Fragmento
de capítulo de livro - transcrito por Luiz Alberto da obra: Lampião
/Ranulfo Prata/Traço Editora
Fotos de cangaceiros
Antonio da
Ingracia
Outra figura
de relevo. Era natural da Feira do Pau, onde praticou o primeiro crime,
assassinando João Carpina. Antes de ingressar na malta já possuía grande acervo
de crimes, inclusive o assassínio, em plena feira de Chorrochó, de dois irmãos
do coronel José Ribeiro da Jacoca, ex-deputado estadual em Sergipe.
Perseguido,
buscou a proteção de Gregório da Pedra, famoso coiteiro do município de Belém,
Pernambuco. Ao entrar Lampião na Bahia juntou-se lhe em companhia de dois
irmãos, Cyrillo e Luiz, e de um sobrinho, Antonio Sionaro. Tio e sobrinho,
porém não tiveram vida longa.
Certa noite,
entre Chorrochó e Riacho da Várzea, chocou-se com o pequeno grupo chefiado por
um tal Hermógenes. No desenrolar do tiroteio, na noite sem claridade, um dos
cabras de Hermógenes aproxima-se dele, Antonio, que o chama, baixinho,
dizendo-se amigo. Na negrura da noite, espichado no chão, de punhal erguido,
aguarda, como um jararacussú, que o inimigo se avizinhe para dar-lhe o bote
fatal. Não tardou que o outro, pensando que quem o chamava era, de fato, um dos
seus, se chegasse. Antonio salta-lhe em cima.
Trava-se um
feroz corpo a corpo dentro da escuridade da noite de breu. E apunhalam-se
mutuamente, rolando cada um para o seu lado. Ali estertoram e morrem, com os
corpos enrolados na mortalha da treva espessa.
O seu
esqueleto enfeita o hospital da Força Pública de Jeremoabo.
(Texto transcrito da obra: LAMPIÃO/Ranulfo Prata/Traço Editora)
http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2009/10/os-cabras-de-lampiao-ranulfo-prata.html
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