Por José João de Souza
Narciso Dias e
Jorge Remígio
Em 26 de
Dezembro de 2015, eu e o parceiro de expedições Cangaceiras Jorge Remígio,
visitamos o monumento aos militares mortos por membros da Coluna Prestes em 14
de fevereiro de 1926, no município de Custódia-PE.
Narciso Dias
Para ilustrar
a postagem sobre a visita dos companheiros Narciso Dias e Jorge Remígio, vamos
nos valer do comentário do confrade José João de Souza: "O monumento
histórico da Polícia Militar de Pernambuco, está localizado às margens da
BR-232, no Sítio Pitombeira, município de Custódia, foi feito em homenagem aos
policiais militares pernambucanos que morreram em cumprimento do dever no dia
14 de fevereiro de 1926, emboscados por componentes da Coluna-Prestes."
HISTÓRIA DA
BATALHA
O combate em si, foi uma grande armadilha urdida pelos oficiais da Coluna Miguel Costa-Prestes, seu nome correto, tenentes-coronéis Djalma Dutra e João Alberto. (Livros: A coluna prestes, de Neill Macaulay, página 205, e o Cavaleiro da esperança, de Jorge Amado, página 149). Assim, os rebeldes dessa Coluna (que estavam na área esperando uma ligação com o tenente Cleto Campelo, que acabou falecendo em Gravatá), haviam interceptado nos fios do telégrafo, uma mensagem sobre o deslocamento de Custódia para Vila Bela (Serra Talhada) de uma tropa da Força Pública de Pernambuco, de 137 homens, transportada em cinco caminhões dos efetivos dos 1º, 2º, 3º Batalhões, Regimento da Cavalaria e Companhia de Bombeiros, (Boletim Geral da Força Pública, de 12 de fevereiro de 1926), sob o comando do coronel João Nunes, comandante Geral. No terceiro caminhão, vinham o tenente da PM José Coutinho da Costa Pereira, no quinto, o tenente da PM Olímpio Augusto de Oliveira e o capitão Luiz Sabino de Azevedo e, na retaguarda, o comandante João Nunes, em automóvel.
Na localidade
Umburanas/Imburanas ou Pitombeiras, os rebeldes arquitetam uma emboscada,
colocando na estrada um chapéu de tipo engenheiro, de cortiça, como isca! Por
volta das 9h de 14/02/1926, (domingo de Carnaval), um soldado mandou parar o
veículo para apanhá-lo. Em seguida, todo o comboio parou. O coronel João Nunes,
vinha à retaguarda, em companhia, do seu secretário, tenente Sidrak de Oliveira
Correia e outros oficiais. Imediatamente, dos serrotes laterais, surgiram os
fogos cruzados das metralhadoras inimigas, ceifando a vida de inúmeros
soldados.
Após seis
horas de combate, o coronel João Nunes, ao escurecer, conseguiu romper o cerco
dos rebeldes, (em número quase cinco vezes superior, e entocados) rumo à
Custódia, perdendo quatro dos cinco caminhões, que foram queimados. No dia
seguinte, em Custódia, a tropa, reorganizou-se e partiu ao encalce da força
rebelde (História da PMPE – major da PM Roberto Monteiro, página 78, e revista
APMP 1985 – página 10). A munição que se achava no quinto caminhão, que
regressou a Custódia com o capitão Luiz Sabino de Azevedo, não foi perdida
(Jornal A Província, de 27/02/1926, e Diário de Pernambuco de 27/02/1926).
Luiz Carlos
Prestes
De acordo com
o Boletim Geral da Força Pública, de 12 de março de 1926, morreram oito
soldados: Isídio José de Oliveira, (2º Batalhão), Castor Pereira da Costa,
Ercias Petronillo Fonseca e Manoel Bernardino Fonseca (Regimento de Cavalaria),
José Sebastião Bezerra, Pedro Cosme Alexandrino, Antônio Cassemiro Ferreira e
Luiz José Lima Mendes, (Companhia de Bombeiros). (Livro: Epopeia de bravos
guerreiros – Jorge Luiz de Moura e Carlos Bezerra Cavalcanti). Os feridos foram
três soldados, Amaro do Espírito Santo e Benevenuto Cardoso Silva, (do 2º
Batalhão) e Severino Lino dos Santos, (do Regimento de Cavalaria). No
mencionado Boletim, o comandante João Nunes enaltece suas bravuras e
sacrifícios no campo de luta, em defesa da legalidade.
Aqueles
soldados foram sepultados no local, numa cova única, à beira da estrada, de
acordo com o major da PM João Rodrigues da Silva, em artigo publicado na
Revista Guararapes, em janeiro de 1950, – Os mortos do Riacho do Mulungu, onde
assinala que pela voz do povo, o número de mortos se eleva a mais de 40 praças.
Esse monumento foi construído durante o Comando Geral do Coronel Manoel
Expedito Sampaio, em 1961 (Informação do coronel Cícero Laurindo de Sá).
Na fria placa
de mármore, ficou o registro da reação daqueles heróis, que precisam ser
lembrados e nominados todos os anos, àquele 14 de fevereiro de 1926, pois,
transpuseram os umbrais da glória e precisam ser inseridos nos anais da grande
história da PM e de Pernambuco.
Publicado no
Jornal do Comércio em 05 de Maio de 2008, escrito por Jorge Luiz de Moura
(Comandante Geral da PMPE, à época).
http://cariricangaco.blogspot.com.br/2016/01/os-mortos-de-custodia-porjose-joao-de.html
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