By Rostand Medeiros
A PRESENÇA DE NAVIOS DE GUERRA ALEMÃES NAS NOSSAS
PRAIAS DURANTE A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Em janeiro de 1917, a Primeira Guerra Mundial iria completar três anos de um banho de sangue que assombrava todo o Mundo.
De um lado temos os Aliados, formados pelo Império Britânico, França, Japão, Rússia, Bélgica, Montenegro e Sérvia. Todos contra os Impérios Alemão, Austro-húngaro e Otomano. Na sequência mais de vinte países vão se envolver no conflito.
As marinhas aliadas organizam um forte bloqueio naval, onde a ideia é simplesmente fazer a Alemanha cair de fome. Mas seus comandantes navais criam um plano ousado para um tipo de guerra no mar diferente, onde a mente e a capacidade da tripulação de um navio corsário trabalhava melhor que a força bruta de um encouraçado com várias baterias de canhões.
Pintura mostrando um combate naval na Primeira Guerra Mundial
Navios civis alemães foram armados com canhões e batizados pomposamente como “Cruzadores Auxiliares” e despachados pelos mares a fora, com a intenção de destruir quantas naves de carga dos aliados fosse possível. Era a chamada guerra de Corso.
Como estes “Cruzadores Auxiliares” possuíam a aparência de pacíficos navios de carga, onde seus canhões eram camuflados atrás de chapas e paredes falsas e ostentavam bandeiras de outros países, a sua letalidade só era descoberta no último momento.
Este atacante, que geralmente navegava mais rápido, se aproximava de sua indefesa vítima, onde mandava uma mensagem, ou abria fogo a frente da proa (parte dianteira dos navios), dando um aviso de parada. Na sequência o navio corsário mandava um sinal e enviava um grupo armado para a abordagem, onde retiravam da presa o que desejavam.
Frota naval alemã em 1914. O navio corsário sempre seguia sozinho
Buscavam normalmente documentos navais, armas, água potável, comida, combustível para o navio corsário e outras necessidades. Depois a tripulação capturada saía geralmente só com a roupa do corpo, indo direto para os porões do navio atacante. Depois o navio capturado ou era afundado com dinamite, ou colocavam uma pequena guarnição a bordo, que seguia com a nave aprisionada como butim de guerra para a Alemanha.
Não podemos esquecer que esta era uma época onde nem todos os navios possuíam radiocomunicação. Já coisas como radar, imagens de fotografia feitas por satélites girando ao redor da Terra, computadores, e sinais de localização através de GPS, certamente só existiam na cabeça de H. G. Wells.
Com esta situação, um capitão com forte espirito de liderança e uma tripulação bem preparada, poderiam fazer misérias e causar um forte prejuízo a navegação comercial inimiga pelos mares do Mundo.
Uma Babel Flutuante
Em janeiro de 1917 o Brasil ainda se encontrava neutro, mas os tambores de guerra já se faziam sentir próximo as nossas praias.
Quadro - The last man Falklands 1914 Fonte - http://www.ourlifeboat.org/
Primeiramente os jornais brasileiros haviam dado muito destaque a grande batalha das Falklands, as mesmas ilhas reivindicadas pelos argentinos e por eles chamadas de Malvinas. Em dezembro de 1914 ali aconteceu uma fragorosa derrota de unidades navais alemãs, contra navios da esquadra inglesa comandados pelo almirante Sturdee e que ocasionou a morte do almirante alemão, o Conde Maximilian Von Spee.
Tempos depois foi noticiado que o navio “Karslruhe” estava vagando pelo mar, onde teria inclusive se aproximado da costa potiguar e afundado navios aliados. Mas a marinha inglesa havia dado cabo deste intruso.
Nesta época, onde o transporte de carga e passageiros por navios era o principal meio de ligação entre as capitais brasileiras, onde os horários de partida e chegada dos navios era notícia de destaque nos jornais e assunto corrente nas avenidas e ruas, tudo que dizia respeito a navegação chamava atenção. Mais ainda em meio a um conflito em escala mundial, onde o afundamento de navios civis era um meio de se alcançar a vitória.
