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segunda-feira, 20 de junho de 2016

PALAVRA TEM PODER


A importância da palavra no cangaço integrava a imagem que os bandos queriam transmitir de si mesmos. Novos membros do bando ganhavam um "vulgo" (apelido) a que deviam honrar. Em caso de morte, quem o substituía herdava o vulgo, para perpetuar e imortalizar a reputação do cangaceiro. Os cangaceiros foram donos de uma riqueza vocabular própria, mais rica que os manjados termos a eles associados como "volante" (equipe móvel de perseguição policial) e "macaco" (soldado). Muitos termos usados pelos bandos não eram conhecidos do sertanejo comum e formavam um jargão militar próprio. Com o fim do movimento, parte dos termos passou a ser usado de maneira corrente no sertão. Nem sempre de forma duradoura. Algumas palavras terminaram esquecidas, como "gargulina" (enjoo), "desaprecatado" (desprevenido), "jabiraca" (lenço de pescoço). A estética do cangaço tornou o cangaço um mito primordial brasileiro. De acordo com Pernambucano de Melo os cangaceiros não eram criminosos comuns, que arriscavam se misturar ao ambiente para não serem notados. Não se camuflavam, nem se escondiam: faziam do estardalhaço visual, e verbal, seu cartão de visita. Fernandes e Araújo.

Fonte: facebook
Página: Analucia Gomes
Grupo: O Cangaço
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10208679008446335&set=gm.1246726488673800&type=3&theater

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