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sábado, 27 de abril de 2019

ROXANA BONESSI, BRUTALMENTE ASSASSINADA EM MANAUS POR UM COMPANHEIRO DE FARDA EM 2002

Por Marcus Pessoa
Tenente Roxana Pereira Bonessi Cohen / Divulgação

Amigos e familiares homenagearam a militar assassinada a golpes de punhal em dezembro de 2002, a tenente Roxana Bonessi.


Em 31 de março de 1975, data do nascimento da Roxana Pereira Bonessi. Essa data coincide com o término das Olimpiadas Militares da Guarnição de Porto Velho-RO. O então Sargento Bonessi disputava uma partida final de volei de quadra entre o 5º Batalhão de Engenharia e Construção e a 10ª Brigada de Infantaria de Selva.

O jogo, muito disputado, entrava no seu último e derradeiro set, aproximadamente as 22:40 hs, quando a sra Filomena Bonessi, grávida de mais de 8 meses, das arquibancadas do ginásio de esporte onde o jogo estava sendo realizado, lhe acenava constantemente e gritava pelo seu nome porque estava sentindo as cólicas iniciais de parto.

O Sargento Bonessi as voltas com o jogo respondia com gestos que a esposa esperasse. O Sargento Bonessi nem pode comemorar com seus companheiros a vitória no jogo e das Olimpíadas da Guarnição porque teve de ir às pressas para o Hospital Militar e Maternidade do 5 BEC conduzindo a sua esposa. As 23:40 hs nascia uma linda menina que se chamaria Roxana, em homenagens a Princesa Roxana – esposa de Alexandre da Macedonia – O Grande.

A Roxana desde pequena sempre foi alegre, responsável, obediente, sincera, comunicativa, amiga, correta em todas as suas atitudes. Nunca mentiu, nunca fez uma maldade a ninguém, nunca destruiu nada, nunca matou.

Considerava importante todos os seres existentes em nosso planeta. Nunca matou, nem mesmo um inseto. Tudo que era dela, seus brinquedos, seus presentes, suas roupas, sua mesada, dividia com seus irmãos e com as pessoas que pedissem. Possuía desprendimento das coisas materiais. Preferia a oração e a comunhão com Deus as coisas mundanas. Ao seu redor tudo era alegria, era vida, era amor.

Dava amor, mas nem sempre recebia amor das pessoas estranhas e que não lhe conheciam o caráter. Mas as desfeitas que recebia não lhe causavam mágoas, nem a deixava triste. Perdoava sempre. Extremamente religiosa, rezava diariamente, três ou mais vezes ao dia. Na maioria das vezes não pedia nada para si mas rogava a Deus pelos aflitos e necessitados. Não possuía vícios. Nunca os teve. Seu prazer era brincar com seus familiares e adorava dançar. Foi estudante sem problema.

Nunca foi preciso mandar fazer seus deveres escolares; foi sempre uma aluna querida e exemplar. Suas notas sempre foram altas e nunca foi reprovada. Quando criança, pequena demais em idade e muita adiantada nos estudos teve, por orientação pedagógica, que esperar um ano, até que sua idade fosse compatível com o grau de estudo em que estavam seus colegas de mesma idade. Nunca desobedecera pai e mãe. Nunca atacou um irmão ou qualquer outra pessoa. Ficou moça. Era atleta.

Gostava de equitação, natação, pescaria e de outros exportes como vôlei e futebol, jogando-os muito bem. Sua beleza era natural. Possuía um corpo escultural e para realçar essa beleza não era necessária a maquiagem. Possuía dezenas de títulos de beleza e as vezes que não ganhou ficou em segundo lugar. Era denominada e reconhecida pelo título “Rainha da Natureza”, que lhe foi conferido em programa de televisão no Estado do Ceará. Com 27 anos de idade já estava formada em Contabilidade, possuía Pós-Graduação em Auditoria e Pós-Graduação em ReAdministração, cursava Direito e 21 dias antes de ser assassinada concluíra o curso de Mestrado em Administração.

O tema da sua Dissertação é: “Amazônia, Vida, Riqueza e Morte: O Turismo Sustentável como Atividade Sócio-econômica para Ambientes de Significativas Mudanças Ecológicas”. Nesse trabalho se mostra inconformada com a destruição da Floresta Amazônica e preocupada com as origens e as consequências dos problemas Amazônicos, com o futuro das gerações carentes, principalmente a população ribeirinha. Nesse trabalho de pesquisa aponta as soluções para preservação da vida de todos os seres que habitam a floresta.

No momento de sua morte era Professora Universitária e, por seus próprios valores reconhecidos documentalmente, seu caráter integro e sua aprovação nos testes militares a que foi submetida, foi incorporada nas fileiras do Exército e considerada “Combatente de Selva”, sendo designada para servir na 12a ICFEX, onde desempenhou várias atividades, sendo uma delas “Tomadora de Contas”, uma espécie de Fiscal dos trabalhos de outras Organizações Militares, onde era mais orientadora e esclarecedora do que julgadora.

Como Professora foi exemplar em todos os aspectos. Como Militar foi modelo de virtude, um exemplo a ser seguido de devotamento à Pátria, amor à profissão, camaradagem e espírito de corpo. Morreu em serviço, no cumprimento do dever, às 11:05 hs, do dia 02 de dezembro de 2002, em Manaus – AM, no interior do aquartelamento onde servia, assassinada pelas costas, a punhal, por um companheiro de farda e ex-namorado.

A Roxana foi muito homenageada pela Comunidade Amazonense, seu nome é nome de uma importante avenida de dupla via em Manaus, é também nome de uma eficiente e premiada escola no bairro Colônia Oliveira Machado em Manaus, também é nome de uma escola infantil da capital amazonense, foi também homenageada na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas e nas Câmaras Municipais de Presidente Figueiredo e de Manaus.

A contribuição científica deixada pela Roxana Bonessi para a integração-desenvolvimento e preservação da Amazonia foi um trabalho de pesquisa que realizou fundamentada no Turismo Sustentavel como alternativa socio-economica para uma região que fora devastada pela construção da Hidreletrica de Balbina, na Região de presidente Figueiredo -Am – trabalho esse reconhecido mundialmente pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e que estimulou o progresso ambiental de todas as regiões ribeirinhas do Amazonas pelos recursos alocados desde então pelo BID.

A Roxana foi também homenageada pela Comunidade do Amazonas com dois monumentos, um no bairro onde ela morava, monumento esse em homenagem as mulheres e crianças, vítimas de violencia no Amazonas e no Brasil, e outro monumento foi construído como marco localizatório onde fora colocado o seu corpo por ocasião de sua prematura morte. A Roxana nos deixou muitas saudades – somos agradecidos e honrados por termos tido o privilegio de sua encantadora companhia.

Obrigado Familia Bonessi


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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