Por Luís Bento
Por sua vez, a Escritora Aglaê Lima de Oliveira, autora do livro " Lampião, Cangaço e Nordeste " ( Empresa Gráfica " O Cruzeiro", S.A., Rio, 1970), ao responder uma das perguntas do programa J. Silvestre ( SHOW SEM LIMITE ), na TV Tupi, incluiu Chico Chicote entre os inúmeros costeiros do " Rei do Cangaço ".
A propósito dessas afirmações inverídicas, torna-se necessária desde já, a narração do que ocorreu entre Chico Chicote e Lampião, sem jamais haver contato pessoal de ambos.
Quando transitava pela Serra do Araripe, ou lá permanecia por algum tempo, Lampião, para alimentar seu bando, matava reses do Cel. Pedro Martins de Oliveira Rocha. Proprietário da fazenda Cacimbas no município de Brejo Santo.
No entanto, em carta dirigida ao dito fazendeiro, Virgulino afirmou que o autor de tais depredações era Chico Chicote.
A partir daí, o boato alastrou-se no município e nas imediações, e, como não podia deixar de acontecer, provocou forte indignação ao caluniado.
De resto, o caso foi comunicado pessoalmente a Chico Chicote por Pedro Martins, para o que o convidará a ir a Cacimbas acompanhando do seu irmão Manoel Inácio de Lucena.
Pouco depois, no intuito de evitar luta entre Lampião e Chico Chicote, Antônio Aristide Xavier, genro de Pedro Martins, conseguiu levar Lampião à fazenda Crioulo no (município de Jardim) e convidou Chico para ir até lá, tentando, desse modo, fazer a paz entre ambos.
Lá chegando, e cientificado de tal intenção, Chico Chicote repeliu o intento, não entrando, se quer na casa do fazendeiro, em cujo interior já se achava o famoso bandoleiro. Além disso, em voz alta - como sempre costumava falar - fez severas críticas à conduta de Lampião, acrescentando que continuaria a te-lo como inimigo.
Sem nenhuma dúvida, a recusa de seu Chico à sugestão de Antônio Xavier deixou Virgulino bastante preocupado, naturalmente pelo fato de não ter um só inimigo no Ceará, onde contava com seus mais prestigiosos costeiros e onde se mantinha absolutamente inofensivo. Daí por que, decorridos alguns dias, Chico Chicote recebeu um convite do Coronel Antônio Joaquim de Santana para comparecer à sua casa, no sítio Serra do Mato.
Ao ser recebido pelo mandão do município de Missão Velha " Seu" Chico perguntou-lhe para que fora chamado. Em resposta, disse-lhe o Coronel que o convidará a pedido do Cabra Sabino que desejava conhece-lo pessoalmente.
Como é sabido, esse bandoleiro ( Sabino Barbosa de Melo, mais conhecido por Sabino das Abóboras) era lugar- tenente de Lampião. E estar evidente que ele apenas servira de intermediário para a conciliação alvejada pelo " Rei do Cangaço ".
Seu Chico, porém, além de recusar-se à apresentação, não esperou nem pelo cafe-gordo que o Coronel mandará preparar, voltando incontinente para Guaribas.
Fonte. " Separata da Revista Itaytera ".
Escritor Otacílio Anselmo e Silva.
Jati 24/01/2021/
LUÍS BENTO.
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