Por isso foi uma enorme surpresa em Recife, quando às quatro horas da tarde da segunda feira, 15 de janeiro de 1917, um estranho e inesperado navio chegou ao ancoradouro externo do porto da capital pernambucana.
Logo o já obsoleto Cruzador Torpedeiro “Tymbira”, da Marinha do Brasil, saiu ao encontro do navio desconhecido. Em pouco tempo chegava a notícia que o estranho barco queria aportar, pois a bordo trazia muitos sobreviventes de navios atacados por um corsário alemão.
"Hudson Maru" - Fonte - http://smsmoewe.com/
O prático do porto, Francisco Costa, o representante da Alfândega, Hilário de Souza, e outras autoridades portuárias foram ao encontro da estranha nave, que ostentava a bandeira do Sol Nascente. Era o navio “Hudson Maru”, da empresa Tatsuma Kisen Goshi Kaisha, da cidade de Kobe, sendo este o primeiro navio japonês a ancorar em Recife.
E não era mentira. Dentro do navio com pouco mais de 100 metros de comprimento, havia mais de 300 homens. O capitão T. Takeshima informou que seu navio havia sido capturado no dia 4, a cerca de 350 milhas náuticas da costa brasileira. Durante oito dias o “Hudson Maru” foi controlado pelos alemães e obrigado a acompanhar o corsário na captura de outros cargueiros.
No dia 7 de janeiro foi a vez do mercante inglês “Radnorshire” (afundado a 110 milhas de Pernambuco) e no dia 9 foram capturados os também ingleses “Minieh” e “Netherby Hall”. No dia 12 o capitão Takeshima recebeu a bordo mais de 300 homens e lhe foi ordenado que seguisse diretamente para Recife, onde chegou três dias depois.
Inteligentemente os alemães deixaram a dispensa do “Hudson Maru” praticamente vazia, onde a melhor alternativa era seguir para a capital pernambucana.
Segundo a edição do dia 16 de janeiro do jornal “Diário de Pernambuco”, aquela babel flutuante era formada por tripulantes de dezoito navios atacados. Havia principalmente ingleses e franceses, mas se encontravam alguns noruegueses, americanos, indianos, mexicanos e pessoas de outras nacionalidades.
Os ”Turistas” em Recife
Os cônsules dos países que estavam a bordo se fizeram presente no navio japonês, junto com as autoridades navais brasileiras e providenciaram primeiramente água e comida, que já havia acabado.
Destaque que a imprensa pernambucana deu ao caso do corsário alemão
O jornal informa que a fedentina era a terrível, a moral estava baixa entre os homens, as condições de higiene um caos e as roupas dos antigos prisioneiros estavam já bem sujas.
No outro dia o “Hudson Maru” aportou e Recife recebeu um contingente com mais de 300 “turistas”.
As representações diplomáticas na cidade, principalmente as da Inglaterra e da França, se transformaram em um tumulto. Tripulantes relatavam o que aconteceu no mar, relatórios eram despachados para os países informando o ocorrido, hotéis e hospedarias eram procurados para acomodar a todos.
Cais do Porto de Recife Fonte - Life Magazine, através de http://www.meus365dias.com
Os recifenses ajudavam como podiam, onde roupas eram distribuídas e os marítimos recebiam o carinho da população da capital pernambucana.
O “Jornal Pequeno” informou que os tripulantes andavam pelas ruas entre atordoados e felizes pelo desfecho daquele episódio. Outra informação deste periódico dava conta que os lupanares próximos ao cais estavam abarrotados. Prostitutas locais davam carinho e aconchego aos sobreviventes, onde certamente muitos deles já eram velhos conhecidos. Já o pagamento da “função”, mais do que necessária naquele momento tortuoso, era deixado no “prego”, pois a maioria estava sem dinheiro.
O mais importante era que de Recife saíram notícias para todo o Mundo. Havia informações que o navio corsário se chamava “Vineta”, mas outros sobreviventes diziam ser o “Möwe”. Mas o certo era que este navio estava fazendo um grande estrago.
