Por Geraldo Júnior
... tenho
lutado para recuperar um antigo áudio que foi gravado inicialmente em Fita K7 e
convertê-lo para o formato MP3, para finalmente disponibilizá-lo ao
conhecimento de todos. Nessa gravação o antigo cangaceiro chefe de subgrupo do
bando de Lampião, Zé Sereno, fala, entre outros assuntos, a respeito do momento
crucial de sua rendição e de sua gente às autoridades policiais, durante o
tenso e turbulento período das entregas.
Um momento
difícil para quem estava até então acostumado a se impor e a se garantir
através do poder das armas.
Após a anistia
concedida pelo governo Vargas aos cangaceiros que desejassem abandonar o
cangaço, ocorreram alguns casos de traições e covardias por parte de policiais
contra alguns cangaceiros que desejavam baixar suas armas, fatos que geraram
insegurança aos anistiados e fizeram com quê o período das rendições fosse
prolongado.
Onde e a quem
se entregar passou a ser o grande dilema dessa gente que buscava a duras penas
fugir e se esconder da intensa e implacável perseguição inimiga. Cientes de que
sem a presença e liderança do grande chefe cangaceiro, estavam predestinados à
morte e nas melhores hipóteses... à prisão.
Nessa primeira
parte do depoimento de Zé Sereno ele fala a respeito do tenso momento em que
ele e seus companheiros de cangaço se renderam e entregaram suas armas aos
antigos inimigos fardados.
Um material
inédito e exclusivo que foge as mesmices habituais.
Abaixo um
pequeno trecho da fala de Zé Sereno.
Breve.
"Ele
escalou o sargento Macedo pra receber o
arma... Duro foi pra entregar o
armamento.
Pelo amor de
Deus. Aquilo foi duro. Eu falei pra
minha turma. Eu digo:
- Olha! Se
houver um minuto de traição.
Ficou
desconfiado.
Mesmo que nós
"teja" desarmado. Morra
quem morrer,
mas nós tem que se armar
com as
próprias armas dos soldados.
Se atraca e
tira".
(José Ribeiro
Filho "Zé Sereno").
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