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quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

“NA LOCA DE PEDRA, NAS ENTRANHAS DA MACAMBIRA, NOS TUFOS DE MATO...”.

 Por Rangel Alves da Costa

Seu João de Laura, aura sertaneja, aura... Irmão de cangaceiro (Bom de Vera), trilheiro das caatingas, mateiro, o maior dos caçadores. Facão descido da cintura, chapéu de couro, camisa de manga comprida, apragata de cortar chão, do sertão a feição. Bicho de mato correndo de sua presença, cobra tinhosa se escondendo de sua passagem, até cascavel e jararaca se tremiam com medo do caçador. Nunca saio pelos matos pra não voltar com o aió abarrotado do que quisesse, noutros tempos assim dizia. Mas não existe mais nada pra caçar, confessou-me. A gente caminha pelas veredas nuas apenas para entristecer, revelou-me. Mataram o mato, derrubaram tudo, acabaram com o sertão. O pó e a poeira do tempo. A nudez desfolhada sobre o chão. Mas ele ainda vive, ainda está entre nós com sua voz, seu encanto, sua aura, com a grandeza que existe em Seu João de Laura.

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