Na foto o Conde D'Eu com o seu neto
Duque de
Caxias deu por encerrada a guerra no dia 5 de janeiro de 1868, quando o
Exército Imperial chegou a Assunção e estabeleceu um governo títere. Mas a
ordem foi continuar. Em carta ao imperador Pedro II, datada de 18 de novembro
de 1867, ele pediu demissão. Depois de referir-se à bravura do soldado
paraguaio, que via como “simples cidadãos, homens, mulheres e crianças”,
questionou: “Quanto tempo, quantos homens, quantas vidas para terminar a
guerra, é dizer, para converter em fumo e pó toda a população paraguaia, para
matar até o feto do ventre da mulher?”.
Caxias
desistiu de ser o coveiro do povo paraguaio, mas o Império, atendendo à vontade
maior da metrópole britânica, não arredou pé. Pedro II nomeou para o Comando
seu genro, o conde D’eu. Este superou qualquer tipo de violência até então
conhecido, a exemplo do episódio de Peribebuy, quando o sádico mandou fechar e
incendiar um hospital onde só havia velhos e crianças doentes.
Outro crime
foi a batalha de Acosta Ñu, no dia 16 de agosto de 1869. Havia se formado um
batalhão de 3.500 crianças, a partir de seis anos, para fazer frente aos
invasores, possibilitando a fuga de Solano López com 500 homens, o que restava
para defender o país. Cercadas por 20 mil soldados, as crianças foram
derrotadas, naturalmente. Muitos, chorando, abraçavam- se nas pernas dos
soldados pedindo para não serem mortas, mas não havia contemplação. Eram
degoladas sem dó. No final, as mães correram para a mata para resgatar corpos e
procurar sobreviventes, mas não parou por aí: o conde foi capaz de ordenar o incêndio
da mata, queimando as crianças e suas mães. O 16 de agosto foi estabelecido,
posteriormente, como o Dia das Crianças no Paraguai.
Solano e seus
últimos companheiros, cem soldados, foram encontrados e derrotados no dia 1º
março de 1870. Instado a se render, ele pronunciou suas últimas palavras:
“Morro com minha pátria”.
O povo
paraguaio foi praticamente exterminado: mais de 75% de sua população foi morta.
Dos 800 mil habitantes no início da guerra, restaram 194.000. A população
masculina adulta foi dizimada em quase 100%. Sobraram 14 mil homens, em sua
grande maioria, crianças com menos de 10 anos e velhos. Sarmiento, argentino,
escreve: “A Guerra do Paraguai conclui-se pela simples razão de que matamos a
todos os paraguaios maiores de dez anos”.
O Paraguai
perdeu 140 mil quilômetros quadrados do seu território, o que corresponde a
Pernambuco e Alagoas juntos. As terras, como todas as riquezas saqueadas, foram
repartidas entre brasileiros e argentinos.
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