Por: Juarez Conrado - Jornalista
As pessoas que sangrava
Gato antes torturava
Por ser perverso e ruim
Foram seis os caçadores
Que sofrendo horríveis dores
Também morreram assi
No Raso da Catarina
Foi grande a carnificina
Das muitas feitas por Gato
O sangue deles jorrava
O bandido graça achava
Naquele horrível ato
Corisco, Engrácia, Mariano
Sereno, Coqueiro, Baiano
Em nada ficavam atrás
De Gato, feroz matador
Do autor
No Raso da Catarina
Foi grande a carnificina
Das muitas feitas por Gato
O sangue deles jorrava
O bandido graça achava
Naquele horrível ato
Corisco, Engrácia, Mariano
Sereno, Coqueiro, Baiano
Em nada ficavam atrás
De Gato, feroz matador
Que implantando o terror
Parecia satanás Do autor
Não será difícil apontar-se os cangaceiros de Virgulino que mais se destacaram pelo seu alto índice de crueldade, homens que se compraziam, cada qual a seu modo, em torturar as vítimas antes de matá-las.
Vários foram os sanguinários indivíduos que se integraram à horda de bandidos, todos eles frios e impiedosos, verdadeiras feras com formas humanas e que se tornaram, pelo sertão afora, respeitados e temidos pelas atrocidades que praticavam.
O cangaceiro Gato
Era o caso, por exemplo, do tenebroso Gato, descendente dos índios pankarerés, do Raso da Catarina, como eram igualmente, Mourão, Inacinha, Antonia, Mormaço, Catarina, Criança, Balão, Ana, Julinha, Luiz e Juana. Duas irmãs de Gato também ingressaram no cangaço. Julinha, mulher de Mourão (por sinal, seu primo), e Rosalina Maria da Conceição.
Gato, já com alguns crimes a ele creditados, logo após ligar-se ao grupo de cangaceiros tentou praticar um ato realmente inominável, cortar a língua de sua própria mãe por ter chegado ao seu conhecimento a insatisfação da mesma em vê-lo integrado ao cangaço. Por isso, sempre denunciava a passagem de Lampião pelas redondezas da localidade onde morava.
O crime não se consumou porque a pobre senhora, ciente da ameaça que lhe fazia o filho, fugiu para a roça de uma irmã, onde permaneceu escondida.
De uma só vez Gato matou seis pessoas de uma família porque, com o desaparecimento de algumas criações (bodes) teriam lhe acusado da prática do roubo, fato ocorrido antes de ser cangaceiro. Sempre prometendo vingar-se dos seus denunciantes, pois, na verdade, como ficou compreendido, não foi ele realmente quem levou os animais, matou Calixto Rufino Barbosa e seu vaqueiro de nome Brás e invadido, logo em seguida, a casa do senhor Valério onde sangrou Luiz Major e seus filhos Silvino e Antonio, além do sobrinho Inocêncio.
Em meio a uma festa à qual Lampião se fez presente com alguns dos seus “minino”, Mourão e Mormaço, bastante embriagados, passaram a disparar vários tiros para o alto. Virgulino, muito irritado, determinou que o seu subordinado tomasse providências contra ambos.
Gato de pronto, com sua canina fidelidade e muita obediência ao chefe, matou os companheiros, não se preocupando com os apelos de Mourão, lembrando-lhe que eram seus primos.
A cangaceira Antonia Pereira da Silva
Casado com a jovem Antonia Pereira Silva, que morava em companhia de uma senhora conhecida como D. Sinhá, lá das Caraíbas, amada assim sequestrou a índia Inacinha, prima de sua própria mulher.
Vários foram os sanguinários indivíduos que se integraram à horda de bandidos, todos eles frios e impiedosos, verdadeiras feras com formas humanas e que se tornaram, pelo sertão afora, respeitados e temidos pelas atrocidades que praticavam.
Era o caso, por exemplo, do tenebroso Gato, descendente dos índios pankarerés, do Raso da Catarina, como eram igualmente, Mourão, Inacinha, Antonia, Mormaço, Catarina, Criança, Balão, Ana, Julinha, Luiz e Juana. Duas irmãs de Gato também ingressaram no cangaço. Julinha, mulher de Mourão (por sinal, seu primo), e Rosalina Maria da Conceição.
Raso da Catarina
Gato, já com alguns crimes a ele creditados, logo após ligar-se ao grupo de cangaceiros tentou praticar um ato realmente inominável, cortar a língua de sua própria mãe por ter chegado ao seu conhecimento a insatisfação da mesma em vê-lo integrado ao cangaço. Por isso, sempre denunciava a passagem de Lampião pelas redondezas da localidade onde morava.
O crime não se consumou porque a pobre senhora, ciente da ameaça que lhe fazia o filho, fugiu para a roça de uma irmã, onde permaneceu escondida.
De uma só vez Gato matou seis pessoas de uma família porque, com o desaparecimento de algumas criações (bodes) teriam lhe acusado da prática do roubo, fato ocorrido antes de ser cangaceiro. Sempre prometendo vingar-se dos seus denunciantes, pois, na verdade, como ficou compreendido, não foi ele realmente quem levou os animais, matou Calixto Rufino Barbosa e seu vaqueiro de nome Brás e invadido, logo em seguida, a casa do senhor Valério onde sangrou Luiz Major e seus filhos Silvino e Antonio, além do sobrinho Inocêncio.
Em meio a uma festa à qual Lampião se fez presente com alguns dos seus “minino”, Mourão e Mormaço, bastante embriagados, passaram a disparar vários tiros para o alto. Virgulino, muito irritado, determinou que o seu subordinado tomasse providências contra ambos.
Gato de pronto, com sua canina fidelidade e muita obediência ao chefe, matou os companheiros, não se preocupando com os apelos de Mourão, lembrando-lhe que eram seus primos.
Casado com a jovem Antonia Pereira Silva, que morava em companhia de uma senhora conhecida como D. Sinhá, lá das Caraíbas, amada assim sequestrou a índia Inacinha, prima de sua própria mulher.
A índia e cangaceira Iacinha
Antonia, justamente revoltada, não aceitou a proposta do cangaceiro de manter um triângulo amoroso com ela e a parenta. Queixou-se a Lampião, e não esperando qualquer decisão do mesmo fugiu pela madrugada para a casa de um tio, onde permaneceu até a extinção do bando. Ao deixar o cangaceiro, Antonia estava grávida e Gato, embora sempre se mostrasse muito feliz com isso, não teve oportunidade de ver o filho, uma vez que, além de estar separado da mulher, no mesmo dia em o garoto nasceu travava combate com a volante do tenente Bezerra, em Piranhas, onde morreu baleado.
Nota: A cangaceira Antonia Pereira da Silva faleceu a poucos anos, com mais de 100 anos vividos.
Extraído do livro:
"Lampião assaltos e morte em Sergipe".
Autor:Juarez Conrado
Jornalista e escritor
Páginas: 38 e 39
Aracaju - Sergipe
Ano de publicação:
2010
Blogdmendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário