Por: Francisco de Paula Melo Aguiar
Aqui temos um
excelente conjunto de matérias sobre a ETIMOLOGIA da palavra FAVELA¹;²;³;4,
escrita por Márcio José Lauria inicialmente enviada pelo Guia Jimmy Havellock
Campbell, seguindo a Rosario Amaral que enviou matéria sobre Histórico
Ilustrado da Favela e adicionado por mim com um relato em Espanhol e a seleção
de outro escrito por Francisco de Paula Melo Aguiar.
Gerardo Millone
Gerardo Millone
EUCLIDES DA CUNHA, provavelmente foi o primeiro escritor brasileiro a escrever
a palavra “FAVELA”, segundo o texto da obra “OS SERTÕES”, onde retrata a
campanha da GUERRA DE CANUDOS, valendo salientar de que o mesmo morreu e não
chegou a tomar conhecimento do significado pejorativo do referido termo em
âmbito nacional nos dias atuais.
Primitivamente, o emprego da palavra FAVELA, na obra Os Sertões, não tinha o significado pejorativo que tem nos dias de hoje. Em Os Sertões, a palavra FAVELA tem acepção meramente geográfica, o autor assim escreve: “TODAS TRAÇAM, AFINAL, ELIPTICA CURVA, FECHADA AO SUL POR UM MORRO, O DA FAVELA, EM TORNO DE LARGA PLANURA ONDEANTE ONDE SE ERIGIA O ARRAIAL DE CANUDOS – E DAÍ, PARA O NORTE, DE NOVO SE DISPERSAM E DECAEM ATÉ ACABAREM EM CHAPADAS ALTAS À BORDA DO SÃO FRANCISCO” (p. 19). Faz referências diretas ao morro da FAVELA nas páginas, 21, 348; 349. 350 e 352. É importante lembrar de que faz uma citação indireta na página 240. Todas as citações de páginas de Os Sertões, referem-se a 23.ª ed., Editora Francisco Alves, 1954.
Primitivamente, o emprego da palavra FAVELA, na obra Os Sertões, não tinha o significado pejorativo que tem nos dias de hoje. Em Os Sertões, a palavra FAVELA tem acepção meramente geográfica, o autor assim escreve: “TODAS TRAÇAM, AFINAL, ELIPTICA CURVA, FECHADA AO SUL POR UM MORRO, O DA FAVELA, EM TORNO DE LARGA PLANURA ONDEANTE ONDE SE ERIGIA O ARRAIAL DE CANUDOS – E DAÍ, PARA O NORTE, DE NOVO SE DISPERSAM E DECAEM ATÉ ACABAREM EM CHAPADAS ALTAS À BORDA DO SÃO FRANCISCO” (p. 19). Faz referências diretas ao morro da FAVELA nas páginas, 21, 348; 349. 350 e 352. É importante lembrar de que faz uma citação indireta na página 240. Todas as citações de páginas de Os Sertões, referem-se a 23.ª ed., Editora Francisco Alves, 1954.
O escritor Pedro A. Pinto, no raríssimo “Os Sertões de Euclides da Cunha” (Vocabulário e Notas Lexicológicas), Rio, Editora Francisco Alves, 1930, define o termo FAVELA como: “Monte ao sul de Canudos”.
Cita também o termo faveleira, afirmando ser uma espécie de planta euforbiácea, que segundo o próprio Euclides da Cunha, significa leguminosa. Por último, a descrição botânica do termo FAVELA, encontra-se às páginas 37 e 38 da obra citada da seguinte forma: “AS FAVELAS, ANÔNIMAS AINDA NA CIÊNCIA – IGNORADAS DOS SÁBIOS, CONHECIDAS DEMAIS DOS TABARÉUS – TALVEZ UM FUTURO GÊNERO CAUTERIUM DAS LEGUMINOSAS, TÊM, NAS FOLHAS DE CÉLULAS ALONGADAS EM VILOSIDADES, NOTÁVEIS APRESTOS DE CONDENSAÇÃO, ABSORÇÃO E DEFESA”.
Assim sendo, o termo FAVELA, citado em OS SERTÕES de Euclides da Cunha, não tem o significado pejorativo que tem nos dias de hoje: “FAVELA, (...) Conjunto de casebres toscos e miseráveis, geralmente em morros, onde habitam marginais (...).” (Dicionário Caldas Aulete, Rio, Delta, Edição Brasileira, 1958.)
