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sexta-feira, 14 de agosto de 2020

A LENDA DO JABOBEU

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de agosto de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.365

Quando a Ponte General Batista Tubino (interventor do estado de Alagoas) foi construída sobre o rio Ipanema, a margem direita do rio era despovoada. Somente mato, estradas carroçáveis e uma ou outra casinha isolada aqui e ali. Foi essa ponte que em 1969, uniu o Comércio de Santana com o outro lado da corrente aquática Graças a ela, a margem direita rapidamente foi povoada e até hoje continua em expansão. Assim como o “prédio do meio da rua” e o “sobrado do meio da rua”, foram demolidos no governo Ulisses Silva, o “Poço dos Homens” também foi golpeado a 20 metros da ponte que chegava. A aproximação do progresso espantou os banhistas e o poço ficou abandonado até a presente data.

Construção de ponte, cabeça e evolução da obra. (Fotos: Livro 230/Domínio público.).

O mais famoso poço da cidade ficou imortalizado em nosso livro “Ipanema, um Rio Macho”. Ali tomaram banho maloqueiros, vagabundos, empresários, políticos, comerciantes e muito mais. Porém, esse grande lugar de lazer do povo santanense, sempre engoliu pessoas. Lembramos que antes da ponte contamos mais de vinte banhistas afogados no poço entre o “Estreitinho” e o “Largo” que funcionavam, como divisória. Os mais velhos falavam da “lenda do Jabobeu ou Zé Belebebeu como chamavam os meninos. Segundo essa lenda, Jabobeu teria sido, talvez, o primeiro afogado do poço e, de vez em quando ele vinha puxar na perna de um dos banhistas, matando-o por afogamento também. Os pais não gostavam que seus filhos fossem tomar banho no Poço dos Homens.
A Ponte General Tubino foi construída com a murada de proteção muito baixa. O degrau estreito de pedestres continua imprensando pessoas entre a baixa murada de proteção e o forte trânsito de todas as qualidades de veículos que trafegam de uma a outra margem. Como no antigo Poço dos Homens, vez em quando pula da ponte um suicida para as rochas do rio seco. A ponte é uma espécie de Edifício Breda, escolhida para o suicídio. Nunca foi levantada a murada de proteção, nunca foi alargado o degrau dos pedestres. Como na ponte Cônego José Bulhões, casas comerciais avançam tomando conta do leito do rio provocando tragédias como a da última cheia.
Continua ativa a lenda do Jabobeu, quando não puxa a perna no Poço dos Homens, puxa tudo de uma vez da ponte general Tubino.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2020/08/a-lenda-do-jabobeu-clerisvaldob.html

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