Por Verluce Ferraz
O Cangaço não
escapou dos mitos, alguns gostariam que voltasse. Contudo, sob a pesquisa
histórica, parece ter sido terrível. Oficialmente os bons cangaceiros nunca
existiram; os líderes desses grupos (não foi movimento e não existia qualquer
ideologia no cangaço). Todos eram pessoas que viviam às margens da sociedade;
ladrões assassinos.
Os seus participantes eram, no geral, jovens e sequer
tiveram tempo frequentar as escolas e o trabalho, já iniciaram suas vidas no
mundo do crime. Quando entravam para o cangaço já tinham que vestir a capa do
criminoso. O seu principal líder, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, já
treinava seus componentes com toadas incitadoras ao mundo do crime:
A chupeta que
carrego
É um rifle e a cartucheira
O leite é bala de chumbo
Muito veloz e certeira
quem se julga pé na rocha
Vem avença vem cabrocha
de Virgulino Ferreira
É um rifle e a cartucheira
O leite é bala de chumbo
Muito veloz e certeira
quem se julga pé na rocha
Vem avença vem cabrocha
de Virgulino Ferreira
Durante
décadas, o Cangaço Rural mesmo “sendo volante”, estabeleceu suas normas
imperiosas. No cangaço dos séculos passados o Estado era anômico e o Sertão do
Brasil não parecia existir, como parte da Federação. Caiu em mãos de um poder que
a única identidade era a força dos criminosos. Da mesma forma, ao procurar
corrigir os males arraigados, o Estado coloca os seus soldados para combaterem
os criminosos, utilizando o mesmo mal do excesso violento.
Hoje, vamos manter os olhos abertos ao Cangaço vigente nos Estados do Rio de
Janeiro e do Ceará; com uma única diferença: enquanto que no 'cangaço do sertão
nordestino' os grupos eram unidos, nas cidades do Rio de Janeiro e Fortaleza as
facções criminosas promovem uma disputa pelo domínio de Favelas, Morros; para
traficarem drogas; não andam a pé nem nos lombos dos cavalos; moram em bairros
nobres de apartamentos luxuosos e possuem jatinhos...
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