Benedito
Vasconcelos Mendes - Presidente da SBEC
Na primeira
semana de março de 1926 (04 a 07 de março), pouco mais de um ano antes da
invasão à cidade de Mossoró, Lampião (Virgulino Ferreira da Silva) durante
sua visita à terra do Padre Cícero, recebeu do Batalhão Patriótico de Juazeiro
do Norte, armas modernas (fuzis), munições, fardamento e a patente falsa de
Capitão do Exército, que lhes foram entregues por ordem do Deputado Federal e
Comandante do Batalhão Patriótico, Floro Bartholomeu da Costa, com a
justificativa de que Lampião iria pertencer ao referido batalhão, criado para
combater a Coluna Prestes no Estado do Ceará. Naquele período, a referida
coluna de militares revoltosos percorria o Nordeste brasileiro. Um fato curioso
é que o Deputado Floro Bartholomeu morreu na então Capital da República (Rio
de Janeiro), um dia depois da saída de Lampião de Juazeiro do Padre Cícero (dia 8 de março de 1926).
Prof.
Dr. Benedito Vasconcelos Mendes, Presidente da Sociedade Brasileira de Estudos
do Cangaço (SBEC) e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP) e Manoel
Severo Barbosa, Curador do Cariri Cangaço
Bem armado e com um grupo numeroso de cangaceiros (53 homens), Lampião foi encorajado a invadir Mossoró, à época já considerada
cidade grande (população estimada em 25 mil habitantes), e que possuía os
setores salineiro, algodoeiro e comercial vigorosos, contando, inclusive, com
uma Agência do Banco do Brasil. No tempo da invasão (13 de junho de 1927),
Mossoró tinha como Prefeito o empresário Rodolfo Fernandes de Oliveira Martins,
homem destemido e determinado, que comandou a defesa da cidade. O Prefeito
Rodolfo Fernandes organizou a formação de grupos de mossoroenses armados (cerca de 150 pessoas), que foram distribuídos em pontos estratégicos da
cidade. As três principais trincheiras eram a da casa do Prefeito Rodolfo
Fernandes (hoje Palácio da Resistência, sede da Prefeitura de Mossoró), a da
Estação do Trem, hoje "Estação das Artes Elizeu Ventania" (construída
em 1915 pelo sobralense Vicente Sabóia de Albuquerque, juntamente com o trecho
ferroviário Mossoró - Porto Franco) e a da Igreja de São Vicente (templo
católico construído pelos flagelados da Seca de 1915). Logo após a entrada do
bando na cidade, o cangaceiro Colchete foi morto e Jararaca (José Leite de
Santana) foi atingido por tiros, o que fez com que Lampião desistisse de
continuar a batalha e partiu em retirada rumo á Limoeiro do Norte, no Estado do
Ceará. Este ano, no dia consagrado à Santo Antônio (13-06-2017), Mossoró vai
festejar os 90 anos da vitória dos mossoroenses contra Lampião e reverenciar
seus Heróis da Resistência, fazendo justiça àqueles que com destemor e amor à
terra, arriscaram suas vidas na defesa da cidade, evitando a ação da sanha
sanguinária dos perigosos bandidos.
O Presidente da SBEC, Professor Benedito
Vasconcelos Mendes conclama as autoridades constituídas do Município e do
Estado, as forças vivas da sociedade, instituições culturais, entidades de
classe, clubes de serviços, Maçonaria e o povo em geral, para realizarmos um
importante evento cívico, visando rememorar esta heroica e histórica defesa da
nossa querida Mossoró. É obrigação cívica de cada cidadão, valorizar e
rememorar os fatos importantes que marcaram a história do nosso Município.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário