Por José Romero Araújo Cardoso
Há exatamente
85 anos tinha início a guerra de Princesa. Com o pretexto de garantir o pleito
eleitoral de 28 de fevereiro de 1930, o Presidente João Pessoa enviava tropas
para o sertão. A primeira investida foi sobre a Vila do Teixeira. O Tenente
Ascendino Feitosa, inimigo visceral da família Dantas, aprisionou vários
membros desse importante clã sertanejo. Tinha suas queixas particulares.
Certa
vez, havia levado surra acochada de Silveira Dantas. Encarcerados e à mercê da
própria sorte, figuras proeminentes dessa oligarquia sertaneja eram
constantemente ameaçadas de serem sangradas. De vez em quando Ascendino Feitosa
chegava na cela e dizia em tom de ameaça: "Hoje vou beber sangue dos
Dantas!". Quem respondia era Dona Cota: "Bebe desgraçado, só assim
terás sangue bom em suas veias sujas!". Sabendo do acontecido na Vila do
Teixeira, Zé Pereira despachou 500 homens, encourados, com chapéus de couro
quebrados na testa, na mais extraordinária estética sertaneja, para salvar os
Dantas da morte certa. Tomaram o rumo do Teixeira aboiando e empunhando suas
winchesters calibre 44. Luis do Triângulo e Lindu comandavam o pelotão
princesense. Pelo gesto nobre, Ariano Suassuna concedeu título de nobreza ao
primeiro comandante no Romance da Pedra do Reino. Quaderna o apresenta como o
nobre fidalgo de Princesa. Vendo a coisa apertar, Ascendino Feitosa retirou-se
às pressas com sua tropa da Vila do Teixeira. Era o início da maior expressão
de insurgência do mandonismo local na República Velha.
Fonte: facebook
Página: José Romero De Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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