Por: Geraldo Maia do Nascimento
Em
1896 existiam na cidade de Mossoró duas bandas de músicas, que eram conhecidas
pelas denominações: a música \"Moderna\", do mestre Alpiniano, e a
outra, os \"Cabeludos\", do mestre Canuto. Esses grupos musicais
foram os verdadeiros precursores da Charanga e da Fênix.
A Fênix era a Banda de Música do mestre Alpiniano Justiniano de Albuquerque, um talento musical. A Charanga era a Banda de Música do mestre Canuto Alves Bezerra, outro grande artista. Essas duas bandas abrilhantaram, com suas músicas, a vida social e cultural mossoroense no período de 1900 a 1912. Cada Banda contava 20 a 30 figurantes, conforme a época, todos se apresentavam uniformizados, comfardas brancas ou cáqui, com botões dourados ou pretos, quepe e cinto. A manutenção das bandas era feita com recurso dos próprios tocadores ou de amigos que eventualmente contribuíam com recursos financeiros para fardamentos ou reposição de instrumentos.
Aos domingos, pelas 4 horas da tarde, quase sempre havia retreta em ponto público. Em geral eram às frentes dos salões de bilhar, dos cafés e das pensões. Que bom seria se essa prática voltasse e pudéssemos ter retreta em frente ao nosso teatro municipal.
Quando, a 30 de setembro de 1904, foi inaugurada a Estátua da Liberdade, na Praça da Redenção, foi a Fênix que abrilhantou a solenidade tocando as melhores peças do seu repertório. Em dezembro do mesmo ano é ela que se oferece gratuitamente ao pároco de Santa Luzia para fazer a tradicional festa da Santa Padroeira.
Em 3 de maio de 1909 faleceu o Mestre Alpiniano. Na ocasião, as duas bandas, Fênix e Charanga,formaram para o cortejo fúnebre, saindo da rua Almeida Castro, onde residia o morto, para o cemitério local. A Fênix compareceu com os instrumentos velados, campanas envolvidas em crepe, em sinal de pesar. A Charanga fez os funerais, executando, nessa ocasião, pela primeira vez em nossa terra, a Marcha Fúnebre de Chopin, transcrita e instrumentada pelo músico cearense José Neves Filho, possuidor de admirável talento e capacidade. Era exímio clarinetista e sua presença em Mossoró, bem como de vários elementos da Banda da Polícia do Ceará, desertados de suas fileiras pela política de Nogueira Accyoli, foi um capítulo de progresso nos anais da música em nosso meio, tendo esses artistas prestaram os mais relevantes serviços a Mossoró.
Com o falecimento do Mestre Alpiniano a Fênix se extinguiu por alguns anos, vindo a ressurgir entre 1913 e 1914.
Em 1910, o Vigário Pedro Paulino, para concluir as torres da Matriz, pediu por 100 cartas a 100 paroquianos os recursos para tal. Ao som da Charanga de Mossoró o povo acorria carregando material para o trabalho.
No ano de 1911, a viúva de Alpiniano, dona Chaguinha Albuquerque, querendo se dispor do arquivo de seu falecido esposo, anunciava pelo \"O Mossoroense\" que desejava vendê-lo a quem se interessasse.
Por volta de 1912, o Mestre Canuto, doente, em busca de melhoras, retirou-se para Luís Gomes, onde morreu dois anos depois. Respondendo pela mestria da Charanga ficou Irineu Wanderley dos Santos, enquanto a Fênix tentava ressurgir, por iniciativa de Vasconcelos, junto ao benfeitor do conjunto, Cel. Miguel Faustino do Monte. Mas por pouco tempo resistiu a Charanga de Mossoró, vindo a ser extinta logo após a morte de Canuto. Dessa forma, os instrumentos que eram usados pela mesma voltaram às mãos de Hemetério Leite, seu proprietário e benfeitor da Banda. Dessa forma, segue-se uma pausa nas atividades musicais de Mossoró.
Coube ao grande José Martins de Vasconcelos, artista por temperamento e por vocação, promover uma campanha em seu jornal pelo reerguimento de ao menos uma Banda de Música em Mossoró. Ao seu convite reuniram-se na residência do Dr. Almeida Castro as pessoas mais interessadas no assunto para deliberar a reorganização de uma entidade musical. Foi sugerido que o professor Irineu Wanderley dos Santos e os irmãos Paraguai reerguessem a Fênix, para o que contariam com o que restava de instrumentos do Mestre Alpiniano. Mas apesar dos esforços de Vasconcelos e de seus veementes apelos em \"O Nordeste\", as coisas permaneceram quase como estavam.
