Por: Paulo Britto
Paulo Britto
Li o Artigo da Srª.
Juliana Ischiara “O Polêmico Episódio de Angico – Parte I e II” publicado, neste mesmo blog “Cariri Cangaço”, do nosso amigo Severo;
principalmente os pontos onde ela reúne comentários carregados de acusações caluniosas ao
Coronel João Bezerra, que até hoje não foram comprovadas por falta de total embasamento. Em atenção a Srª. Juliana e a todos os leitores desse respeitado blog, resolvi compilar algumas referências/citações ao Coronel João Bezerra da Silva, feitas por pessoas de realce dentro do contexto do tema Cangaço, as mais diversas possíveis: coiteiros, soldados, oficiais, escritores, pesquisadores, autoridades militares, chefes de volantes renomados de outros Estados, etc.
Meu intuito é único e exclusivo, levar ao público informações para que diante delas, tirem suas próprias conclusões...
Continua...
Paulo Britto
Filho de João Bezerra
Boletim Regimental número 179,
de 12/08/1938
Não se enganou, portanto, o Exmº. Sr. Interventor Osman Loureiro, nem tampouco este comando. A perseguição se iniciou de forma tenaz e vigorosa, e não tardou a raiar da manhã de 28 de julho, onde um punhado de 45 bravos comandados pelo Capitão João Bezerra da Silva, 1º. Tenente Francisco Ferreira de Melo e Aspirante a oficial Aniceto Rodrigues dos Santos numa arrancada de heróis, atacaram de surpresa, na Fazenda “Angicos” município de Porto da Folha, no Estado de Sergipe, o grupo de famigerado “Lampeão” composto de nada menos de 58 bandidos e com eles numa luta tremenda conseguiram abater 11 sicários, inclusive o Rei do cangaço, pondo os demais em debandada, sem que tivesse tempo, os restantes, de conduzir do campo da luta os seus apetrechos e material de guerra que abandonaram.
... O Exmº. Sr. Interventor Federal Dr. Osman Loureiro, vendo realçada, com o mais significativo êxito, a missão de que fora e ainda se acha encarregado o II Batalhão, houve por bem premiar os que tomaram parte na refrega, e assim sendo, graduou no posto de Coronel, o Tenente Cel José Lucena de Albuquerque Maranhão e promoveu por ato de bravura, a Capitão, o 1º Tenente João Bezerra da Silva, a 1º Tenente, o aspirante a oficial Francisco Ferreira de Melo, a aspirante, o 3º. sargento Aniceto Rodrigues dos Santos...
Elogio do Coronel Lucena
- Louvor do Coronel Lucena comandante do II Batalhão, transcrito no III item do Boletim nº 285, do II Btl, de 17 de dezembro de 1938.
“Tendo o Sr. Capitão João Bezerra da Silva, sido desligado deste Batalhão, a fim de assumir a função na sede do Regimento. Louvo-o pelo modo brilhante com que soube espontaneamente cumprir as árduas missões de que foi incumbido, quando neste batalhão, mormente na campanha contra o orda de facínoras, perturbadores da paz sertaneja que há tanto tempo vinha sofrendo as agruras conseqüentes da ação do banditismo. Este oficial, demonstrou os nobres predicados de que é possuidor; trabalhador incansável que nunca ousou dar tréguas a tal corja, combatendo-a bravamente até o momento máximo em que assediou com a sua fôrça o conjunto chefiado pelo célebre “Lampeão” que não podendo vazar tal assédio, caiu sem vida, quando para os supersticiosos já era tido como imortal.
O Chefe de Polícia de Alagoas relata como se deu o encontro em que morreu o “Rei do Cangaço”. Quem é o Tenente João Bezerra. A Agência Nacional, do Departamento de Propaganda, procurou ouvir pelo telegrapho, o Secretário do Interior e Chefe de Polícia de Alagoas Sr. José Maria das Neves. O Sr. José Maria das Neves informou o seguinte.
- O Sr. João Bezerra da Silva, nasceu em Pernambuco a 4 (*) de junho de 1898, verificando praça em 29 de novembro de 1921. Foi 2º. Sargento em 29 de março de 1922... e 1º Tenente por merecimento em 30 de setembro de 1936. Teve vários encontros com bandidos, tendo de uma feita morto três dos comparsas de Lampeão. ... É official valoroso da Polícia Alagoana e de immediata confiança do governo...
...Espada
Entre os prêmios recebidos por João Bezerra, a sua família guarda, zelosa e orgulhosamente, a ESPADA que ele recebeu do povo de Piranhas em 1938, expressão de gratidão pela morte de Lampião, em cuja “Copa” está escrito: “Ao Capitão João Bezerra pela sua bravura e heroísmo. Offerece o povo de Piranhas.”
Durval Rosa
Colocações de Durval Rosa, irmão de Pedro de Cândido, no livro “Assim morreu Lampião” de autoria do pesquisador e escritor Antônio Amaury, página 105.
... Juão Bizerra dissi qui tava certo i dividiu todo mundo.
Avisou:
- Não conversa ninguém. Puxem o ferrolho dos fuzis. Não dá tiro a tôa.
Passou uma órdem severa.
- Vô passá uma órdem prá todo mundo. Num si dá um tiro sem si vê im quem . Só si atira im cangacero. Soldado num briga deitado, u qui eu incontrá deitado, ou outro qualqué incontrá deitado, atiri i maté qui essi é covardi. Quando vocêis me verim deitado atirim im mim também.
Quando eu gritá, avança, aí eu quero Lampião pegado hoji di qualquer maneira. Ou morto ou pegado a mão!
Nisso Antonho Jacó chegou-si perto deli, tirou o chapéu, botou no chão, pisou im cima i dissi assim.
- Mi solti logo “Seu” tenenti, qui eu quero sabe si Lampião é mais homi que eu.
Ficou doido, doido, doido.
O teneti falô:
- Esperi aí, i tenha calma!” ...
Afirmativas como esta feita pelo coiteiro que não tinha necessidade alguma para enaltecer a coragem do comandante da tropa e seu subordinado, não são consideradas por certos pesquisadores que se apegam a comentários tendenciosos que não tem relevância.
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