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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A terrível e dolorosa morte do cangaceiro Jararaca

Por José Mendes Pereira


Não sei se me é dado o direito de falar um pouco sobre a minha Mossoró, em relação à morte cruel e desumana de Jararaca. Os fortes e corajosos homens que combateram Lampião, foram uns verdadeiros heróis. Mas mesmo, talvez, sem direito a protestar o que fizeram com o cangaceiro, tenho a  dizer que, as autoridades, as quais deveriam ter protegido o facínora, findaram sendo mais cruéis do que mesmo os homens fora-da-lei.

Veja este depoimento

 Geraldo Maia e Kydelmir Dantas 

Segundo o escritor e jornalista mossoroense, Geraldo Maia, que no depoimento baseado que Pedro Sílvio de Morais, um dos integrantes da escolta que matou o cangaceiro, fez ao historiador de Mossoró, Raimundo Soares de Brito, dizia o depoente: 

Raimundo Soares de Brito - www.azougue.org

“- Pelas onze e meia horas da noite, de um luar claro e frio, do mês de junho, uma escolta composta de oficiais, sargentos e praças, conduziu em automóvel o bandido, dizendo que ele iria para Natal. No momento da saída e ao dar entrada no carro, Jararaca disse que tinha deixado as alpargatas na prisão, e pediu ao comandante para mandar buscá-las, pois não queria chegar na capital com os pés descalços. O tenente-comandante então disse que em Natal lhe daria um par de sapatos de verniz. Quando os automóveis pararam no portão do cemitério, Jararaca interrogou: 

- Mas isto aqui é o caminho de Natal? 

Como resistisse descer do automóvel, um soldado, empurrando-o, deu-lhe uma pancada com a coronha do fuzil. No cemitério, mostraram-lhe uma cova aberta lá num canto, e um deles perguntou-lhe: 

- Sabe para que é isso? 

- Saber de certeza não sei não, mas, porém estou calculando. Não é para mim? Agora, isso só se faz porque me vejo nestas circunstâncias, com as mãos inquiridas e desarmadas! Um gosto eu não deixo para vocês: é se gabarem de que eu pedi que não me matassem. Matem! Matem que matam, mas é um homem! Fiquem sabendo que vocês vão matar o homem mais valente que já pisou neste... 

Mas o Jararaca não teve tempo de dizer o que queria. Um soldado, por trás dele, deu-lhe um tiro de revólver na cabeça. Ele caiu e foi empurrado com os pés para dentro da cova".

Túmulo de Jararaca - Observe que por traz dele tem outro túmulo, é do cangaceiro ASA BRANCA, falecido em Mossoró nos anos 80, naturalmente.

Que maldades fizeram com o cangaceiro! Ele era desumano? Era. Mas não deveriam ter feito tamanha atrocidade com o rapaz. Na minha humilde  opinião, enquanto uns foram heróis, outros totalmente covardes e mais bandidos do que os próprios cangaceiros.

O cangaceiro Jararaca estava baleado, algemado, fraco, doente e sem condições de qualquer reação contra as autoridades presentes. 

Podemos classificar de heróis aqueles que ficaram frente a frente com os delinquentes. Estes sim, foram verdadeiros heróis. Mas os que assassinaram o cangaceiro Jararaca, foram uns verdadeiros covardes, covarde, covar..., cova..., como fez o cangaceiro Juriti, quando estava dentro da coivara, chamando o sargento Deluz de covarde.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

2 comentários:

  1. Anônimo20:38:00

    Concordo plenamente com o texto, quando fala que "o povo que ficou frente a frente com os delinquentes, foram os verdadeiros heróis, mas que, quanto a assassinar Jararaca, foi um ato de covardia". O bandido já estava preso e quebrado, agora era só entregar à Justiça para as devidas providências.
    Antonio Oliveira

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  2. Sensacional amigo Mendes, grande abraço.
    Manoel Severo

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