Continua na próxima semana...
A Fênix era a Banda de Música do mestre Alpiniano Justiniano de Albuquerque, um talento musical. A Charanga era a Banda de Música do mestre Canuto Alves Bezerra, outro grande artista. Essas duas bandas abrilhantaram, com suas músicas, a vida social e cultural mossoroense no período de 1900 a 1912. Cada Banda contava 20 a 30 figurantes, conforme a época, todos se apresentavam uniformizados, comfardas brancas ou cáqui, com botões dourados ou pretos, quepe e cinto. A manutenção das bandas era feita com recurso dos próprios tocadores ou de amigos que eventualmente contribuíam com recursos financeiros para fardamentos ou reposição de instrumentos.
Aos domingos, pelas 4 horas da tarde, quase sempre havia retreta em ponto público. Em geral eram às frentes dos salões de bilhar, dos cafés e das pensões. Que bom seria se essa prática voltasse e pudéssemos ter retreta em frente ao nosso teatro municipal.
Quando, a 30 de setembro de 1904, foi inaugurada a Estátua da Liberdade, na Praça da Redenção, foi a Fênix que abrilhantou a solenidade tocando as melhores peças do seu repertório. Em dezembro do mesmo ano é ela que se oferece gratuitamente ao pároco de Santa Luzia para fazer a tradicional festa da Santa Padroeira.
Em 3 de maio de 1909 faleceu o Mestre Alpiniano. Na ocasião, as duas bandas, Fênix e Charanga,formaram para o cortejo fúnebre, saindo da rua Almeida Castro, onde residia o morto, para o cemitério local. A Fênix compareceu com os instrumentos velados, campanas envolvidas em crepe, em sinal de pesar. A Charanga fez os funerais, executando, nessa ocasião, pela primeira vez em nossa terra, a Marcha Fúnebre de Chopin, transcrita e instrumentada pelo músico cearense José Neves Filho, possuidor de admirável talento e capacidade. Era exímio clarinetista e sua presença em Mossoró, bem como de vários elementos da Banda da Polícia do Ceará, desertados de suas fileiras pela política de Nogueira Accyoli, foi um capítulo de progresso nos anais da música em nosso meio, tendo esses artistas prestaram os mais relevantes serviços a Mossoró.
Com o falecimento do Mestre Alpiniano a Fênix se extinguiu por alguns anos, vindo a ressurgir entre 1913 e 1914.
Em 1910, o Vigário Pedro Paulino, para concluir as torres da Matriz, pediu por 100 cartas a 100 paroquianos os recursos para tal. Ao som da Charanga de Mossoró o povo acorria carregando material para o trabalho.
No ano de 1911, a viúva de Alpiniano, dona Chaguinha Albuquerque, querendo se dispor do arquivo de seu falecido esposo, anunciava pelo \"O Mossoroense\" que desejava vendê-lo a quem se interessasse.
Por volta de 1912, o Mestre Canuto, doente, em busca de melhoras, retirou-se para Luís Gomes, onde morreu dois anos depois. Respondendo pela mestria da Charanga ficou Irineu Wanderley dos Santos, enquanto a Fênix tentava ressurgir, por iniciativa de Vasconcelos, junto ao benfeitor do conjunto, Cel. Miguel Faustino do Monte. Mas por pouco tempo resistiu a Charanga de Mossoró, vindo a ser extinta logo após a morte de Canuto. Dessa forma, os instrumentos que eram usados pela mesma voltaram às mãos de Hemetério Leite, seu proprietário e benfeitor da Banda. Dessa forma, segue-se uma pausa nas atividades musicais de Mossoró.
Coube ao grande José Martins de Vasconcelos, artista por temperamento e por vocação, promover uma campanha em seu jornal pelo reerguimento de ao menos uma Banda de Música em Mossoró. Ao seu convite reuniram-se na residência do Dr. Almeida Castro as pessoas mais interessadas no assunto para deliberar a reorganização de uma entidade musical. Foi sugerido que o professor Irineu Wanderley dos Santos e os irmãos Paraguai reerguessem a Fênix, para o que contariam com o que restava de instrumentos do Mestre Alpiniano. Mas apesar dos esforços de Vasconcelos e de seus veementes apelos em \"O Nordeste\", as coisas permaneceram quase como estavam.
Continua na próxima semana...
Autor:
Geraldo
Maia do Nascimento
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