Por Manoel Severo
O Professor,
Historiador, Pesquisador da Cultura Nordestina e Cangaço, Alfredo Bonessi,
recentemente fez uma descoberta importante e relevante para os estudos do
Cangaço. Descobriu o paradeiro do ferrete “JB” do cangaceiro Zé Baiano, do
Grupo de Lampião. O ferrete se encontra afixado na parede do Museu Histórico
Nacional, no Rio de Janeiro, junto uma porção de ferros utilizados no tempo da
escravidão no fim século XIX, aqui no Brasil.
O FERRO DE ZÉ BAIANO - Por Alfredo
Bonessi
O ferrete era
considerado pelo Museu como um utensílio de tortura dessa época. Com esse
instrumento de tortura Zé Baiano ferrava as vítimas, a maioria mulheres, no
rosto, nas nádegas e nas partes íntimas, às vezes porque tinham cortado os
cabelos, e outras vezes, porque eram mulheres de militares, soldados da
polícia, que perseguiam o bando de cangaceiros.
Zé Baiano era
tido com um cangaceiro rico e sua vida no cangaço ficou caracterizado como
um cangaceiro malvado, que não tinha dó de suas vítimas. Possuía uma
mulher muito bonita de nome Lídia, cangaceira também, que era alvo de
todas as atenções desse cangaceiro a ponto de receber comida na boca, e de
ganhar joias e muito presentes de parte dele.
Pega no
flagra, no meio do mato, em amores com o cangaceiro Bem-te-vi, do bando de
Corisco, Lídia foi amarrada a uma árvore, onde passou a noite gritando e chorando
muito, implorando pela vida e pelo perdão do seu amado. Zé Baiano refugiou-se
em sua tenda onde passou a noite em claro. O dia vinha nascendo
quando Zé Baiano cavou a cova ao lado da árvore onde estava presa a Lídia, e a
matou a pauladas. A seguir enterrou o corpo e sentou-se em cima da cova, onde
desandou a chorar.
Zé Baiano foi
morto por Antonio da Chiquinha e mais três sertanejos, armados de facão,
durante a comilança de uma fatada de bode, regada a cachaça, a mando dos
devedores de Zé Baiano, que eram muito e as somas eram vultuosas, segundo
dizem, ou segundo outros, para se apossarem das riquezas do cangaceiro.
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