Por José Mendes Pereira
Não sei se me é dado o direito de falar um pouco sobre a minha
Mossoró, em relação à morte cruel e desumana de Jararaca. Os fortes e corajosos
homens que combateram Lampião, foram uns verdadeiros heróis. Mas mesmo, talvez,
sem direito a protestar o que fizeram com o cangaceiro, tenho a dizer que,
as autoridades, as quais deveriam ter protegido o facínora, findaram sendo mais
cruéis do que mesmo os homens fora-da-lei.
Veja este depoimento
Geraldo Maia e Kydelmir Dantas
Segundo o escritor e jornalista mossoroense, Geraldo
Maia, que no depoimento baseado que Pedro Sílvio de Morais, um dos integrantes
da escolta que matou o cangaceiro, fez ao historiador de Mossoró, Raimundo
Soares de Brito, dizia o depoente:
Raimundo Soares de Brito - www.azougue.org
“- Pelas onze e meia horas da noite, de um
luar claro e frio, do mês de junho, uma escolta composta de oficiais, sargentos
e praças, conduziu em automóvel o bandido, dizendo que ele iria para Natal.
No momento da saída e ao dar entrada no carro, Jararaca disse que tinha deixado
as alpargatas na prisão, e pediu ao comandante para mandar buscá-las, pois não
queria chegar na capital com os pés descalços. O tenente-comandante então disse
que em Natal lhe daria um par de sapatos de verniz. Quando os automóveis pararam no portão do cemitério, Jararaca interrogou:
- Mas isto aqui é o caminho de Natal?
Como
resistisse descer do automóvel, um soldado, empurrando-o, deu-lhe uma pancada
com a coronha do fuzil. No cemitério, mostraram-lhe uma cova aberta lá num
canto, e um deles perguntou-lhe:
- Sabe para que é isso?
- Saber de certeza não
sei não, mas, porém estou calculando. Não é para mim? Agora, isso só se faz
porque me vejo nestas circunstâncias, com as mãos inquiridas e desarmadas! Um
gosto eu não deixo para vocês: é se gabarem de que eu pedi que não me matassem.
Matem! Matem que matam, mas é um homem! Fiquem sabendo que vocês vão matar o
homem mais valente que já pisou neste...
Mas o Jararaca não teve tempo de dizer
o que queria. Um soldado, por trás dele, deu-lhe um tiro de revólver na cabeça.
Ele caiu e foi empurrado com os pés para dentro da cova".
Túmulo de Jararaca - Observe que por traz dele tem outro túmulo, é do cangaceiro ASA BRANCA, falecido em Mossoró nos anos 80, naturalmente.
Que maldades
fizeram com o cangaceiro! Ele era desumano? Era. Mas não deveriam ter feito
tamanha atrocidade com o rapaz. Na minha humilde opinião, enquanto uns foram heróis, outros totalmente covardes e mais bandidos do que os próprios cangaceiros.
O cangaceiro Jararaca estava baleado, algemado, fraco, doente e sem condições de qualquer reação contra as autoridades presentes.
Podemos classificar de heróis aqueles que ficaram frente a frente com os delinquentes. Estes sim, foram verdadeiros heróis. Mas os que assassinaram o cangaceiro Jararaca, foram uns verdadeiros covardes, covarde, covar..., cova..., como fez o cangaceiro Juriti, quando estava dentro da coivara, chamando o sargento Deluz de covarde.
Podemos classificar de heróis aqueles que ficaram frente a frente com os delinquentes. Estes sim, foram verdadeiros heróis. Mas os que assassinaram o cangaceiro Jararaca, foram uns verdadeiros covardes, covarde, covar..., cova..., como fez o cangaceiro Juriti, quando estava dentro da coivara, chamando o sargento Deluz de covarde.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Concordo plenamente com o texto, quando fala que "o povo que ficou frente a frente com os delinquentes, foram os verdadeiros heróis, mas que, quanto a assassinar Jararaca, foi um ato de covardia". O bandido já estava preso e quebrado, agora era só entregar à Justiça para as devidas providências.
ResponderExcluirAntonio Oliveira
Sensacional amigo Mendes, grande abraço.
ResponderExcluirManoel Severo