Por: Josenildo Pinheiro de Souza(*)
A revolução de 1930 encontrou Lampião já famoso e no auge de sua atividade guerreira, atuando em vários Estados nordestinos,. Os Nazarenos, por seu lado, depois de enfrentarem sérias dificuldades com a derrubada do governo Estácio Coimbra, ao qual serviam lealmente, tiveram que barganhar duramente a sua participação no novo regime.
Estácio Coimbra
Os novos dirigentes do Estado de Pernambuco, seguindo orientação do Governo Central, logo intuíram que se quisessem exercer uma ação repressiva eficaz no combate ao cangaço., liderado por Lampião, teriam que contar com a experiência e valentia dos nazarenos.
Se até então, os nazarenos, em sua maioria, combatiam Lampião apenas para satisfazer o desejo de vingança da família, o quadro logo mudou, quando, aceitando o convite do governo estadual, tornaram-se membros da Polícia Militar de Pernambuco. De acordo com as condições impostas por Manoel Neto, o líder dos Nazarenos, estes passariam a atuar como uma espécie de tropa especial ou de elite.
Do ponto de vista do Estado, foi esta, sem dúvida, uma estratégia brilhante, pois conseguiu atrair para as fileiras da Polícia Militar combatentes originários do próprio teatro de operações dos sertões nordestinos e motivados por um ódio inextinguível para com o inimigo, no caso, Lampião.
O resultado foi terrível. Ao contrário dos combates travados, até então, entre Lampião e as tropas regulares, estas, comandadas por oficiais burocráticos ou desmotivados, os nazarenos logo deixaram claro que tudo, a partir de então, seria diferente. Segundo Rodrigues de Carvalho, quando Lampião e os Nazarenos travaram os seus frequentes e violentos combates, era "como se fosse uma onda de irados escorpiões que se ferretoassem mutuamente no seio da caatinga".
A incorporação dos nazarenos forças policiais do Estado de Pernambuco levou o selo do ódio. E desse fator aproveitou-se o governo estadual para recrutar um novo tipo de combatente, afeito à guerra de guerrilha e extremamente valente, dando-lhe uma nova função militar, resultando numa mudança radical na forma de combate a Lampião, escolhido como alvo preferencial das forças da ordem.
Os nazarenos foram recrutados, treinados e armados pelo Estado não para serem mantenedores da ordem pública, e sim, para atuarem como exterminadores, executores e carrascos dos inimigos da ordem pública. Ao atuarem dessa forma, os nazarenos consideravam-se acima e fora, e, ao mesmo tempo, dentro da Lei.
Dentro da lógica de atuação dos nazarenos como um grupo de extermínio, pode-se afirmar que qualquer tipo de violência ou arbitrariedade praticado poe estes estaria de antemão autorizado e absolvido pela justiça. Na prática, ficou instituída a licença para matar os opositores do regime constituído.
Apesar de todo poder do qual foram investidos pelo Estado, os nazarenos não conseguiram eliminar Lampião, o seu arquiinimigo. Antes de Lampião ser abatido em Angico, num obscuro episódio, os nazarenos sofreram dezenas de baixas entre suas fileiras. A batalha de Maranduba, travada em 1936, constitui-se para so nazarenos numa derrota amarga e dolorosa, onde tombaram vários nazarenos, diante dos aguerridos cangaceiros de Lampião.
Manoel Neto, o líder inconteste dos nazarenos e maior perseguidor de Lampião, veio a falecer no dia 3 de Novembro de 1979, às 7h45 no Hospital da Polícia Militar, aos 78 anos. O seu funeral foi providenciado por seu colega de farda Mj Ferreira dos Anjos e seu corpo sepultado em Carqueja (antiga Nazaré).
(*) Mestre em Histórias pela Universidade Federal de Pernambuco.
Se até então, os nazarenos, em sua maioria, combatiam Lampião apenas para satisfazer o desejo de vingança da família, o quadro logo mudou, quando, aceitando o convite do governo estadual, tornaram-se membros da Polícia Militar de Pernambuco. De acordo com as condições impostas por Manoel Neto, o líder dos Nazarenos, estes passariam a atuar como uma espécie de tropa especial ou de elite.
Do ponto de vista do Estado, foi esta, sem dúvida, uma estratégia brilhante, pois conseguiu atrair para as fileiras da Polícia Militar combatentes originários do próprio teatro de operações dos sertões nordestinos e motivados por um ódio inextinguível para com o inimigo, no caso, Lampião.
O resultado foi terrível. Ao contrário dos combates travados, até então, entre Lampião e as tropas regulares, estas, comandadas por oficiais burocráticos ou desmotivados, os nazarenos logo deixaram claro que tudo, a partir de então, seria diferente. Segundo Rodrigues de Carvalho, quando Lampião e os Nazarenos travaram os seus frequentes e violentos combates, era "como se fosse uma onda de irados escorpiões que se ferretoassem mutuamente no seio da caatinga".
A incorporação dos nazarenos forças policiais do Estado de Pernambuco levou o selo do ódio. E desse fator aproveitou-se o governo estadual para recrutar um novo tipo de combatente, afeito à guerra de guerrilha e extremamente valente, dando-lhe uma nova função militar, resultando numa mudança radical na forma de combate a Lampião, escolhido como alvo preferencial das forças da ordem.
Os nazarenos foram recrutados, treinados e armados pelo Estado não para serem mantenedores da ordem pública, e sim, para atuarem como exterminadores, executores e carrascos dos inimigos da ordem pública. Ao atuarem dessa forma, os nazarenos consideravam-se acima e fora, e, ao mesmo tempo, dentro da Lei.
Dentro da lógica de atuação dos nazarenos como um grupo de extermínio, pode-se afirmar que qualquer tipo de violência ou arbitrariedade praticado poe estes estaria de antemão autorizado e absolvido pela justiça. Na prática, ficou instituída a licença para matar os opositores do regime constituído.
Apesar de todo poder do qual foram investidos pelo Estado, os nazarenos não conseguiram eliminar Lampião, o seu arquiinimigo. Antes de Lampião ser abatido em Angico, num obscuro episódio, os nazarenos sofreram dezenas de baixas entre suas fileiras. A batalha de Maranduba, travada em 1936, constitui-se para so nazarenos numa derrota amarga e dolorosa, onde tombaram vários nazarenos, diante dos aguerridos cangaceiros de Lampião.
Manoel Neto, o líder inconteste dos nazarenos e maior perseguidor de Lampião, veio a falecer no dia 3 de Novembro de 1979, às 7h45 no Hospital da Polícia Militar, aos 78 anos. O seu funeral foi providenciado por seu colega de farda Mj Ferreira dos Anjos e seu corpo sepultado em Carqueja (antiga Nazaré).
(*) Mestre em Histórias pela Universidade Federal de Pernambuco.
Fonte:
Diário
Oficial
Estado
de Pernambuco
Ano
IX
Julho
de 1995
Material
cedido pelo escritor, poeta e pesquisador do cangaço:
Kydelmir
Dantas
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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