O Corsário
Pelo Brasil afora a notícia causou sensação, pois muitos dos navios afundados eram habitualmente vistos em nossos portos. No Rio de Janeiro a informação foi profusamente comentada, onde não faltavam preciosos detalhes das abordagens e afundamentos.
"S.M.S. Möwe" Fonte - http://smsmoewe.com
Se a nacionalidade do corsário era ponto passivo, faltava saber qual seria o nome do navio atacante? De onde veio e, principalmente, para onde havia seguido?
O navio era chamado Möwe (Gaivota), sendo comandado pelo aristocrático e inteligente Koverttenkapitän Nicholas Burggraf, Conde de Dohna-Schlodien. Este comandante, tido como nobre e democrático, estava na marinha desde 1896, sendo nomeado tenente em 1902.
Koverttenkapitän Nicholas Burggraf, Conde de Dohna-Schlodien
Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, a Marinha Imperial Alemã requisitou da empresa “Fruchtkompanie Afrikanische”, de Munique, o seu cargueiro de transporte de frutas “Pungo”, devido à sua velocidade e do grande tamanho de seus porões e o transformou no Cruzador Auxiliar “S.M.S. Möwe”.
O Conde de Dohna-Schlodien começa o seu serviço nesta nave no dia 1 de novembro de 1915.
De dezembro a março de 1916, o “Möwe” vai realizar uma missão pelo Atlântico. De saída foram colocadas 262 minas explosivas, em condições climáticas desfavoráveis, no Estrito de Pentlant, perto da grande base naval inglesa de Scapa Flow, onde um encouraçado foi a pique devido esta ação.
O "Möwe" em nada se parecia com um navio de guerra
O corsário segue pelo Atlântico onde consegue o extraordinário resultado de vinte e um navios afundados ou capturados.
A forma de ataque desfechado pelo corsário, disfarçado como um navio de carga neutra para poder chegar perto de suas presas, causou forte repreensão por parte dos inimigos. Talvez para compensar, uma marca do Conde de Dohna-Schlodien era que ele sempre fazia questão de resgatar todos os sobreviventes de qualquer navio atacado.
No retorno a pátria os tripulantes do “Möwe” receberam um tratamento digno dos grandes heróis. Toda a tripulação foi condecorada pelo Kaiser.
Entre junho e agosto de 1916 realizam uma patrulha no Mar Báltico, mas só afundam um cargueiro inglês.
Em 23 de novembro de 1916 partem do porto alemão de Wilhelmshaven e seguem para o Atlântico Sul, onde suas vitórias vão tornar a história deste navio uma verdadeira lenda.
A caçada se inicia com a destruição do cargueiro inglês “Voltaire”, no dia 2 de dezembro.
A Marinha Inglesa Caça os Alemães na Costa Nordestina
Cinco dias depois da chegada do “Hudson Maru”, entrava às cinco e meia da manhã no porto um velho conhecido dos recifenses. Era o cruzador inglês “H.M.S. Glasgow”, sob o comando do capitão Aubrey Smith. O comandante recebeu as visitas brasileiras de praxe, entre estas o governador pernambucano Manoel Antônio Pereira Borba. Mas a principal visita foi o pessoal do consulado ingles, que certamente trouxe os relatos dos homens que desembarcaram do cargueiro japonês.
O "H.M.S. Glasgow" em 1915 Fonte - http://www.ourlifeboat.org
Abastecido e bem informado, logo e de forma discreta, o “Glasgow” deixou Recife a caça do corsário alemão.
Esta nave seguiu ao encontro do Cruzador Auxiliar “Amethist”, dos Cruzadores Ligeiros “Macedonia”, “Edimburg Castle” e “Orama”, todos com poder de fogo suficiente para enviar o “Möwe” para uma viagem sem volta do fundo do mar.
O "Glasgow" em Recife
Para corroborar esta ideia, notícias procedentes do Rio de Janeiro e publicadas no “Diário de Pernambuco” e o periódico natalense “A Republica”, davam conta que o “Amethist” havia zarpado de Salvador no dia 18 de janeiro. Já o “Edimburg Castle” teria partido do Rio de Janeiro no dia 21, de forma rápida, e seguiu em direção norte.
