Clerisvaldo B. Chagas, 12 de junho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.124
Planta originária do Nordeste do Brasil, o cajueiro (Anacardium occidentale) pode atingir até os doze metros de altura ou muito mais. O seu fruto é a castanha e seu pedúnculo o caju, delícias da culinária nordestina. Mas sua madeira, húmida, fibrosa e complexa não tem aceitação nas serrarias comuns. Pensando nisso um apicultor do Ceará passou muito tempo estudando sua madeira e inventando máquinas que pudessem trabalhar com ela. Conseguiu. As máquinas estão em ação aproveitando o tronco de cajueiros antigos que são descartados para um novo plantio. O homem iniciou aproveitando a madeira para os caixotes de apicultura, no Ceará, cujos antigos caixotes eram feitos de madeira importada de outros estados e que ficavam com preços elevados.
CAJUEIRO DE PIRANGI, O MAIOR DO MUNDO. (FOTO: DIVULGAÇÃO). |
Além de resolver o problema do preço da madeira que baixou incrivelmente com o cajueiro, resolveu também o problema maior da apicultura (caixote caros) e o descarte das árvores velhas. Isso também evita derrubadas na mata nativa da região. A novo técnica é repassada e o conhecimento vai se alastrando, gerando emprego e renda. Antes, os cajueiros não mais produtivos serviam apenas para uso de lenha. Outras utilidades para o aproveitamento do tronco do cajueiro vão aparecendo, graças à invenção dessas máquinas específicas do senhor Arquimedes. Isso faz lembrar o Arquimedes antigo: “Dê-me uma alavanca e um ponto de apoio e eu moverei o mundo”.
O cajueiro aparece no Nordeste, do litoral ao sertão. Existe o caju amarelo e o caju vermelho, sendo este, geralmente azedo. Fonte de vitamina C ajudou muito aos escravos que chegavam ao Brasil com escorbuto. Os homens negros passavam semanas sob os cajueiros para a cura do problema. O caju é ingerido in natura, em forma de doces e sucos. A castanha, muito mais valorizada está presente em inúmeros setores da economia. E para os apreciadores de uma cachacinha, nada igual ao caju após uma talagada.
“Mas mamãe não quer que eu vá
Pra sombra do cajueiro...”
Pra sombra do cajueiro...”
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