Por Luiz
Lorena
Para quem não
sabe, almocreve é uma palavra de origem árabe, que significa tangedor de
animais de carga. O trabalho de almocreve se proliferou no sertão, mais
precisamente no sertão do Pajeú, ao longo de 60 anos (desde 1870 a 1930).
Em Vila Bela,
José Ferreira da Silva e seus três filhos mais velhos: Antônio, Livino e
Virgulino, se dedicaram ao trabalho exaustivo da almocrevaria, transportavam
bebidas, gêneros alimentícios, tecidos, sal, querosene e estivas em geral,
para: Vila Bela, Triunfo, Ouricuri, Bodocó, Exú, Petrolina e até regiões do
Cariri, do Piancó e Rio do Peixe, na Paraíba. Era um trabalho de gigante. Nem
parece que Virgulino pudesse abraçar a vida de cangaceiro.
O almocreve só
merecia distinção quando conduzia em sua tropa um mínimo de 24 burros. Os
comerciantes não confiavam transportar suas cargas a um tropeiro que tivesse um
plantel de menor porte, porque quase nada podia carregar.
José Ferreira
tangia nas estradas do Nordeste, com os filhos uma burrama constituída de 25
animais, dos quais 12 em sociedade com o fazendeiro José Clementino, do riacho
de São Domingos da região do Pajeú, e uma mula, a burra guia que portava
campainha de aço para abrir caminho à tropa.
A burra dos
Ferreiras recebeu o nome de Medusa. A mitologia informa que Medusa tem o
significado supersticioso de “carranca”, cabeça feia, possivelmente para
afugentar os ambiciosos, os invejosos, os maldizentes. Não há nenhuma prova de
que os Ferreiras tivesse usado esse nome em seu animal para isso, mas se não
foi é uma coincidência bem curiosa.
Fonte: Serra
Talhada 250 Anos de História -150 Anos de Emancipação Política
De: Luiz Lorena
De: Luiz Lorena
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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