Por Adauto Silva
Após um parto de alto risco, nas brenhas da fazenda Beleza em Pão de Açúcar –
AL, no dia 29 de agosto de 1935, veio ao mundo mais um cangaceirinho (segundo o
mesmo diz), e por apenas nove dias, ficou sob os olhares dos seus verdadeiros
pais “Corisco e Dadá”. Após receber a visita do chefe mor Lampião, o mesmo foi
entregue a um vaqueiro que acompanhado de uma carta foi entregue aos cuidados
do padre José Bulhões, de Santana do Ipanema, para que fosse criado, como se
filho fosse. Recebeu a preciosa encomenda, a senhorita Maroquita (8) irmã do
padre que o criou, ajudada por outra irmã Angélica Bulhões (9), que o Sílvio a
chamou de mãe.
Assim como Lampião, Maria Bonita e demais cangaceiros, quando confiavam seus
filhos a estranhos, vez ou outra os procuravam, e mesmo que de longe
acompanhavam os passos e a criação de seus rebentos e, não foi diferente com
Corisco e Dadá, que mesmo ariscando sua vida e de seu grupo, certo dia,
acompanhou do alto de um morro o batismo de seu filho e, em outra ocasião,
marcou um encontro para que o menino fosse levado a um determinado lugar, porém
a irmã do padre Angélica Bulhões, a Liquinha, como carinhosamente era chamada,
não foi ao encontro, com medo que o menino ficasse com eles, frustrando assim,
o qual seria o último encontro de Corisco e seu filhinho.
PS: Foto obtida por ocasião do casamento de um sobrinho do padre, em um
altar/capela, existente em uma dependência interna, das vinte e duas existentes
na casa.
1. Antônio Bulhões (irmão do padre e pai do noivo);
7. Solange Bulhões (filha do Sílvio, criada pela família Bulhões);
8. Maroquita (irmã do padre, recebeu o filho de Corisco e Dadá, das mãos do
vaqueiro Pedro Machado) e
9. Angélica Bulhões (irmã do padre, eleita para ser a mãe do menino).
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