EM FREI PAULO
(SE), D. ELZA E SEU JOÃO DA SANTA CONHECERAM LAMPIÃO
Cidade pequena
tem isso de todo mundo conhecer todo mundo, de
cumprimentar moradores e turistas, de fazer amizade logo de inicio, de
ser carinhoso até para atender a um pedido de entrevista.
Aquela coisa de ser prestativo, de não negar pegar um copo
d’água, parece que isso só tem em cidade pequena.
Sente-se isso
em Frei Paulo, município de Sergipe, que fica localizado a
71,7 km de Aracajú. Com ladeiras extensas e casas históricas, em
suas formas bastante antigas, mas arrojadas. Em uma das casas,
pinturas e móveis arcaicos, janelas alongadas, com portas
trançadas, essa cidade carrega muitos mitos e lendas. É nela
que a Universidade Metodista de São Paulo (Umesp) e a
Faculdade de Jaguariúna (FAJ) estão aperfeiçoando seus
conhecimentos.
A Umesp trouxe
equipamentos e uma equipe jornalística própria para cobrir
suas atividades na Operação São Francisco do Projeto
Rondon. Sua equipe fez uma descoberta incrível, sobre três senhoras
que contavam histórias sobre Virgulino Ferreira da Silva, o famoso Lampião.
Partindo disso, os
estudantes decidiram produzir um documentário que falasse um pouco mais sobre
os outros tempos da
cidade, usando o maior patrimônio de Frei Paulo: as histórias contadas.
Dona Elza - projetorondon.pagina-oficial.com
D. Elza - É só
perguntar aqui e ali para saber um pouco mais sobre Lampião, de pessoas que
viveram muito para
contar tudo que já viram e ouviram. Maria Elza Feitosa, de 75 anos, a dona
Elza, é uma delas.
De
início, as pessoas que acompanhavam nossa reportagem diziam que dona Elza era
difícil de lidar, mas quando chegamos lá e dissemos que a repórter era sua xará, ela logo nos recebeu
com um abraço e
disse: “vamos sim, vamos conversar”.
Dona Elza mora
em uma casa que lembra casa de avó. Quando chegamos, ela estava fazendo almoço, típico das
avós. Sentamos na varanda e ela, chorando, contou que Lampião teve uma
participação histórica na
sua vida e na vida de seu irmão, João Lima Feitosa, padre por 40 anos na Igreja
Matriz de Frei Paulo,
que fica em frente sua casa.
“Lampião
chegou em Porto da Folha [cidade onde dona Elza morava] e apontou a arma para o
meu pai e disse
que naquele momento ele estava pobre, e que se ele não desse toda a sua
fortuna, que ele iria cortas as
banhas da barriga dele.” Segundo ela, seu irmão, o Padre João, tinha vocação
para ser padre. “Um
dia, meu pai chegou e disse para o meu irmão que ele não podia mais pagar o
seminário e que ele não
poderia mais ser vigário, mas quando a pessoa tem vocação, ela não foge”,
conta.07/10/13 Portal do ProjetoRondon
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João da Santa
- Dessas figuras há muito em Frei Paulo. Outra é João Alves
de Oliveira de 89 anos, o Seu João de Santa.
João da Santa - projetorondon.pagina-oficial.com
Lembra aqueles
senhores que fica jogando dominó com os companheiros
na pracinha da cidade e contando os causos da vida. E ele é
quase isso. Segundo Susiclay Oliveira, pedagoga na Secretaria
de Educação, e que nos acompanhou durante todo o
percurso contando as lendas de Frei Paulo, seu João de Santa estudou
até a 2ª série e foi professor. Escreveu um livro com a
história de Frei Paulo.
Historiador
autodidata e músico, aprendeu tudo sozinho. Mesmo com
pouca escolaridade, deu aula no município, e ainda é muito
respeitado por todos. Escreveu dois livros, um intitulado
Nossa História, que conta um pouco sobre o município e,
outro, Música, História e Poesia.
Fomos à casa
do Seu João falar com ele. Tinha acabado de acordar, na
casa estava o neto e a filha. Quando chegamos, ele nos
perguntou o nome, apertou nossa mão e numa agonia sem fim queria
que todos se sentassem. Falava muito sobre como há alguns
anos atrás estava melhor, já que em setembro de 2012 sofreu
um AVC. Mesmo assim foi emocionante.
Seu João é
conhecido por contar a lenda de Lampião melhor que ninguém. “Lampião entrava na cidade,
rodeava o município, mas não fazia nada, porque ele tinha medo do Padre
Madeira. Quando ele entrava
com o bando, o padre logo ia falar com ele, aí ele se enfiava com o bando em
uma das casas e depois
ia embora”, conta.
Quase não
saímos da casa de Seu João, ele queria nos mostrar o cordel de Lampião, pena
que não deu tempo de
achá-lo. Mas, mesmo impossibilitado, pediu-nos o endereço e disse que nos
enviaria assim que
encontrasse. Saímos do município de Frei Paulo com uma certeza: o Rondon é mais
que simples atividades, é
vivência e contato. É envolver-se em histórias, conhecê-las e aprender com
elas. Isso é Rondon.
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Projeto Rondon . Ministério da Defesa . Esplanada dos Ministérios . Bloco
Q . CEP 70049
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