Por Rangel Alves
da Costa*
A seleção
brasileira perdeu, e perdeu feio para a Alemanha. Nada menos que 7 a 1. Foi
humilhada, subjugada, escorraçada. Mas quem perdeu mesmo foi o povo brasileiro,
a imensa massa de torcedores que ainda tinha no seu selecionado algo bom em que
acreditar.
E com a
lamentável derrota se foi também a autoestima, a esperança, a crença que eram
realmente bons em alguma coisa. E por isso mesmo tanta fé, tanta crença, com
promessas e orações a cada nova partida.
Meu Deus, mas
o futebol era nossa bacia das almas. O povo deixou de ir às ruas para
protestar, deixou de gritar suas iras ao redor dos estádios exatamente porque
acreditava na sua seleção. Esta verdadeiramente tornara-se sustentáculo
espiritual.
Não é somente
uma seleção que é fragorosamente goleada, vergonhosamente derrotada. Não. O
futebol se reergue por si mesmo, os cartolas mais tardes estarão dividindo seus
lucros, os jogadores saem mais enriquecidos e valorizados do que já eram.
Felipão e sua
trupe darão algumas explicações e tudo estará acabado. Ao menos para eles, que
logo firmarão contratos milionários. Mas não haverá qualquer tipo de explicação
que tenha o dom de convencer o povo que não foi muito mais derrotado que a
própria seleção.
O triste
placar ficará nos anais da história futebolística como o dia em que aquele que
um dia foi tido como o melhor selecionado do mundo, em plena semifinais toma
uma lavagem digna do pior time de várzea. Contudo, é a consequência imediata no
povo que deve ser considerada.
O povo, o
torcedor, aquele que verdadeiramente confiou na sua seleção, agora ficou
completamente órfão. Muito além dos choros e lágrimas a cada gol sofrido, muito
mais que a tristeza em ver nada dando certo, muito mais que se sentir tão
envergonhado e humilhado pela derrota, estará o dia após acordar da tragédia.
Hoje, dia 09
de julho de 2014, será sempre tido como o dia que a grande maioria da população
brasileira acordou sem saber como foi dormir, levantou sem compreender nada do
acontecido no anoitecer do dia anterior. E ainda estará assustado, espantado,
se perguntando o que foi que houve.
E assim porque
muito difícil acreditar no que aconteceu com sua seleção. Não só acreditar como
compreender se aquilo realmente poderia ter acontecido. E olhar para o lado e
avistar a camisa amarela, a bandeira, o adorno da festa de torcedor. Mas, ao
ligar o rádio ou a televisão, a triste confirmação.
Como afirmado,
nos últimos tempos somente a esperança na seleção para transformar as tristes
paisagens da vida, diminuir as aflições e angústias do dia a dia, trazer algum
alento aos sentimentos tão combalidos pelos descasos dos políticos e
governantes. Continuava sentindo as sombras da triste realidade do país, mas
buscava conforto a cada passo vitorioso da seleção. Mas...
Mas agora tudo
acabou, agora tudo ruiu, tudo desmoronou. O povo brasileiro saiu dessa derrota
para enfrentar reveses ainda piores. E ele sabe que será assim. Sem a ilusão
futebolística, sem a fantasia da vitória nos gramados, sabe que terá de
retornar à realidade tão injusta e cruel.
Não sei o que
os pais daqueles garotinhos da propaganda (“Tenho oito anos e nunca vi o Brasil
ser campeão. Quero ver a seleção ser campeã. Brasil joga pra mim. Joga pra
mim!”) disseram aos seus pequenos torcedores. Difícil imaginar a desculpa dada.
Na verdade, nem mesmo os adultos sabem o que dizer a si mesmos depois do
acontecido.
E nunca mais o
peito orgulhoso do melhor futebol do mundo, da seleção pentacampeã, de uma
história futebolística de fazer inveja aos hermanos. Agora somente uma seleção
que enganou a todo mundo e um povo que procura chão para se firmar.
Triste Brasil,
triste povo brasileiro. Não bastasse a goleada de desgovernos, de corrupção, de
descalabros administrativos, agora tomar uma relepada de 7 a 1. É demais. Ou
não, eis que a seleção foi embora e os governantes ficaram.
Poeta e
cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Pois é caro Mendes, estive comentando este texto no blog do amigo Rangel. E AGORA COMPANHEIRO SERÁ QUE O NOSSO QUERIDO BRASIL FICARÁ MELHOR NA SAÚDE, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA ETC?
ResponderExcluirAntonio Oliveira - Serrinha