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domingo, 15 de setembro de 2024

𝑭𝑨𝑹𝑫𝑨𝑴𝑬𝑵𝑻𝑶

Acervo do Jaozin Jaaozinn

Três registros fotográficos de volantes pertencentes à força de Pernambuco, nos anos de 1927/1928.

Era comum ver duras críticas e certas dúvidas do porquê a força militar que combatia o cangaceirismo ter seus componentes trajando quase a mesma "farda" que a dos seus inimigos. Até mesmo, relatando que a culpa seja dos governos locais, por utilizar o sertanejo "comum" no campo de batalha em vez do soldado treinado na capital. E realmente a estética do volante para a estética do cangaceiro é bastante parecida, motivo esse por ser o único vestuário que se adequava no ambiente da caatinga.

Vale lembrar da participação dos nazarenos, de Nazaré do Pico/PE, contra os bandoleiros de Virgolino. Pode-se dizer que foram eles os percursores desse fardamento da força volante como um todo, já que era essa a estética que resistia a vegetação local.

O uniforme de muitos dos praças que combatia os grupos no Nordeste eram feitas de tecidos que não duravam por muito tempo na mata fechada, além de não trazer um melhor conforto para o soldado; consequentemente, a melhor forma era adaptá-la. Utilizavam agora roupas mais resistentes, apetrechos de couro que muito lembravam os apetrechos do vaqueiro (como luvas, perneiras, algumas vezes a calça de couro), os embornais, cobertas de deitar e cobrir, a utilização do punhal... Com o alistamento do sertanejo na volante, essa vestimenta era cada vez mais comum de ser vista nas regiões nordestinas, acabando por confundir muitos moradores, não sabendo se eram soldados ou bandoleiros; citavam alguns jornais "eram brigas de cangaceiro contra cangaceiro", claramente pela semelhança da roupa.

As tropas da Bahia, Pernambuco e Paraíba eram as que mais chegavam perto da roupa dos cangaceiros. Bahia por causa da forte influência das forças pernambucanas em seu estado; igualmente a Bahia, Paraíba teve suas influências da dos pernambucanos, mas também pela presença de alguns ex-cangaceiros que viraram militares e perseguiram seus ex-companheiros (como Clementino Quelé e Luiz do Triângulo), utilizando quase que o mesmo padrão quando pertenciam ao banditismo, somando ainda com a Revolução de 1930, acarretando na Guerra de Princesa/PB, aparecendo jagunços, coronéis e moradores da cidade do Coronel José Pereira com uma estética "cangaceirística".

De qualquer forma, dos anos 1920 até 1940, esse foi o principal fardamento das tropas volantes que combatiam o banditismo no Nordeste brasileiro, por motivos da participação do sertanejo nas campanhas e por ser essa a veste que mais resistia aos espinhos, o sol e a vegetação de troncos grossos, galhos tortuosos, arbustos ramificados e de árvores baixas que compreendem os 9 estados.

No último registro, uma comparação do traje do cangaceiro Calais (à esquerda) com o traje de um soldado da polícia pernambucana (à direita).

𝐹𝑂𝑁𝑇𝐸: 𝐷𝑖𝑎́𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑎 𝑀𝑎𝑛𝒉𝑎̃/𝑃𝐸 - 1928.

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