia - e aqui citarei alguns dos combates de Lampião com a polícia,
considerados de maior relevo - no ano de 1925, na zona sertaneja das Alagoas,
na fazenda Serrote Preto, Lampião e sua belicosa turma confrontaram-se com as
forças, resultando na morte 12 militares, contra apenas três cangaceiros
mortos. Na batalha de Serra Grande, em 1926, travada em chão pernambucano,
Lampião e os seus, no tiroteio, dizimaram dez praças volantes; nenhum
cangaceiro morreu nesta oportunidade. Na fazenda Caraíbas, em 1926, região do
município de Betânia, Pernambuco, três soldados e um cangaceiro morreram. Na
Macambira, zona do riacho Vaca Morta, no Ceará, considerado o maior combate da
história do cangaço, em número de combatentes, quatro militares perderam a
vida; nenhum cangaceiro foi abatido. Em 1932, na fazenda Maranduba, Poço
Redondo, Sergipe, o jogo mortal acabou com o escore de 6 militares contra três
cangaceiros mortos.
Concluo dizendo, neste meu quase nada dizer, além de macorrônico, que, afora o
fato de que os principais perseguidores do rei do cangaço, Mané Neto, Optato,
Rufino, o próprio João Bezerra, e outros, não se acabaram nestas arriscadas
lutas, o que aconteceu com Lampião, e que o tornou de todo derrotado, o ranking
da guerra entre as duas gloriosas seleções e entre a Polícia e Lampião,
mostra-se, relativamente às supramencionadas batalhas, no campo do esporte e no
da guerra, favorável ao escrete brasileiro e ao inteligente, arguto e bom
atirador, Virgulino Ferreira da Silva, Lampião, o fora da lei, comandante de
mil e um cangaceiros.
Fonte: O excelente compêndio de José Bezerra Lima - "Lampião, a Raposa das
Caatingas", a obra clássica de Frederico Maciel e a Wikipédia.
https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/permalink/799568893585390/
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