Vingt-un Rosado Maia, nascido em Mossoró, no dia 25 de setembro de 1920. Era filho de Jerônimo Rosado Maia, farmacêutico, político; e de Isaura Rosado. A partir do sexto filho, passou a batizar a numerosa prole enumerando-os, primeiro em português, depois em francês. A partir do 15.º, todos os homens foram chamados de Jerônimo seguido do número correspondente, até Vingt-un.
Cinco mulheres, antes de seu ordinal, receberam o nome da mãe, Isaura. Um dos homens, o nono, também foi chamado Isauro. A família teve ainda um Tércio, uma Maria, uma Vicência, Laurentinos – três ao todo, só um deles numerado – e uma Laurentina.
Integrante de família quase toda de políticos, irmão do ex-governador do Rio Grande do Norte
Dix-sept Rosado,
do ex-deputado federal Vingt Rosado e do ex-prefeito de Mossoró Dix-huit Rosado, Vingt-un enveredou para o campo da ciência e da cultura erudita, com destaque para a educação.
Sua formação educacional começou em 1928, quando iniciou o primário estudando com Egídia Saldanha e Delourdes Leite, para depois concluí-lo no Colégio Diocesano Santa Luzia, em 1931. Na mesma escola cursou o ginasial entre os anos de 1932 e 1936. Após essa fase iniciou o curso de pré-engenharia no Ginásio Osvaldo Cruz, em Recife, nos anos de 1937 a 1938. Formou-se em Agronomia pela Escola Superior de Agricultura de Lavras (atual Universidade Federal de Lavras), Minas Gerais, em 1944.
Vingt-un foi reservista do Tiro de Guerra 42, Mossoró, em 1936, e soldado padioleiro pela Cia Escola de Engenharia, de 1944 a 1945, em Lavras. Após a formatura, em 23 de janeiro de 1945, de volta à terra natal, iniciou o sonho de trazer o ensino superior para Mossoró num projeto que resultaria na instalação da Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM), em 1967, hoje Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).
Na luta contra a seca, o maior flagelo do sertão nordestino, dirigiu seus esforços para a construção das adutoras que viriam a abastecer Mossoró e incentivou a descoberta do petróleo que ajudou no progresso da cidade.
No campo da educação e da cultura, Vingt-un foi professor e fundador de três faculdades, e - segundo o historiador Geraldo Maia - um dos idealizadores da extinta Universidade Regional do Rio Grande do Norte (URRN), hoje Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Pertenceu à Academia Cearense de Farmácia, dentre outras. Foi fundador, professor de Matemática I e II e, por duas vezes, diretor da ESAM, sendo um dos que mais apoiaram sua federalização.
Era professor Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Colaborador de revistas na área de geologia, publicou artigos sobre a possibilidade de as terras potiguares possuírem petróleo, posteriormente encontrado. Vingt-un também foi sócio do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP) e acadêmico na Academia Mossoroense de Letras (AMOL), da qual foi um dos fundadores.
Vingt-Un Rosado contava que se apaixonou por livros depois de ouvir uma palestra de Luis da Câmara Cascudo em Mossoró. “Ele envenenou todo mundo”, lembra. “Saímos todos apaixonados pela cultura”.
Em 1940, aos 20 anos, escreveu sua primeira obra, Mossoró, contando a história do município, numa edição paga pela mãe.
Em 1949, iniciou um outro marco de sua vida com uma progressiva prioridade: a Coleção Mossoroense. A Coleção tem um vasto acervo, com publicação de livros, teses, folhetos, cordéis, documentários, séries, etc., que falam dos mais variáveis temas, com destaque especial para os assuntos regionais. Dentre os mais de 4.000 títulos da Coleção, mais de mil são livros e mais de 700 dedicados à seca, o que faz dela a detentora da maior bibliografia do País sobre a grande praga do Nordeste. Um dos destaques é O Livro das Secas, que reúne estudos antigos e recentes sobre o tema.
O agrônomo que decidiu se dedicar às letras acabou se transformando no maior pesquisador de assuntos do semi-árido nordestino, do cangaço e também do mossoroísmo, como ele mesmo gostava de chamar os assuntos ligados à sua terra natal.
Em Lavras, no tempo de estudante de agronomia, conheceu a assistente social América Fernandes, com quem casou no ano de 1947, por procuração, após ter concluído o curso e retornado a Mossoró. O casal teve cinco filhos: Maria Lúcia, Dix-sept Rosado Sobrinho, Lúcia Helena, Leila Rosado e Vingt-un Júnior, que morreu em 1950, uma semana após o nascimento.
No ano de 1968, arriscou na política, candidatando-se a prefeito de Mossoró, porém foi derrotado. Mas, no ano de 1973, foi eleito vereador. Faleceu em 21 de dezembro de 2005, em Natal, capital do Rio Grande do Norte. Levado para Mossoró, foi velado no prédio central da UFERSA, antiga Escola Superior de Agricultura de Mossoró - ESAM, fundada por ele.
ADENDO
A esposa de Vingt-un Rosado, escritora, professora e assistente social América Fernandes Rosado Maia, "dona América", faleceu no dia 21 de Dezembro de 2009, no aniversário de quatro anos de morte do seu marido, Vingt-un Rosado. O corpo foi velado na Ufersa e enterrado às 16h, em Mossoró.
O diretor da Coleção Mossoroense, Caio Muniz, lamento a perda, principalmente pela importância que dona América teve para a cultura potiguar. Ele disse também que depois da morte de Vingt-un, a viúva evitava ir à biblioteca da Coleção, apesar de ter sido muita ativa na editora.
“Ela era muito parceira, sugeria títulos, fazia revisões e escreveu obras importantes”, disse sobre a mossoroense que conquistou também a cadeira de número 38 da Academia Norte-Riograndense de Letras.
O diretor da Coleção Mossoroense, Caio Muniz, lamento a perda, principalmente pela importância que dona América teve para a cultura potiguar. Ele disse também que depois da morte de Vingt-un, a viúva evitava ir à biblioteca da Coleção, apesar de ter sido muita ativa na editora.
“Ela era muito parceira, sugeria títulos, fazia revisões e escreveu obras importantes”, disse sobre a mossoroense que conquistou também a cadeira de número 38 da Academia Norte-Riograndense de Letras.
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