Expedita
nasceu em Porto da Folha, Sergipe, em 1932. Filha de Lampião e Maria Bonita,
seus pais faleceram quando Expedita tinha apenas 5 anos. Ela foi criada pelos
vaqueiros Severo e Aurora desde seus 21 dias de idade até seus 8 anos, já que
seus pais viviam na luta do cangaço e não puderam criá-la. Só viu seus pais
biológicos por três vezes na vida e os pais adotivos nunca esconderam dela a
verdade. Expedita também conviveu com 11 irmãos de criação, todos filhos
legítimos do casal de vaqueiros, no qual ela os considerava de fato irmãos. Aos
8 anos foi morar na cidade de Propriá (SE), na casa do tio paterno, chamado
João Ferreira, o único que não seguiu o cangaço.
Continuou os
estudos e ao terminar o primário passa a querer trabalhar, mas o tio a impede,
por ela ser mulher e jovem demais. Revoltada, querendo sua independência, ela
sai de casa com 14 anos. Ela vai morar com os pais adotivos em Aracaju. Lá ela
passa a trabalhar no comércio, tendo trabalhado em diversas lojas e fez muitas
amizades. No começo sentia vergonha por ser filha de cangaceiros e evitava
comentar, todos sempre a aceitaram, mas ela nunca entendeu bem se o cangaço era
bom ou mau.
Em Aracaju
reencontrou seu melhor amigo de infância, Manoel Messias Nunes Neto. Eles se
conheceram aos 6 anos de idade e ficaram amiguinhos como toda criança. Quando
fez 10 anos o tio a prometeu a ele, pois na época o parente mais próximo
escolhia logo um menino para casar a menina no futuro, e o mais cedo possível.
Após meses de amizade, começaram a namorar. Os pais foram contra por ela ser
muito jovem, e com raiva, ela saiu de casa e alugou um quarto numa pensão. O
namoro prosseguiu. Manoel foi o primeiro e único namorado de Expedita. Com um
ano de namoro, aos quinze anos, a jovem descobriu estar grávida, ficando muito
assustada. Manoel, com 20 anos, não a deixou por isso, e a chamou para morar
com ele na casa de seus pais.
Ao completar
18 anos e já com dois filhos, Manoel, com 23, a pediu em casamento, por ela já
ser maior de idade e ele já ter juntado dinheiro para casar. A união foi feita
em um cartório, com uma festa muito bonita, onde compareceram todos seus irmãos
adotivos, o tio e os pais adotivos. A noiva passou a assinar Expedita de
Oliveira Ferreira Nunes.
O casal teve 4
filhos: Dejair, Vera, Gleuse e Iza. Expedita também é avó de três netas: Karla,
Gleusa e Luana.
Fontes: José Mendes Pereira Potiguar/ Porto da Folha e Suas Histórias
Fontes: José Mendes Pereira Potiguar/ Porto da Folha e Suas Histórias
Foto: Imagem
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