Mais navios no mar para caçar o corsário alemão
Se algo haveria de ocorrer no alto mar, seria através da ação dos vasos de guerra da Marinha Real da Inglaterra, a conhecida “Royal Navy”.
Na Costa Potiguar?
Após a partida do cruzador inglês “Glasgow”, estoura nas páginas da imprensa brasileira uma estranha notícia.
Ela dava conta que um telegrama vindo da cidade potiguar de Macau para o Rio de Janeiro, informava que um grupo de cinco navios estava ancorado diante do canal da povoação de Jacaré, perto da cidade de Touros. O informe publicado nas notas de “Última Hora” comentava que não se sabia a nacionalidade das naves e que esta era a terceira vez que tais navios eram vistos nesta região pouco habitada da costa potiguar. A nota não trazia o nome do, ou dos informantes.
Estranha notícia
Logo o então Ministro da Marinha, almirante Alexandrino Faria de Alencar, era cobrado pelos jornais cariocas sobre a presença da nossa força naval no meio de toda esta confusão.
A autoridade informou pelos jornais que estava enviando o Cruzador “Rio Grande do Sul” e o já caquético Encouraçado Guarda Costa “Deodoro”, para patrulharem uma área que abrangia desde o Arquipélago de Fernando de Noronha e a costa entre o Rio Grande do Norte e Pernambuco. Não que o “Deodoro” fosse tão velho assim, pois ainda não tinha nem vinte anos de mar e era a nau capitânia da “Força Naval do Norte”. Mas era completamente obsoleto e despreparado para o conflito que ocorria.
O nosso obsoleto "Deodoro" Fonte - http://www.naviosbrasileiros.com.br Reprodução do livro A Marinha por Marc Ferrez - 1880-1910 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil - 1986, Editora Index - VEROLME.
É bem verdade que a Marinha do Brasil nesta época contava com algumas respeitáveis naves de guerra, mas a maioria dos seus melhores navios estavam concentrados no Rio de Janeiro. Além do mais, diante de uma costa verdadeiramente continental como no caso do Brasil, a nossa desaparelhada marinha de guerra, por mais que se esforçasse em “mostrar a nossa bandeira”, pouco poderia fazer.
Navio suspeito
Outra notícia, novamente emanada do Rio de Janeiro, e publicada no “Diário de Pernambuco”, edição de 23 de janeiro, informava que cinco corsários alemães haviam sido vistos entre “os lugares Cajueiro e Rio do Fogo, se mantendo a sota-vento e aproveitando os recifes existentes na costa como abrigo”.
Logo outra nota, publicada em “A Republica”, informava que um navio de quatro chaminés fora visto na costa do Rio Grande do Norte.
Poderia ser o Mowe?
Era possível, pois os tripulantes deste corsário poderiam alterar seu formato, acrescentando falsas chaminés e mastros, além da mudança de cores e inclusão de outros materiais visuais. Mas não havia maiores informações.
Novas informações
Outra informação veio do vapor brasileiro “Maranhão”, em viagem para Recife, que informou ter avistado um navio suspeito em nossas praias, mas sem maiores detalhes.
Logo estas notícias foram destaque na imprensa mundial, sendo estampada em diversos jornais europeus e norte-americanos. Como podemos ver aqui na reprodução da edição de 22 de janeiro de 1917, do “Washington Post”.
Notícia que chamou atenção da imprensa internacional
Mas era o jornal “Diário de Pernambuco” que alertava para um possível encontro destes navios beligerantes e um provável confronto na costa potiguar, apostando que isso ocorreria mais facilmente na altura de Macau. O articulista do “Diário de Pernambuco” apontava para as possíveis consequências desta pretensa batalha naval, diante da neutralidade brasileira em meio ao sangrento conflito.
Mas Onde Estava o “Möwe”?
Mas as notícias sobre a presença do “Möwe” na costa potiguar eram totalmente falsas.
Após o desembarque dos prisioneiros do “Hudson Maru” no porto de Recife, o “Möwe” procurou sir de perto da costa do Nordeste do Brasil. O navio passou praticamente um mês navegando de forma lenta, atravessando o Atlântico Sul em direção a costa sul africana, onde cruzou ao sul da Ilha de Santa Helena, procurando não chamar atenção e sem atacar nenhum cargueiro aliado.
