Por Geziel Moura
Quando lemos
sobre o acontecimento de Angico e a morte de Lampião, Indubitavelmente somos
levados a pensar, que todo o movimento começou com a conversa de Joca Bernardes
e o Sargento Aniceto Rodrigues, em Piranhas. Portanto, como se o processo todo
que culminou na morte do Capitão Lampião e mais 10 cangaceiros, ocorreu de
forma inesperada, improvisada ou mesmo como resultado de sortilégio do destino,
e até mesmo como espécie de ordem direta de Getúlio Vargas e seu Estado Novo,
porém não foi bem assim.
Na medida em
que, todo evento histórico precede outros episódios menores que o faz ascender,
vamos pensar qual era o contexto antes do dia 28 de julho de 1938, á luz do
escritor Frederico Pernambucano de Melo.
Com o advento
do Estado Novo em novembro de 1937, Osman Loureiro de Farias foi nomeado
interventor do Estado de Alagoas, embora já exercia o cargo de governador do
Estado, antes mesmo do novo regime político.
Logo, com o discurso do governo
federal em exterminar com o cangaço do nordeste, e nada além disto, Osman
Loureiro promoveu imediatamente o Major José Lucena de Albuquerque Maranhão a
Tenente-Coronel no mesmo mês de novembro e ato continuo o Tenente.Coronel
Theodureto Camargo do Nascimento a Coronel, provavelmente tenha sido este, um
dos primeiros movimentos significativo, para a morte de Lampião em Angico. O Coronel
Theodureto tornou-se o comandante-geral da polícia em Alagoas e o
Tenente-Coronel Lucena iria comandar o recém criado II Batalhão da Polícia,
sediado na cidade de Santana do Ipanema (AL), cujo objetivo era o combate ao
cangaceirismo no sertão de Alagoas.
Nesse sentido, Theudureto mandou convocar
Lucena em Maceió, e o "enquadrou" afirmando que ele precisava
identificar nomes dentro da corporação, que estaria "violando suas
determinações", e que se fosse o caso, ele apelaria para medidas drásticas
e até arbitrárias contra os militares traidores.
Por seu turno
Zé Lucena, no inicio de fevereiro de 1938, nos fundos da igreja de Mata Grande
(AL) se reuniu com seus comandados e da mesma forma que Theodureto, coloca para
aprumar os oficiais que operam na região do sertão, dentre eles: Aspirante
Francisco Ferreira de Mello (Pedra de Delmiro Gouveia), Tenente José Tenório
Cavalcanti (Pão de Açúcar), Tenente João Bezerra da Silva (Piranhas) e o,
então, Cabo Aniceto Rodrigues dos Santos (Mata Grande), o certo é que Zé Lucena
não aliviou ninguém.
Assim, os
primeiros resultados efetivos, após a reunião em Mata Grande, não demoraram a
chegar, pois em 8 de fevereiro de 1938, o primeiro a tombar foi o cangaceiro
Ricardo Pontaria na Fazenda Retiro em Água Branca (AL), pela volante de Aniceto
Rodrigues dos Santos, ato este, que o eleva à patente de Sargento.
No dia 20 do
mesmo mês, chega a vez dos cangaceiros Serra Branca, Eleonora e Ameaça, pela
volante de João Bezerra, na Fazenda Patos, região de Mata Grande, a batata
estava assando no sertão de Alagoas, todos os atores envolvidos no sistema do
cangaço, estavam ressabiados: volantes, coiteiros e os próprios cangaceiros,
foi neste contexto histórico que Lampião morreu, justamente pela polícia de
Alagoas, não foi tão desproposital, como se pensava.
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