É de se concluir que o termo FAVELA no Brasil, de ontem e de hoje, teve e tem os seguintes significados:
I)Substantivo comum, designativo de arbustos e árvores da caatinga nordestina;
II) Substantivo próprio; hipônimo de um morro situado nas proximidades de
Canudos, Estado da Bahia;
III) Substantivo próprio: topônimo de um morro na cidade do Rio de Janeiro;
III) Substantivo próprio: topônimo de um morro na cidade do Rio de Janeiro;
IV) Substantivo comum, com sentido depreciativo e/ou pejorativo, ligando-se a
habitações de marginais;
V) Substantivo comum, perdido o sentido depreciativo e/ou pejorativo e
evidenciada a significação socioeconômica do tipo de habitação popular que
designa o termo favela;
VI) A partir da acepção atual, abertura da possibilidade de formação de
substantivos, verbos e adjetivos cognatos, alguns ainda não dicionarizados.
A etimologia do termo FAVELA, tem duas hipóteses prováveis: O termo liga a FAVA, planta, segundo Antônio Geraldo da Cunha, no Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa, Saraiva, Rio: 1982. e/ou relaciona-se com o FAVO, ex-vi o que escreve José Pedro Machado, no Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, Lisboa, Livros Horizonte, 4ª, 1987.
O Padre Fernando Bastos de Ávila, S.J., em sua Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo, Rio, MEC/FENAME, 2.ª edição revista e atualizada, 1972, afirma textualmente o seguinte: “FAVELA. Etimologicamente é um termo latino que significa pequena fava. Historicamente, é o nome de uma pequena colina de uma região da Bahia, de onde provieram os migrantes que se instalaram, pela primeira vez, no Rio de Janeiro, nas imediações da Estação Pedro II da Central do Brasil. Ocuparam, na ocasião, uma pequena elevação, que, pela semelhança com a colina baiana, chamaram de favela.
Daí o nome se estendeu a todas as aglomerações de barracos construídos na cidade do Rio de Janeiro, seja em escarpas, seja em regiões planas, em geral alagadiças, e que apresentam as seguintes características:
1) ocupação efetiva do terreno, sem título jurídico que dê aos ocupantes a posse legal do mesmo;
A etimologia do termo FAVELA, tem duas hipóteses prováveis: O termo liga a FAVA, planta, segundo Antônio Geraldo da Cunha, no Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa, Saraiva, Rio: 1982. e/ou relaciona-se com o FAVO, ex-vi o que escreve José Pedro Machado, no Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, Lisboa, Livros Horizonte, 4ª, 1987.
O Padre Fernando Bastos de Ávila, S.J., em sua Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo, Rio, MEC/FENAME, 2.ª edição revista e atualizada, 1972, afirma textualmente o seguinte: “FAVELA. Etimologicamente é um termo latino que significa pequena fava. Historicamente, é o nome de uma pequena colina de uma região da Bahia, de onde provieram os migrantes que se instalaram, pela primeira vez, no Rio de Janeiro, nas imediações da Estação Pedro II da Central do Brasil. Ocuparam, na ocasião, uma pequena elevação, que, pela semelhança com a colina baiana, chamaram de favela.
Daí o nome se estendeu a todas as aglomerações de barracos construídos na cidade do Rio de Janeiro, seja em escarpas, seja em regiões planas, em geral alagadiças, e que apresentam as seguintes características:
1) ocupação efetiva do terreno, sem título jurídico que dê aos ocupantes a posse legal do mesmo;
2) carência de serviços básicos de qualquer aglomeração urbana, principalmente
água e esgotos;
3)
precariedade das construções dos barracos, feitos pelos próprios moradores, não
só sem nenhum plano de conjunto que os proteja contra incêndios e facilite a
circulação, como sem garantias de estabilidade contra a ação das intempéries,
especialmente das chuvas torrenciais;
4) condições subumanas de vida, em especial devidas à exigüidade do espaço que obriga a uma vida de promiscuidade. (...)
As favelas são o resultado de dois fatores básicos:
1) o ritmo das migrações internas (...);
4) condições subumanas de vida, em especial devidas à exigüidade do espaço que obriga a uma vida de promiscuidade. (...)
As favelas são o resultado de dois fatores básicos:
1) o ritmo das migrações internas (...);
2) o baixo nível dos salários. (...).
Não existe uma solução única para todas as favelas; nem se pode tratar de erradicá-las para as transplantar para as zonas periféricas, porque a favela não é um fenômeno vegetal, e sim humano: nem se trata de urbanizá-las todas “in loco”, porque muitas estão localizadas em sítios que exigiriam custos vultosíssimos para o mínimo de condições indispensáveis de urbanização. (...)”
Fonte: O GUIA
LEGAL
http://www.recantodasletras.com.br/artigos/4532605
http://www.oguialegal.com/08-favelaontemehoje.htm
http://www.oguialegal.com/08-palavrafavela.htm
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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