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domingo, 3 de julho de 2011

Alagadiço e a Polêmica Saga de Zé Baiano

Por: Manoel Severo 

            
           Nós que somos apaixonados pela temática cangaceira, que por muitos minutos, horas, dias, meses e alguns: vidas; percorremos este mundão de caatingas perdidas de nosso nordeste, não cansamos em nos surpreender com a forte energia que os cenários do cangaço acabam nos trazendo.

          
           Estivemos, ainda no primeiro semestre deste ano, visitando a simpática Alagadiço, distrito do município de Frei Paulo, Sergipe; cerca de 70 Km da capital Aracaju.
            Quem já se aventurou a conhecer um pouquinho mais a história de Lampião em Sergipe, com certeza terá em Alagadiço, pouso certo para um dos mais marcantes episódios do mundo cangaceiro e um de seus mais intrigantes personagens: Zé Baiano.
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Mané Moreno, Zé Baiano e Zé Sereno
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           Foi nesse pequeno pedaço de chão, encravado no meio do sertão sergipano, que perderia a vida o “Pantera Negra dos Sertões”, um dos mais cruéis cangaceiros que já pisaram as terras nordestinas, Zé Baiano. Alagadiço foi por muito tempo um coito seguro para Lampião e os vários sub grupos sob sua liderança; para ali foi estabelecido o comando do famigerado cangaceiro de Chorrocho.

O rei Lampião
          
            Zé Baiano, negro alto, nariz achatado, "feio demais, parecia um gorila", segundo informações de quem conviveu com a fera; passou a visitar costumeiramente as terras do Alagadiço e em especial a casa de um determinado morador: Antonio de Chiquinho; que passou a ser o principal coiteiro da região.

            O inesperado aconteceria em 7 de Julho de 1936, Antonio de Chiquinho, cansado das perseguições das forças policiais, une seis companheiros civis e a partir de uma ousada ação de traição, mata Zé Baiano e seu grupo. Ao final quatro cangaceiros estavam mortos no meio da caatinga de Lagoa Nova, Alagadiço.


            Zé Baiano ficou famoso por sua crueldade e desumanidade, e dois episódios marcaram a ação do bandido: A morte de sua amada Lídia, supreendida em adultério e morta a pauladas pelo companheiro e pela absurda prática de ferrar as muitas sertanejas que lhes caiam em desgraça.
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              No local da morte do bando; foi edificado pelo pesquisador Antônio Porfírio, um pequeno mausoléu: Ali "descansam" Zé Baiano, Demudado, Chico Peste e Acelino.

Doutor Antonio Porfírio
          
             Também em Alagadiço se encontra um Museu do Cangaço, com peças pertencentes ao grupo de cangaceiros, livros, fotografias, enfim. Dentre os artefatos mais curiosos; o temível "ferro" do perigoso cangaceiro. Para os amantes do tema sugerimos a leitura do livro: “Lampião e Zé Baiano no povoado Alagadiço” de autoria de nosso confrade e amigo Antônio Porfírio.
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Sawanna, uma das apresentadoras do Cariri Cangaço
e o ferro de Zé Baiano

Pai do Pesquisador Antonio Porfírio
e Severo no Museu do Cangaço

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Um comentário:

  1. Companheiro Zé Mendes, nós é que lhes parabenizamos pelo trabalho

    Severo

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