Por: José Mendes Pereira
Guilherme Alves- o cangaceiro Balão
"Uma vez me perdi do bando e
fiquei um ano nas caatingas de Bebedouro, Jeremoabo, Cipó de Leite, sem ver uma
alma viva. No começo eu estava com Anjo Roque e sua mulher".
Ângelo Roque - Vulgo - Labareda
Continua. "Ele, porém, era
ciumento e nos separamos. Fiquei só. Pensei em me entregar, mas seria morte
certa. Vaguei pela caatinga como um porco-do-mato, comendo raiz de imbuzeiro,
folhas e carne de bode."
Onde ele cozinhava a carne, se passou um ano sem ver um pé de pessoa?.
Onde ele cozinhava a carne, se passou um ano sem ver um pé de pessoa?.
Continua o depoente: "Do cipó de mucunã tirava a água: a gente corta, assopra
e ela vai caindo, avermelhada, mas doce. Quem não conhece o truque morre de
sede pisando na água.
Consegui
esconder-me até escurecer e então comecei a descer, seguindo o rio. Os
soldados, porém, não haviam desistido, logo eu os senti na minha pista. Resolvi
tentar driblá-los. Voltei e consegui outra vez furar o cerco
No caminho
derrubei um soldado que gritou, antes de morrer: "Pelo amor de Deus, eu
não tenho culpa!" Depois contei mais de quinhentos buracos de bala na
minha roupa e nos bornais."
Pelo que ele diz levou muito tempo para contar os buracos de balas.
Pelo que ele diz levou muito tempo para contar os buracos de balas.
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