Por Verluce Ferraz
À primeira
vista, a principal posição teórica adotada por alguns autores dos estudos sobre
o evento cangaceirismo é notada pela dificuldade que apresentam em definir a
origem da palavra ‘cangaço’. Alguns sustentam que vem de ‘canga, instrumento
que era utilizado nos pescoços de bois; outros, que tem origem em restos mortos
de animais que eram encontrados dentro da caatinga, nos caminhos e até nos
quintais de casas. Fica indefinida a origem dentro dessa variedade de
suposições. Então vão se utilizando o termo que vai se misturando às variedades
de reflexões.
Ontologicamente teríamos vários sentidos para tal definição
Cangaço: por movimento armado, composto por bandos de pessoas nômades
nordestinos que teve seu auge entre o final do Século XIX e início do Século
XX. Aliás, é muito difícil se afirmar que a mencionada palavra surgiu
originalmente de uma peça de madeira utilizada nos animais para transportar
utensílios. Também conta a História que a origem veio da associação da vida errante do cangaceiro Lampião.
Há muitos que usam o método de identificação do
termo adaptando-a para dar vida e status a um dos mais misteriosos cangaceiros,
o Lampião, que ganhou visibilidade pelo estilo exótico de vestir-se; algo que
só veio realmente a ser conhecido depois da película de Benjamim Abrahão Boto,
que conseguiu conquistar a simpatia do cangaceiro por oferecer aquilo que mais
o fortalecia o ego do Virgulino, que era o Narcisismo. E Abrahão, depois de
adquirir a façanha de permanecer por dois meses dentro da caatinga, com
maestria transforma o grupo cangaceiro em verdadeiros personagens teatrais para
edição de uma película cinematográfica. Sabendo-se que, a vida real nada
condizia com a vida dura e sacrificada dos bandidos do cangaço. Mas, com tal
intento, o de se promover e ganhar dinheiro, que o Benjamim acaba por conseguir
sua filmagem.
Depois de pronta a película, vai apresentar seu trabalho; o
Estado apreendeu o material e proibido, por décadas, a exibição do filme. Fica
evidenciado que tal fita era composta por cenas de violência, depois que o
sírio libanês ao apresentar a um pequeno público de autoridades, pouco tempo
depois, foi morto; queima de arquivo. Tal resistência do governo da época
tornaria obstáculo às a divulgação e consequentemente impediram que pesquisas
fossem a frente. A fita manteve-se em sigilo, esquecida num porão entre
material descartado e impróprio ao uso. Era proibido sua utilização e exibição
em qualquer parte do país por ser considerado uma afronta as Leis do Estado.
Talvez, se houvessem permitido que analistas dos fatos houvessem tido acesso ao
material, surgissem os primeiros resultados de se constatar os problemas
subjacentes de uma histeria no cangaceiro Lampião. Por tal falta de acesso ao
citado material, hoje, ainda muitos tentam publicar livros quase ficcionais e
poucas teses a respeito dos comportamentos cangaceiros. Quase pouco se aceitam
fatores das influências de uma neurose e de deslocamentos de traumas infantis
em Virgulino para ampliar os horizontes que advinham das pulsões fisiológicas
do organismo – na gênese dos aumentos de excitação que exige descarga da dita
pulsão sexual, (e consequentemente uma neurose). Daí, uma compulsão o levava a
repetição de atos, explicitamente conjuntos de sua história de criminoso.
Referências
bibliográficas:
Sigmund Freud. Estudos sobre Histeria. Vol. II Ed. Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud.(!893/1895).
Sigmund Freud. Estudos sobre Histeria. Vol. II Ed. Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud.(!893/1895).
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