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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Rarissima Fotografia do Meteorito Bendegó: Pesando 5,360 Kg.

Por: Guilherme Machado
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O transporte foi feito em um carretão com rodas de ferro, puxado por homens, burros, e bois de carro. Viajou 106 Km. de Monte Santo a Queimadas. Viajou mais 250 Km. de trem para Salvador -  Bahia: Muitos anos depois foi para Rio de Janeiro, de navio.


”O meteorito de Bendegó, o maior meteorito brasileiro, pesando 5.360 kg, constituído de ferro e níquel, está exposto no Museu Nacional desde 1888 e tem uma réplica, em madeira, no Palais de la Decouverte ( Palácio da Descoberta), um museu de ciência, no coração de Paris. A identificação da peça, foi feita recentemente [1995], por Marcomede Rangel Nunes, do Observatório Nacional, junto com Gerard Oudenot, chefe do Departamento de Astronomia desse museu.

O Bendegó foi encontrado em 1784, próximo à cidade de Monte Santo, no sertão da Bahia, pelo menino Bernardino da Motta Botelho, quando tomava conta de algumas cabeças de gado. Até hoje não se sabe a data que ele caiu. Somente em 1887 uma expedição chefiada por Jose Carlos de Carvalho, tenente da Marinha, na época, foi até o local e trouxe para o Rio de Janeiro, a pedido de D. Pedro II e de alguns membros da Academia de Ciências de Paris.

Ele está no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, desde 1888. O trabalho de remoção foi muito difícil, e está descrito no relatório da expedição. Já em 1886, Orvilhe Derby, do Museu Nacional, alertava para o problema de se recolher o meteorito de Bendegó, pois as enxurradas poderia encobri-lo.


Em 1885 tinha sido feito uma primeira tentativa frustrada, a pedido do governador geral da Bahia, pensando que ele era composto de ouro e prata. A pedra, com mais de cinco toneladas, acabou despencando da carreta, que a levava, puxada por 12 juntas de boi, caindo às margens do riacho Bendegó, ha 180 metros do lugar original. Ao descer uma colina, o carretão, sem freios, acabou ganhando muita velocidade. Dai, ficou mais de 102 anos esperando nova remoção.

Com o prolongamento da Estrada de Ferro de São Francisco, a 100 km de onde estava o Bendegó, é que foi possível sua remoção. Novo carretão foi feito, com rodas de ferro e de madeira. O meteorito acabou caindo seis vezes do carretão, que teve seu eixo partido quatro vezes. Foram 108 km, vencidos com muito sacrifício. Daí ele seguiu de trem até o porto e depois de navio para o Rio de janeiro.

Quando o meteorito de Bendegó chegou ao Rio de Janeiro, foi feito um corte para poder se estudar o seu interior, e essa parte, de 60 kg, foi repartida e enviada para 14 museus no mundo. Assim, podemos encontrar em Paris, Londres, Nova York, Amsterdan entre outros, pedaços do Bendego. Na mesma época foi feita uma cópia em madeira do meteorito, no Arsenal de Marinha no Rio, sendo enviada para Paris, quando se comemoraram os cem anos da Queda da Bastilha, a Revolução Francesa, e foi inaugurada a Torre Eiffel.

A razão para essa réplica se apresentar ali, foi que, na época, o meteorito de Bendegó, era o maior meteorito exposto em um museu, no mundo. Só dez anos depois disso, é que chegaria ao Museu de Historia Natural de Nova York, o meteorito Cape York, de 36 toneladas encontradas na Groenlândia, em 1888. O maior meteorito do mundo está na Namíbia, na África, pesando 60 toneladas. Não pode ser removido para um museu.

Hoje o Bendegó está em décimo quinto em tamanho. Fizemos um trabalho de identificação da réplica do meteorito de Bendegó, porque um livro de 1923, de Lucien Rudeaux, mostrava no Museu Nacional de História Natural. Já há quatro anos, deparei-me com ela no Palais. Mas, sabemos agora, que desde 1937, ele está exposto no Palácio da Descoberta, em Paris, quando esse museu foi fundado. Agora sabemos que a peça está lá e é mesma feita em 1888, e que esteve na exposição Universal de 1889. Um dos objetivos desse trabalho histórico cientifico, é resgatar a memória do meteorito de Bendegó, o maior do Brasil.

Quem visitar o Museu Nacional poderá ver o corte que foi feito nele para seu estudo. O estudo vem sendo feito em conjunto com prof. Augusto Orrico, do Observatório Antares, da Universidade estadual de Feira de Santana, e o prof. Benedito Rodrigues, do Museu Nacional e Marcomede Rangel, do Observatório Nacional. Serão feitos duas exposições, nesses centros, sobre o seu descobrimento, transporte e estudo cientifico, além de uma outra réplica, para ficar no Observatório Antares.”


Extraído do blog: Portal do Cangaço de Serrinha - BA.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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