No dia 15 de fevereiro o corsário alemão voltava a se aproximar novamente do Brasil, onde afundou o cargueiro inglês “Brecknockshire”, a 490 milhas a leste de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. No dia seguinte, na mesma região, mais duas vítimas inglesas entravam nas estatísticas.
A partir deste ataque, o “Möwe” começa a retornar a Alemanha, mas continuava caçando, capturando e destruindo navios mercantes aliados.
Mais seis navios serão destruídos até a chegada ao porto de Kiel, na Alemanha, em 22 de março de 1917, onde outra grande leva de tripulantes aliados capturados foi colocada em um campo de prisioneiros até o fim da guerra.
Prisioneiros do "Möwe" desembarcando em Kiel Fonte - http://smsmoewe.com
A missão de combate do “Möwe” foi um retumbante sucesso. Vinte e oito navios foram destruídos, totalizando 123.265 toneladas de meios flutuantes aliados que foram para o fundo do mar.
Mas o melhor resultado foi o medo imposto entre os meios de navegação dos inimigos e a necessidade do deslocamento de navios de guerra para buscarem este solitário corsário alemão, tirando-os de outras missões de combate.
Conclusão
No meu entendimento, as falsas notícias supostamente transmitidas de Macau e recebidas pelas agências de notícias do Rio de Janeiro, informando que o “Möwe” se encontrava próximo a costa potiguar, é uma possível mostra de como a espionagem alemã estava atuante no Brasil durante a Primeira Guerra Mundial.
Além de espiões, havia no próprio governo brasileiro pessoas que defendiam o Império Alemão, como o ministro das Relações Exteriores Lauro Müller, de origem germânica e que poderiam influenciar a publicação deste tipo de notícia.
O autor deste blog na região do litoral potiguar onde pretensamente o corsário "Möwe" teria sido visto. Até hoje uma área pouco habitada
Diante da repercussão na imprensa internacional, chama atenção a falta de informações mais apuradas por parte dos jornais potiguares, que diante das notícias emanadas das agências do Rio de Janeiro, não buscaram maiores esclarecimentos através de contatos com as autoridades municipais em Macau ou Touros. Não se pode esquecer que nesta época, estas cidades já possuíam agências telegráficas.
Já os membros do governo potiguar, tendo a frente o governador Joaquim Ferreira Chaves, não se pronunciaram de forma alguma sobre o episódio, pelo menos através da imprensa potiguar.
Não sabemos se o ardil serviu para desviar as belonaves inglesas para esta parte despovoada da costa potiguar, enquanto o “Möwe” seguia para a costa africana. Mas o certo é que o corsário alemão escapou.
O “Möwe” não voltou mais a combater no mar. Para os alemães seria uma péssima propaganda de guerra a sua destruição ou captura por forças aliadas e a nave foi desarmada.
O "Möwe" na mãos dos ingleses após o fim da guerra Fonte - http://smsmoewe.com
Depois da guerra o navio foi enviado para a Inglaterra como reparações de guerra e ali convertido em um cargueiro chamado “Greenbrier”. Em 1933 o antigo “Möwe” retornou a Alemanha e foi batizado com “Oldenburg” e serviu como navio de carga durante praticamente toda a Segunda guerra Mundial.
Foi torpedeado perto da localidade norueguesa de Vadheim em 7 de abril de 1945.
Já o Conde de Dohna-Schlodien deixou a marinha depois do fim da Primeira Guerra Mundial, trabalhando em uma empresa de Hamburgo.
Devido ao seu comportamento correto em relação aos seus prisioneiros, e o seu distanciamento em relação aos nazistas, quando as tropas aliadas invadiram a área da Baviera em 1945, a família do Conde Dohna-Schlodien, através de instruções especiais emitidas do comando aliado, foi respeitosamente tratada e puderam permaner em sua casa sem restrições.
O Conde morreu de um ataque cardíaco aos 77 anos.
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Extraído do Blog do historiógrafo Rostand Medeiros
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