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quinta-feira, 6 de junho de 2019

CASA DA CULTURA DE PERNAMBUCO - ANTIGA CASA DE DETENÇÃO DO RECIFE

Por José João Souza

A Casa da Cultura de Pernambuco é um dos maiores polos de comercialização de artesanato do Recife e um dos cartões postais do estado. O imponente prédio onde está instalada foi construído para abrigar a antiga Casa de Detenção do Recife, que permaneceu por mais de um século como a mais importante penitenciária de Pernambuco, e lá foi preso o assassino de João Pessoa, João Dantas, que foi assassinado, mas disseram que foi suicídio. O presidio também abrigou diversos cangaceiros, entre eles Antônio Silvino, conhecido como Rifle de Ouro. Hoje, as antigas celas são ocupadas por lojas, associações culturais e lanchonetes. A Casa conta ainda com teatro e anfiteatro que acolhem ações formativas e espetáculos de teatro, música e dança promovidas ou apoiadas pelo Governo do Estado através da Fundarpe.

Inaugurada no dia 25 de abril de 1855, a antiga Casa de Detenção do Recife é uma das maiores edificações do século XIX, localizada próximo a duas expressivas obras desse século: a Estação Ferroviária do Recife e a Ponte 6 de Março (mais conhecida como a Ponte Velha). O projeto original é de autoria do engenheiro e urbanista José Mamede Alves Ferreira, responsável por outras obras importantes na cidade, como o Hospital Pedro II e o Ginásio Pernambucano. A construção de Mamede segue o modelo “panopticon”, obedecendo aos padrões tradicionais de segurança das penitenciárias da época.

Após funcionar 118 anos como presídio, em 1973 o então governador Eraldo Gueiros Leite determinou o fechamento da Casa de Detenção do Recife. No mesmo ano, um plano de restauração do edifício foi elaborado e a partir de 14 de abril de 1976 o prédio se tornou a Casa da Cultura de Pernambuco. Essa mudança de penitenciária para centro cultural havia sido idealizada e planejada cerca de dez anos antes, pelo artista plástico Francisco Brennand, na época em que era o chefe da Casa Civil do Governo do Estado. Convidados por Brennand, a arquiteta Ítalo-brasileira Lina Bo Bardi e o arquiteto Jorge Martins Júnior foram os responsáveis pela elaboração do projeto de renovação e adequação do edifício.

A Casa da Cultura abriga dois painéis do pintor pernambucano Cícero Dias, que representam a Revoluções Pernambucanas de 1817 e 1824. Além do Teatro Clênio Wanderley, do Palco Nelson Ferreira e mais de 110 lojas de arte e artesanato, a Casa é endereço da sede de movimentos, associações e sindicatos como o Movimento Negro Unificado, Anistiados Políticos, Sindicato de Artesãos da Região Metropolitana do Recife e de Pernambuco.


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