Acervo do Jaozin Jaaozinn
Três registros
fotográficos de volantes pertencentes à força de Pernambuco, nos anos de
1927/1928.
Era comum ver
duras críticas e certas dúvidas do porquê a força militar que combatia o
cangaceirismo ter seus componentes trajando quase a mesma "farda" que
a dos seus inimigos. Até mesmo, relatando que a culpa seja dos governos locais,
por utilizar o sertanejo "comum" no campo de batalha em vez do
soldado treinado na capital. E realmente a estética do volante para a estética
do cangaceiro é bastante parecida, motivo esse por ser o único vestuário que se
adequava no ambiente da caatinga.
Vale lembrar
da participação dos nazarenos, de Nazaré do Pico/PE, contra os bandoleiros de
Virgolino. Pode-se dizer que foram eles os percursores desse fardamento da
força volante como um todo, já que era essa a estética que resistia a vegetação
local.
O uniforme de
muitos dos praças que combatia os grupos no Nordeste eram feitas de tecidos que
não duravam por muito tempo na mata fechada, além de não trazer um melhor
conforto para o soldado; consequentemente, a melhor forma era adaptá-la.
Utilizavam agora roupas mais resistentes, apetrechos de couro que muito
lembravam os apetrechos do vaqueiro (como luvas, perneiras, algumas vezes a
calça de couro), os embornais, cobertas de deitar e cobrir, a utilização do
punhal... Com o alistamento do sertanejo na volante, essa vestimenta era cada
vez mais comum de ser vista nas regiões nordestinas, acabando por confundir
muitos moradores, não sabendo se eram soldados ou bandoleiros; citavam alguns
jornais "eram brigas de cangaceiro contra cangaceiro", claramente
pela semelhança da roupa.
As tropas da
Bahia, Pernambuco e Paraíba eram as que mais chegavam perto da roupa dos
cangaceiros. Bahia por causa da forte influência das forças pernambucanas em
seu estado; igualmente a Bahia, Paraíba teve suas influências da dos
pernambucanos, mas também pela presença de alguns ex-cangaceiros que viraram
militares e perseguiram seus ex-companheiros (como Clementino Quelé e Luiz do
Triângulo), utilizando quase que o mesmo padrão quando pertenciam ao
banditismo, somando ainda com a Revolução de 1930, acarretando na Guerra de
Princesa/PB, aparecendo jagunços, coronéis e moradores da cidade do Coronel
José Pereira com uma estética "cangaceirística".
De qualquer forma,
dos anos 1920 até 1940, esse foi o principal fardamento das tropas volantes que
combatiam o banditismo no Nordeste brasileiro, por motivos da participação do
sertanejo nas campanhas e por ser essa a veste que mais resistia aos espinhos,
o sol e a vegetação de troncos grossos, galhos tortuosos, arbustos ramificados
e de árvores baixas que compreendem os 9 estados.
No último
registro, uma comparação do traje do cangaceiro Calais (à esquerda) com o traje
de um soldado da polícia pernambucana (à direita).
𝐹𝑂𝑁𝑇𝐸:
𝐷𝑖𝑎́𝑟𝑖𝑜
𝑑𝑎
𝑀𝑎𝑛𝒉𝑎̃/𝑃𝐸
- 1928.
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