Por: João Tavares Calixto Júnior
Assunto de
importância histórica que não se mensura; as passagens de Lampião e seu bando
por estas bandas não muito foram investigadas, e nos dias de hoje, não
abundantemente se veem historiadores escrevendo com este cunho. Nas vésperas da
realização do Seminário Cariri Cangaço, que brilhantemente remonta as passagens
do período lampiônico, pouco se sabe sobre as peripécias do cangaceiro mor e
seus cúmplices por terras lavrenses.
Apesar da
inexistência de comprovação histórica, mas vivamente cravada no imaginário
popular de poucos resilientes, conta-se que exatamente no ano de 1927 existia
uma contundente pretensão de Virgulino Ferreira da Silva e seu bando,
arranchados momentaneamente no Tipi - Aurora, de invadir a próspera Lavras da
Mangabeira. Diante do exposto, o neto de Fideralina, Raimundo Augusto de Lima,
homem de muita disposição e abnegação diante de mutricas vindouras, juntamente
com seu irmão, o também Coronel João Augusto (prefeito na época), resolveu
atacar antes de ser atacado.
Fideralina
Augusta Lima
Fato contado
ainda, e que se fez cômico pelo seu destrinche, foi que antes da junção das
tropas, os dois grupos trocaram tiros ao pensar já ser o conluio invasor do rei
do cangaço, que nas terras já estaria a acampar (Fazenda Ilinhado - hoje Santa
Inês). Grita-se de um extremo um capanga comandado por Assis Viana do Cel.
Raimundo Augusto: - Aqui são os homens de Raimundo Augusto! Do outro polo,
enquanto um silêncio passageiro permanecia diante da fumaça que saia dos
bacamartes, grita um comandado por Vicente Leandro: - E aqui, os cabras de João
Augusto! Depois do intenso ricochetear, que atingira de raspão o braço de um
dos homens de João Augusto, fizeram a procura por Lampião em meio à mata branca
e seca, e saindo da Santa Inês e Água Azul, já não tão facilmente alcançariam a
hábil quadrilha que já atravessava de volta a Serra do Bordão de
Velho... Dias depois dessa expulsão, na Serra do Mato, onde costumava-se
esconder, cantava ao som de sanfona:
Lampião bem
que eu te disse,
que deixasse
de asneira.
Que passasse
bem por longe
de Lavras da
Mangabeira.
João Tavares
Calixto Junior
Fonte:http://lavrasce.blogspot.com
http://cariricangaco.blogspot.com
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